sábado, 27 de dezembro de 2014

Talvez me iluda
Com o passar dos anos nada muda
Talvez seja outra a realidade
Assim é viver no meio da complexidade

Vejo as portas abrirem-se
As portas que fecham o teu coração
Talvez alguém tenha ouvido a minha oração
Ou talvez sejam apenas dois jovens a iludirem-se

Com o passar do tempo vejo o que não via
Algo que sem saber não compreendia
Embora acredites nos teus defeitos
Eu vejo-os como belos encantos

Sei que não vez o que vejo
Mas nos meus sonhos os teus lábios beijo
O que dizes ser um defeito
O meu coração obténs com esse teu jeito

De ser algo contraditório
Ou talvez imaginário
Os defeitos tornam-se recantos
Os recantos onde visito quando sonho com os contos

Em que contigo posso estar
Sem no amanhã pensar
Apenas o momento passar
Pela tua maneira de ser me apaixonar

Vezes e vezes sem conta
Um coração partido monta
Quando te olho
A felicidade colho

Quando o teu sorriso oiço
Uma vontade de rir sobressai
Algo que desce mas nunca cai
Faz com que saia do poço

Nos mais escuros dias sei
Que uma luz de presença encontrei
Desviando a escuridão para os arredores
Acompanhar-te-ei onde quer que fores

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Gostava de poder ser tão sincero e honesto para ti como sou para a escrita. Gostava de te dizer tudo aquilo que quero dizer. De te dizer que te consigo ver. Consigo ver-te por aquilo que és e aceito-te. Já não te podes esconder depois de teres sido observada por estes sábios olhos meus. Tendo todas as tuas falhas e medos quero que saibas que eu pouco me importo com elas. Gostava que me desses o privilégio de os combater a teu lado. Acredito que em conjunto os superarias mais rápido e que talvez até os consigas eliminar dos arredores da tua mente. Eles são o pó, eu sou a vassoura e tu és quem me agarra. Se nunca me agarrares nunca os poderei afastar, afinal de contas sou só uma vassoura e quem me maneja és só tu. Sei que tens muitas coisas na tua mente que não me dizes. Essas não as questiono, questiono sim, o porquê de as esconderes. Gostava que fossemos claros um para o outro como a água, dos oceanos, é para o céu. Dizem que quem espera sempre alcança, mas o que eu penso é que quem espera, sempre espera. Talvez deva parar de esperar e confrontar, mais uma vez, os meus medos e demónios. Quem sabe, talvez me surpreenda com os resultados. Terei de o fazer para o ver.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Num mundo cruel, onde aqueles que não têm força para andar e que caem num poço sem fundo, navegam à deriva à espera de alguém, de uma mão, de um apoio, de uma âncora, bem podemos esperar. Pensava eu, enquanto olhava para o vasto oceano. As pessoas são más, egoístas, mentirosas. Tal mundo não deveria de permitir a existência de um lobo solitário como eu, vitima de uma amarga solidão e melancolia. Sobre esta mentalidade ia vivendo. Se é que me é permitido disser que tal modo de viver seja viver. Numa sala escura, sem qualquer tipo de iluminação ou presença humana. Não à muito tempo apercebi-me de algo que me motiva a ser feliz. Uma porta abrira-se na minha escura sala. Que estranha luz era aquela? Apercebi-me então que essa luz vinha dela. Do meu primeiro e único amor. Dias, semanas, meses e anos passaram e o meu amor por ela cresceu. Embora pense que não fosse consentido, ela tornara-se o motivo do sorriso deste escritor. O meu motivo para caminhar.
Sem dúvida que ela me intriga. Uma rapariga misteriosa. A mais misteriosa que alguma vez tinha conhecido até aos dias de hoje. Sinto uma estranha tristeza e insegurança no seu olhar. Quero ganhar a sua confiança. Quero ajuda-la. Posso dizer com certezas que isto é o que mais me passa pela mente e também é o mais que desejo. Que se danem os estudos. Preferia trabalhar a servir às mesas estando com a pessoa que amo do que prosseguir algo que me pode levar à solidão e deterioração. Magoa-me achar que não a mereço. Pelo menos por enquanto.  

sábado, 13 de dezembro de 2014

Onde o coração vai a casa acompanha

Quando estou fora
Sinto saudade
Quero ir embora
De volta para a tua beldade

Chego a casa mas em casa não estou
Pergunto me o que se passou
Para casa vim mas o sentimento ficou
Dias e dias perdurou

Apercebi me de algo
Quando contigo permaneço
Aquele sentimento esqueço
Pelos campos verdes cavalgo

Sei agora
Onde é a minha casa
Sei que não quero ir embora
Deste sitio que o tempo arrasa

Afinal de contas
A minha casa permanece
No lugar em que cantas
A distância prevalece
A minha alma entristece
E a minha mente enlouquece

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Procuro vontade de dormir
Cenário sádico este em que vivo
Querer algo que me mata
Pensamentos positivos tento incutir
Um pesadelo sempre activo
Oiço lá no fundo uma cascata

Oiço todas as vozes falar
O meu nome ousam gritar
Vieram para proclamar
Algo que me pode vir a matar
Por dentro e por fora
Uma lágrima chora

Nos campos verdes
Já só vejo vermelho
Nas escuras tardes
Procuro um conselho

Não de pessoas
Mas sim do universo
Vou escrevendo mais um verso
Abstraindo-me das coisas boas
Que de boas já nada têm
O branco tornou-se preto
Preso no meu próprio dialecto
Os meus olhos só a ti vêm

A solitária luz
Faz-me acreditar na cruz
Algo divino
Assim te defino

Quero ficar
Tento os rostos lembrar
Por vezes fazem-me chorar
Por me fazerem estar
Ainda num mundo em que não posso amar
Sem o passado recordar

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Pergunto-me se talvez,
Talvez um dia
Já à beira da morte
Não te tenha como minha companhia

Talvez o sonho do solitário
Tenha deixado de ser imaginário
Cego pelo que vejo
Assim o prevejo

Um coração que sangra
Lágrimas vermelhas
Manchadas pela vontade ingra
De que de engraçado nada tem, apenas falhas
Falhas do rumo que tomei
Falhas na cidade onde cheguei
Falhas no significado de amar
Falhas ao nada chegar

Não sei como é ser amado
Deitado no chão sem ser apanhado
Um boneco desconsolado
Um boneco falhado

Pelo que é
E que não é
Pelo mundo mudado
Pelo mundo derrubado

Pelo amor maltratado
De não ser amado, desapegado
Perde a vontade de viver
Perde a vontade de comparecer
A mais um acordar do sol
A mais um adeus ao sol
E um despertar da lua
Seguido por um até logo na sua partida, a linda lua

Querer e ter

Entre querer
E ter
Vou nadando
Sinto que estou sonhando

Forças já não tenho
Fraqueza contenho
Quase não me levantando
Continuo amando

Gostava de te pertencer
Sabendo que não posso
Preferia não te conhecer
Sozinho ficaria no fundo do fosso

Os teus lindos olhos são
A tua cara perfeita é
O teu corpo espalha paixão
E assim levaste o meu coração

Sou uma flor perdida
Uma flor que foi colhida
Passando pelas mãos do destino
Para a morte me inclino

Mas depois relembro-me
Das flores que tens no teu jardim
Talvez possa ser uma dessas lindas flores
Colhe-me e cuida-me
Trata de mim como sei que podes
Para ti finalmente me abri
Exibindo toda a beleza que escondia
Mas mesmo assim nunca na verdade
Me aceitaste como teu
Relembras-me que somos amigos
Viras o meu mundo do avesso
Empurras-me e puxas-me de seguida
Controlas as cordas que me fazem de uma marioneta
Ao te conhecer o meu coração perdi
Gostava de encontrar um dia
O coração de que me despedi
Sem despedidas de verdade
Vivo na complexidade
Do que quero
E do que tenho

domingo, 7 de dezembro de 2014

"Cada palavra que dizes, cada sorriso
Elas têm tanto significado para mim
Até os teus mais pequenos olhares
Até as tuas solitárias costas são uma promessa para mim
Tudo de ti vem para mim
Como um problema irresolvível
Tristeza floresce como flores do cosmos na estação de comboio
És o cheiro aromático que passa por mim
Vou construir um castelo no topo nas fofas nuvens

Vou abrir a minha janela para ti, a minha ventosa janela."

Tradução da música https://www.youtube.com/watch?v=PgTGm351HTI para português

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Amo-te mais a tua pessoa
Do que a minha própria alma
Vivo com calma
Na tua cabeça o tempo toma a forma de uma coroa

Matar o tempo
É me impossível
Mais que um amigo
Algo plausível

Acordaste o relógio
Que dentro de mim tinha
Procura agora algum vestígio
Desta vida minha

Deste corda aos ponteiros
Sinto agora alegria
Parece que vivo numa fantasia
Dois corações íntegros

Quando contigo não estou
O tempo parece que parou
O relógio parado ficou
E assim ele entrou

Este sentimento que sinto
Algo que minto
Finjo feliz estar
Para assim ela ficar

Sei que não devia
Assim também não o queria
Mas sei como ela ficaria
A realidade veria

Proteger a tua felicidade
Manter a tua inocência
Sei que é algo temporário
Por mais um tempo mantar a peculiaridade
A inocência perde a paciência
Algo mais complexo que um pensamento binário
E assim entra a experiência

O que sinto por ti não posso calcular
Talvez seja essa a ciência de amar
Querer para sempre ficar
Ao teu lado estar

Abraçar-te quando chorares
Acompanhar-te quando rires
Beijar-te quando precisares
Acreditares sem questionares

Sonho acordado
Pois durante o dia tenho o controlo
À noite instalo-me no subsolo
E quando fico deitado
Em nada penso
Sem ser na tua cara
E no teu bonito sorriso
Fico no tempo suspenso
Algo que a minha vontade declara
Apenas uma coisa importa, o teu riso
Nenhum sentimento se compara
A este em que vivo
Algo que é progressivo
Uma chama que queima tudo por onde passa
A tristeza fica cassa

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Do outro lado do rio,
Está um menino sozinho,
Vive sem carinho,
Seu próprio desafio.

Porque permaneces ai,
Perguntei eu,
Que piada tem esse lugar teu,
Aqui nunca senti,
Respondeu-me ele,
Vi um pouco de mim nele.

Qual é a piada,
De viver feliz,
Ou infeliz,
Sem a minha amada,
Nada sinto,
Infinito labirinto.

Ao ouvi-lo pensei,
Alguma vez amei,
Como tu alguém?
Não amei ninguém.

Sozinho estou,
Quando ela não ficou,
Tristemente vivo,
Sem ela não convivo...

Fico triste ao vê-la partir,
Fico triste ao não poder olhar,
A sua maneira de ser, observar,
Apenas de longo posso assistir.

Aos poucos me tornei,
E sem ti aquele rapaz sou,
E assim ficou,
Ao outro lado do rio me mandei,
Lá fiquei,
Ao poço me atirei,
E depois voltei,
Apenas para me encontrar,
A olhar para o espelho a falar,
Tanto um como o outro,
Ambos eu sou,
Feliz e triste estou,
Infinitamente neutro.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

...Nessa mesma manhã John fez as suas malas, falou com o gerente do condomínio onde residia e, por fim, foi se despedir da senhora que morava no outro lado da sua casa. O porque de John tratar esta senhora com carinho e respeito devia-se ao facto de ela o ter ajudado quando ele necessitou. Apôs a morte dos seus avós (um morreu de velhice e o outro foi atrás), John foi obrigado a morar sozinho e numa casa diferente pois a casa antiga lembrava-lhe os avós. Quando para lá foi viver não comia nada de jeito nem comia com frequência. Estava muito magro. Começou a faltar ao trabalho e o único motivo que saia de casa era para ir comprar comida, já feita, e bebidas alcoólicas. Embora John nunca tivesse conversado com a senhora, que já agora chamava-se Evelyn, a mesma, já sabia que algo se passava. O seu comportamento solitário e a sua falta de sorriso denunciaram-no. Esta senhora nunca lhe perguntou o que se tinha passado, simplesmente deixava comida já feita à sua porta e uma nota. A nota dizia sempre a mesma coisa “As melhoras”. Dia apôs dia, semana apôs semana, assim o fez. Até que um dia John sentiu a necessidade de agradecer à senhora (e também pelo facto de estar curioso pela motivo de Evelyn fazer o que fez) e foi falar com ela. Bateu-lhe à porta, apresentou-se e agradeceu-lhe. Evelyn apresentou-se também e perguntou o porque de ele lhe agradecer (fazendo-se de desentendida). John respondeu que devido ao facto de ela mostrar preocupação e sentir um sentido de responsabilidade em ajuda-lo que precisava de agradecer-lhe. Evelyn abanou a cabeça e respondeu “Meu jovem, apenas fiz o que tinha que ser feito. Este é o problema desta geração… eu tê-lo ajudado não é motivo de agradecimento, afinal de contas temos que ser uns para os outros! Não podia virar as coisas ao vê-lo a dirigir-se para uma estrada em que o retorno era impossível. Simplesmente fazia-me sofrer. Não o fiz por obrigação mas sim porque era o mais certo a fazer.”. Ao ouvir esta resposta John ficou um pouco pensativo e emocionado. Lembrara-se que ainda havia neste mundo pessoas como Evelyn. Como Scarlet. Pessoas genuínas, bondosas e carismáticas. Embora Evelyn tivesse dito o que disse John sentiu, também, a necessidade de a ajudar. E assim o fez. Todos os dias a partir desse dia, em que conversaram pela primeira vez, ia visita-la e fazia-lhe o jantar. Mas acima de tudo tratava de si próprio pois sabia que era isso que Evelyn desejara ao ter tido aquela atitude.

No momento de despedida, John, não conseguiu falar e com um trocar de olhares, em que John quase derramou lágrimas, Evelyn percebeu que John estava de partida. “Vejo que estás de partida John! Ainda bem que o fazes. Sei que para o fazeres deve de ser por um motivo especial. Talvez uma garota quem sabe! Espero que encontres felicidade para onde vás.” – disse Evelyn. John agarrou-se a Evelyn a chorar e agradeceu-lhe por tudo. John disse-lhe que enviaria cartas de vez em quando e que iria visita-la com uma refeição bem quente sempre que pudesse.”. Com um a abraço, um choro de John e um riso de Evelyn assim se despediram. 
Assim partiu John. De volta para a cidade onde nascera, de volta para a cidade onde morrera.
...
Tento conte-la
A lágrima que permanece no meu coração
Sozinha entra em deterioração
Tento não fazê-lo

Tudo o que me diz fazer
Não consigo compreender
Tudo a o que me quero submeter
Não consigo entender

Tanto feliz
Como infeliz
Infeliz estou
Feliz ficou

Choro, não por ser fraco
Mas por ter sido forte
Tanto tempo contente
O meu coração tranco

Preciso tanto
De me envolver num manto
Até à tua chegada esperar
Para sempre amar

Ao teu lado nada disto sinto
Nem para mim mesmo minto
Sei que é a verdade
Esta minha triste felicidade

Espero que aconteça como num mundo
Paralelo a este
Também neste
Um sentimento profundo

Tão profundo como no fosso
Em que já habitei
Nele me tornei
Apenas esperar posso

Até à tua chegada esperar
Até à tua próxima chegada chorar
Até à tua partida amar
Até à tua próxima partida aproveitar

És tudo aquilo que desejo
E que sempre sonhei
Um futuro não prevejo
Sei agora que nunca amei

domingo, 23 de novembro de 2014

Não se recordavam mas, este era a ultima noite que Scarlet iria permanecer na cidade. Depois de amanha de manhã Scarlet iria partir para Standford para continuar a exercer o trabalho. Quando estavam juntos o tempo parecia inexistente. Scarlet e John estavam os dois na mesma, no mesmo momento e sentimento. Ambos se amavam e ambos se queriam. Scarlet e John. John e Scarlet. Tudo e nada. Apôs a conversa que tiveram, as palavras que ditaram e os sentimentos que trocaram, dormiram juntos virados de costas de um para o outro mas era quase como se não o tivessem. John respeitava-a e ao mesmo tempo queria-a. Scarlet queria mas sabia que não devia. Scarlet adormeceu pois o efeito da bebida assim o ditava. John virou-se mas só conseguia observar as costas de Scarlet. Nessa altura Scarlet virou-se involuntariamente, durante o sono, como se algo o tivesse ouvido e tivesse decidido que era assim que as coisas deviam de ser. Observou-a por uns minutos e pensou – “Talvez tenha sido este o sentimento que o pai sentiu pela minha mãe. Como pude eu acabar algo tão belo e romântico? Como pude eu terminar algo genuíno e fascinante? O que me aconteceria se este alguém desaparecesse para sempre? Total solidão e escuridão. Eterno desespero. Finalmente acabou por adormecer deixando por responder estas perguntas.

Na manhã seguinte quando acordou já lá não estava Scarlet. Ficou um pouco preocupado e levantou-se. Algo lhe atraiu o olfato. Foi até á cozinha para encontrar Scarlet a cozinhar bacon com ovos, feijão e a fazer sumo de laranja. Já á muitos anos que não lhe cozinhavam seja o que fosse. Desde a morte da mãe… Ficou feliz mas ao mesmo tempo triste pois trazia-lhe recordações de quando a sua mãe ainda era viva e lhe cozinhava. Foi ter com Scarlet, agarrou-a por trás e deu-lhe um beijo na bochecha, acompanhado por um “Bom dia Scarlet”. Scarlet virou-se, colocou os braços à volta do pescoço de John e deu-lhe um beijo na cara. “Bom dia John” – respondeu ela. John sentou-se, já com a mesa posta, e Scarlet serviu-lhe o pequeno-almoço. Comeram o pequeno-almoço, que do ponto de vista de John estava cinco estrelas, e, de seguida, Scarlet informou que já estava um táxi á espera dela á porta do apartamento. “Desculpa-me John mas o meu avião parte de aqui a uma hora e tenho que ir buscar as minhas malas ao hotel” – disse Scarlet. John ficou um pouco triste ao lembrar-se de que Scarlet se iria embora naquela manhã mas aceitou-o. John agradeceu-lhe a companhia e o pequeno-almoço. À saída John deu-lhe um colar e disse-lhe – “Este colar pertencia á minha mãe, por favor usa-o”. “Claro John, obrigado” – respondeu Scarlet com um enorme sorriso na cara. Deram um abraço e despediram-se um do outro com um “Até logo”. Embora não o tivesse dito por palavras o sorriso de Scarlet transmitiu tudo aquilo que na cabeça dela estava naquele momento. Um enorme sentimento de honra e de confiança. Sentiu-se importante e amada. Sentiu-se viva.

sábado, 22 de novembro de 2014

...
Scarlet respondeu a John - "Sabes John, antes de partires já te amava. Também te amo agora. Eu espero por ti o tempo que for preciso. Mas tem em conta que o tempo que temos é limitado. Estás a por a carroça à frente do cavalo. Estas a viver algo que só devias de viver muito mais para a frente na tua vida. Para e pensa. Olha à tua volta. O que vês?". John um pouco confuso e disse-lhe - Vejo-te a ti...". Feliz com a resposta de John, Scarlet continuou a falar - "Exato. Sou eu. Eu sei que te preocupa o passado. Sei que existem coisas na tua vida que tu não conseguiste superar. Que tens feridas ainda abertas. Existem coisas que nem o tempo cura. Apenas o amor o cura. Espero que aceites o meu amor e que te consigas ajudar a ti próprio pelo menos uma vez na vida. És tudo aquilo que quero. És tudo aquilo que sempre quis. Não te quero pressionar nem nada mas quero que saibas que quando quiseres estou aqui. Sei que não és pessoa de usar outras para atingir algo por isso sei que posso confiar em ti nesse aspecto. Sei que estas a tentar e por isso te agradeço. Quero também contar-te algo. Desde pequena que fui criada pelos meus tios. Os meus pais morreram num acidente de carro juntamente com a minha irmã mais velha. Tenho saudades deles e ainda os amo. Ainda reside em mim um pouco de cada um deles por isso sei que tenho que continuar a andar. Por eles e por mim. Isto era o que eles quereriam mesmo depois de morrer. Tenho a certeza disso. As vezes fico triste e sozinha. Penso neles e penso em ti. Embora não tenha tido a oportunidade de viver com eles muitos anos sei que eles iam gostar de te conhecer. Especialmente o meu pai!" - Scarlet riu-se um pouco e fez John sorrir também - "Podes confiar em mim para tudo John. Amo-te.". John não entendia bem o porque de Scarlet gostar assim tanto dele. Tentou trata-la com desprezo e nunca demonstrou os seus sentimentos até agora mas embora tenha feito o que fez no passado Scarlet sempre o amou. Uma das coisas que sempre o chateara fora o facto de se ter ido embora sem se despedir de Scarlet. Agarrou na mão direita de Scarlet e colocou-a no peito junto ao coração - "Consegues senti-lo? Até hoje o meu coração batia para passar o tempo. Sem sentido apenas batia. Vejo agora que ele batia pois estava a espera de algo. Estava à tua espera. Desculpa não me ter despedido de ti quando me fui embora. Fui estúpido e tive medo de falar contigo. A verdade é que o meu pai se suicidou e antes de o fazer deixou-me uma nota. Algo que me deixou bastante triste e que me destruiu. Escreveu algo que eu sempre soube que fora verdade. O motivo da minha mãe morrer fui eu. O meu pai nunca me perdoou por isso. Sempre me culpou. Essa nota tinha apenas escrito o seguinte: Mataste-a e com isso mataste-me; Até hoje não o consigo não aceitar porque afinal de contas foi isso que aconteceu.". Scarlet ficara triste por saber este acontecer de eventos mas ao mesmo tempo feliz por saber que John se tinha finalmente aberto a ela e que a tinha deixado entrar nas defesas que tinha criado com o passar dos anos. Com isto Scarlet aprendera que o motivo de John estar como está foi graças ao suicídio do pai e das palavras que lhe deixou. Scarlet pensou que em primeiro lugar teria de fazer algo ou arranjar maneira de John se perdoar ao que tinha feito ao pai e só ai seguir para a mãe. "O que fazer?", pensou ela.

...
Um beijo levou a outro. Os seus lábios falavam agora entre si através do acto de beijar. Beijo atrás de beijo iam comunicando. Scarlet chorava e John acompanhava-a. Scarlet tentou dar um passo em frente, tirando uma peça de roupa mas antes de o conseguir fazer John parou-a. "Ainda não" - disse ele. "Preciso de tempo a habituar-me a ter-te de volta na minha vida. Não quero pressas. Podes esperar mais um pouco por mim Scarlet?". Scarlet compreendeu-o e deu-lhe um abraço. Ambos eram virgens. John nunca tinha amado mais ninguém sem ser Scarlet. Scarlet era igual. Eles não tinham pressa pois sabiam que apôs estes anos todos não iam deixar que nada os afastasse de novo. Ainda um pouco inseguros mas, com vontade de o mudar, tentaram reencontrar-se e criar algo de especial entre os dois. Ainda mais do que já o era. Afinal de contas, estes dois jovens já estavam destinados um ao outro deste o dia que se viram.
Desde a altura em que John sentia que naquele sala estava a peça que lhe faltava para acabar o puzzle já os seus destinos estavam interligados. Mas afinal que puzzle é este? Este puzzle é nada mais nada menos do que, tudo. Este "tudo" é a vida de John. Ou melhor, o seu significado. Porque é que estou aqui? John não se reconfortava num pensamento em que depois de morrer iria para o Céu ou para o Inferno. Alias, se realmente "Céu" e "Inferno" existissem John pensava que o mais certo seria ir para ao Inferno. Mas não, John pensava que depois de morer que o que lhe esperava era um sono profundo. Tudo escuro. E se nesse sono houvessem pesadelos? E se o que as pessoas pensam que vem depois da morte estiver errado. Não um sítio tranquilo onde possamos descansar apôs viver um X número de anos na terra, que comparado ao relógio de vida da galáxia é apenas um grão de areia no deserto, mas sim um tormento eterno. Um lugar onde revivamos tudo o que podíamos ter feito. Tudo aquilo que não fizemos e tudo aquilo que fizemos. Uma maré negra que consumisse tudo por onde passasse. Talvez esta seria a definição de "Inferno" mas, John, também não via significado em ir parar ao Céu. A vida na terra é um teste em que o professor (Deus) nos avalia a todo o instante sem interferir em nada. Durante uma prova o professora não fala. Tudo isto para depois irmos para um lugar chamado "Céu", onde podemos viver para toda a eternidade com tudo o que nos é merecido. A sério...? Vamos supor, tenho uma família. Um filho e uma mulher. A mulher comete suicídio por algum motivo. Vai parar ao inferno. O filho angustiado mata-se a seguir. Apôs a minha morte vou para o céu, tudo bem. Chego a um sítio para encontrar que tudo o que queria afinal de contas não está lá. Afinal de contas o céu não é nada mais nada menos que um inferno, Ou será que fui enviado para o inferno por não ter conseguido salvar as duas pessoas que mais amava? Afinal, qual é o sentido da vida? Esta era o puzzle que John se esforçava para resolver.
Scarlet amava John com todas as suas forças. Queria apenas o melhor para ele. Queria conseguir ajuda-lo a se afastar das sombras do passado que o seguiam. Fazer com ele conseguisse olhar para o lado e ver que o que realmente importava era o presente. Aperceber-se que ao lado dele estava ela e que juntos poderiam continuar a caminhar até ao fim do percurso. A vida não é uma corrida de velocidade mas sim uma maratona. Scarlet não se preocupava com o que vinha depois da vida. Ligava apenas à vida que tinha para viver. Queria apenas aproveitar o tempo limitado que tinha para estar com John. John ainda não conseguia ver bem o plano da vida. Estava demasiado preocupado com o que vinha depois dela. Talvez ao aprender a amar consiga ver o presente e apreciar o momento. Ter sempre em mente de que a morte é certa mas que o importa é o tempo em que se está vivo. Dar gozo ao máximo desta vida que temos. Nem todos têm o direito de a viver. Muitos morrem prematuramente. Uns morrem querendo viver e outros vivem querendo morrer. Dois mundos distantes mas ligados. Uma mente simples e uma mente complicada. Assim caminham a morte a vida de mãos dadas. Será que John vai conseguir superar esta barreira criada antes de o homem existir ao lado de Scarlet?
...

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

...
Ao chegar ao hotel, onde Scarlet residia temporariamente, já ela o esperava. Com um casaco de cabedal vermelho, umas calças de ganga azul escuro, um colar bem escondido com um símbolo de metade de um coração e umas botas de cano longo vermelhas. John ficava fascinado com a demonstração de beleza que ela exibia. Não só naquela noite mas sim em todas as noites e dias que a tinha visto no passado. John abriu-lhe a porta do carro do lado de dentro e ela entrou. Cumprimentaram-se com um beijo na cara e um sorriso envergonhado, ambos ainda um pouco nervosos com o evento da noite anterior. Durante a viagem Scarlet olhou fixamente para John. Como se um sonho se tivesse tornado realidade e lhe tivesse aparecido à frente fisicamente. Ao chegar a casa de John, o mesmo, tirou o casaco a Scarlet. John repara nos cabelos longos de Scarlet. Tremenda perfeição, pensara ele. Tirou o jantar do forno, serviu Scarlet e depois serviu-se a si mesmo. Abriu a garrafa de vinho e despejou um pouco em ambos os copos. Começaram por falar de como chegaram onde chegaram profissionalmente. Scarlet ficara surpreendida de como John conseguira acabar o doutoramento em tão pouco tempo. Afinal de contas John, pelo que Scarlet se lembrava. sempre tirara notas baixas. Ao acabar o jantar John retirou os pratos da mesa e colocou-os na maquina de lavar. Sentaram-se no sofá da sala. Scarlet, já bêbeda, pois não bebia com regularidade, perguntou a John o porque de ele ter fugido na sala naquele dia. Era difícil para John falar sobre o assunto mas, por Scarlet, tentou fazê-lo. "O motivo de ter tido a reacção que tive foi devido ao facto de a minha mãe já ter falecido à um tempo. Não conseguia aceitar a morte dela, nem tão pouco o meu pai. Apôs a morte da minha mãe, o meu pai, entrou numa depressão. Começou a consumir álcool todos os dias, perdeu o emprego e rapidamente perdeu-se a ele próprio. Como podes imaginar, numa cabeça de um rapaz de 12 anos isto era bastante difícil de lidar. Acredito que mesmo agora não o conseguiria fazer. Deixei de ter uma mãe e um pai ao mesmo tempo.". Scarlet ficara triste por John e sentiu uma tristeza que se manifestou em forma de lágrima. Começou a chorar e disse - "Tu não mereceste nada disso. Sempre foste uma boa pessoa. Embora não o mostrasses eu sei que o és. Não posso refazer o que já foi feito mas quero que saibas que vou tentar preencher esse vazio que tens dentro de ti. Para preencher esse vazio que tens, tens que deixar alguém entrar lá dentro. Só assim puderas sentir a verdadeira felicidade. Eu sei disse porque estes anos todos sempre foste tu que residiste dentro de mim. No meu pensamento. No meu ser e no meu viver. Sempre tu.". Scarlet tinha ainda várias perguntas às quais não sabia a resposta. Como por exemplo - "Como é que a mãe morreu", "Porque é que o pai deixou de querer saber dele apôs a morte da sua mulher", "O que aconteceu depois de te teres ido embora", "Porque é que nunca me deixaste entrar?". Antes de começar a falar John abraçou Scarlet. Dizendo de voz baixa ao ouvido de Scarlet saíram da sua boca as seguintes palavras "Eu fui o motivo de tudo isto, eu fiz asneira. Uma vez foi o que bastou para desmoronar tudo aquilo que construirá ao longos dos anos. Uma vida feliz. Uma família feliz. Uma criança feliz.". Começou a chorar, deixou-se cair no chão e começou a dar murros no chão. Scarlet ainda não sabia o que se tinha passado mas, calculara que algum tipo de acidente envolvendo a mãe de John e John tenha sido a morte dela. Scarlet levantou-se, agarrou-se no braço antes de ele o atingir de novo o chão, agarrou-lhe na cara e olhou-o nos olhos. "Para de te prender ao passado quando tudo o que queres está à tua frente. O passado pertence aqueles que partiram e o futuro àqueles que ficam. Tenho a certeza que era isso que tua mãe quereria que fizesses. Seguir em frente. Tornar-te num homem e seres feliz. Talvez um dia encontrares alguém que te ame e começares uma família". Devagar, aproximou os seus lábios dos de John e um beijo floriu.
...

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Quando te olho vejo
Um sonho tornado realidade
Com toda essa tua complexidade
Assim te desejo

Uma rapariga bela
De cabelos castanhos
Pinto-te na minha tela
Sem palavras para o tamanho
Que a tua beleza possui
Bastou um pequeno olhar
E assim me fui
Para um mundo em que só existe amar

Gosto do teu olhar
Gosto da tua maneira de falar
Gosto da tua maneira de rir
Faz o meu coração florir
De belas flores
Que comparadas à tua beleza
Perdem os seus valores
Olhando-te desaparece a tristeza

A tua maneira de caminhar
A mim me fascina
Fazes-me acompanhar
És a minha medicina

Desde os pés à cabeça
Dás significado à perfeição
Não encontro nenhuma imperfeição
Incondicional confiança

Olha-me no pensamento
E vê tudo o que vejo
Um sorriso prevejo
O primeiro amor experimento

Gosto da tua timidez
Da tua inocência
E da influência
Que em mim tens
Sempre que vens
Sonhos já não tenho
A realidade obtenho
Um sonho que se tornou verdade
Um sonho que sempre foi realidade

Agora vejo o que não vi
Dos sonhos transcrevi
E finalmente te reencontrei
E logo te amei

Espero que te ames
Como eu te amo
Talvez assim me ames
Tal como eu te amo
...
Chorando e gaguejando Scarlet perguntava a John o porque de ele fazer o que estava prestes a fazer. Perplexo John sentou-se, ainda agarrado a Scarlet, limpou as lágrimas e explicou-lhe. "Não tenho motivo para viver. Até hoje tudo o que me era querido desapareceu. Tudo por minha culpa. Fui irresponsável e os meus actos levaram à morte de quem eu mais amava.". Scarlet não quis insistir no assunto pois sabia o quanto doloroso era para John falar neste assunto. Afinal de contas nunca o tinha feito. Scarlet olhou-o nos olhos e disse - "Ainda não desapareceu. O sentimento que por ti tinha ainda reside em mim. Uma chama protegida do vento que sopra em volta das nossas vidas. Permanece intocada. Quando te vejo assim, quando te via assim, simplesmente sofro. Dizes que não tens motivo para viver. É mentira. Ainda me tens a mim. Eu nunca desisti de ti. Sempre esperei poder um dia encontrar-te e dizer-te tudo aquilo que queria ter-te dito. Não sei o que passaste mas quero que saibas que estou aqui para ti quando precisares". Emocionado, John, deu-lhe um beijo. Agradeceu-lhe as palavras de carinho, levantou-se e puxou-a para cima. "Vamos dar uma volta" - disse ele. Caminhando sem destino falaram sobre a vida que ambos tinham. Scarlet era agente de viagens e por isso voava regularmente para outras cidades. Ainda vivia na mesmo cidade na qual se conheceram. Uma pequena cidade chamada de Stanford. Morava sozinha. Ambos sentiam uma grande necessidade de estar um com o outro. Embora as circunstancias actuais não o permitissem estavam determinados em se encontrar num futuro não muito longe. Scarlet disse-lhe para a visitar se quisesse. No sítio que só eles sabiam. Scarlet ia ficar mais um dia em New York antes de voltar para Stanford. Contra o seu próprio feitio John convidou a jantar em sua casa no dia seguinte. Assim ficou combinado. Amanhã às 20:00 na sua casa. Acompanhou-a ao hotel onde Scarlet ficava e na despedida Scarlet disse-lhe - "Não pensas que te escapaste de receber uma prenda minha. Eu sei que hoje é o teu dia de anos. Parabéns John". Inclinou-se para a frente e deu-lhe um beijo na boca. Através do beijo sentiram o calor de ambos os corpos. John agarrou-a pela cintura e retribui-o o beijo. Com o hálito ainda a cheirar a whisky, John sentiu-se incomodado. Parou o beijo e disse - "Até manhã então Scarlet". "Até manhã John, gostei de te ver. Ah! E vê-se fazes algo em relação ao teu hálito". Partilharam uma risada e John apanhou o táxi para casa. Ao chegar a casa John encostou-se à parede da entrada, totalmente embriagado e cansado. Pensou no acontecido e estranhamente sentiu-se feliz. A data que ele tanto odiava passou a ter um significado positivo. O dia em que a mulher que amo se confessou a mim. O meu primeiro beijo. Riu-se e adormeceu. Hibernando e viajando cada vez mais para o interior do seu sono, John teve um sonho. De novo, via-se no abismo. Ia cair mas algo o agarrou e no seu lugar foi. Algo trocou de lugares com ele e caiu no seu lugar. Ouviu dois gritos. O do seu pai e da sua futura falecida mãe. "John o que é que fizeste!? Amor!... não pode estar a acontecer. AMOR!". Finalmente acordou. Uns minutos depois das nove eram as horas indicadas no seu relógio. Ainda com uma grande dor de cabeça e com algumas náuseas levantou-se e foi tomar duche para ir trabalhar. Ao chegar à empresa onde trabalhava todos o olharam de lado. Notava-se perfeitamente de que estava de ressaca. Roupa enxovalhada, desfraldado, e com olheiras. Ninguém ligou muito ao caso pois John nunca foi pessoa de conversas.
Após um dia de trabalho John foi ao supermercado comprar um vinho, velas e um ambientador. A sua casa estava um pouco desarrumada e cheirava a tabaco. Chegou a casa, limpou-a,usou o ambientador, pôs a mesa e o jantar a fazer. Não fumou pois lembrou-se do que Scarlet disse em relação ao seu hálito. Combinou ir busca-la e assim o fez. Meteu-se no carro e lá foi ele...
...
Rasgado pelas sombras dos que partiram mas nele ficaram, John, cresceu pensando que acabaria sozinho. No presente pensa que, merece estar sozinho, pois pior do que ele não havia. Agora com vinte e cinco anos vive num T1 no centro da cidade de New York. Exerce a profissão de contabilista, pois sempre teve um dote para a matemática. Tirou o doutoramento aos 24 anos com média de 19. O seu dia-a-dia consiste em trabalhar, ir para casa, fazer as tarefas domésticas e cozinhar para ele e para uma amável vizinha que já tem uma certa idade. Ao crescer ganhou o vício de fumar tabaco. 
Todas as suas relações pessoais eram estritamente profissionais. Já não lhe restavam membros familiares. Hoje John faz vinte e cinco anos e para "comemorar" a sua data de nascimento decidiu ir para uma pequena taberna embebedar-se. Acontecimento triste este, em que uma alma perdida procura refugio no estado alterado do seu espírito. Pouco sabia ela do que estava para vir. Por cada copo de whisky que bebia pior era o sentimento. Lembra-se dos seus país, dos seus avós e do amor que deixou fugir. John tinha preparado para si uma prenda. Foi para um jardim e fumou uma droga que tinha comprado no mesmo estabelecimento ilegalmente. Brincando no baloiço vinham-lhe recordações de quando ainda era pequeno e costuma ser empurrado pela mãe. Jogou a mão às calças e de lá tirou uma arma. Apontou-a para a sua boca e à medida que fechava os olhos para puxar o gatilho começou a ver algo. Contou até três. Estes segundos foram os segundos mais longos da sua vida. Via ao longe uma luz aproximando-se. Começou a ouvir passos cada vez mais perto e a uma dada altura sentiu que algo o empurrara para trás e fé-lo cair no chão. Antes de abrir os olhos já sabia quem lá estava. A sua presença, toda gloriosa e quente denunciava-a. Abriu os olhos e viu uma cara de uma rapariga com cabelos ruivos e de olhos pretos. Como se um anjo tivesse caído dos céus só para o salvar. Era Scarlet. Agarrada a John chorou. Embora os anos tivessem passado algo os unia. Mesmo antes de a ver já a tinha sentido. A alma ardente e apaixonada de Scarlet. Sem saber o porque, começou a chorar também e largou a arma. Envolveu Scarlet nos seus braços e entregaram-se um ao outro da forma mais pura e honesta. Chorarão... 

domingo, 16 de novembro de 2014

Um rapaz e uma rapariga. Dois futuros intercalados pelo destino. Ambos caminham numa fina linha. Ambos caminhando na esperança de ela nunca se quebrar. Um vazio. Um completo.
Um pedaço de um memória vem à cabeça do rapaz, chamado John, e nele ele vê algo que sabia mas não vivia. Um passado longínquo. Uma vida diferente. Relembra-se de vê-la numa noite escura, no precipício de um abismo onde contemplava a grande vastidão do vazio e o enorme silêncio da obscuridade. Pensava atirar-se de lá mas não se lembrava do porque. Acordou na sala com a professora e todos os seus colegas a olharem-no. Rapidamente chegou à conclusão de que tinha adormecido. Tirou os auriculares dos ouvidos e entregou o telemóvel à professora. Ele não sabia mas pressentia que dentro daquela sala estava a peça de um puzzle inacabado do qual ele tentava concluir. Tocou para a saída e logo ele se dirigiu para a professora, pediu-lhe desculpa e perguntou se podia ter de volta o que lhe pertencia por direito. A professora sorriu e deu-lhe o telemóvel, dizendo de que para a próxima vez ficava com ele. De seguida, John, apreçou-se para chegar a casa mas,pelo caminho, encontrou alguém encostado a uma árvore. Olhou para esse alguém e um aperto no coração chegou. Era uma rapariga da sua turma, chamava-se Scarlet, era uma rapariga tímida por isso todas o contacto existente entre os dois não passou de um olá e de um adeus. Adicionando ao facto de Scarlet ser tímida, também o era John. Observou-a por mais um pouco e de seguida continuou a caminhar para casa.
Deitando-se agora na sua cama ouvindo Radiohead, John, cerrou os olhos e viu na escuridão da sua mente uma imagem. Viu a cara de Scarlet. Abriu os olhos e pensou para ele mesmo - "Porque é que estou a pensar nela?". Chegando a nenhuma resposta John cerrou de novo os olhos e adormeceu.
No dia seguinte John decidiu não ir às aulas. Era uma quarta por isso faltar só significava perder matéria das aulas da manhã, para além de mais era Português. Acordou ao meio dia, tomou um duche e fez o seu almoço e o do seu pai. Durante a refeição John e o seu pai não trocaram nenhuma palavra. John sabia que o pai tinha andado a beber pois o cheiro do álcool chegava-lhe às narinas de uma distância longa. Apôs terminar a sua refeição saiu de casa e caminhou sem destino. Acabou por parar à beira do rio que passava pela sua cidade. Pegou numas pedras e começou a atira-las ao lago. Matando o tempo sem nada para fazer. Ao atirar pedras reparou que, no outro lado do rio, estava sentada Scarlet a ler um livro. Parecia estar no seu mundo. Livre de complicações. De repente Scarlet, atraída pelo som das pedras ao baterem e saltarem na água do rio, olhou para o outro lado e nele viu John. Um olhar cruzou-se e um acenar nasceu da parte de Scarlet, acompanhado por um sorriso um pouco duvidoso. John fingiu não ter visto e foi-se embora, dirigindo-se agora para o cemitério mais próximo da sua casa. Foi comprar flores. Margaridas e rosas. Ao chegar à entrada olhou para o chão, deixou cair as flores e começou a correr de novo para o rio à espera de encontra-la lá de novo. Lá chegou e lá ficou. Sem ver a razão pela qual foi para lá. O seu olhar, mais vazio que nunca, escondia algo que o atormentava à alguns anos. Pelo seu triste olhar caiu uma lágrima que ele rapidamente limpou.
Sendo agora 23:00 horas, John, chegou a casa. Viu o seu pai encostado à parede com uma garrafa inacabada de whisky. Tirou-lhe a garrafa e jogou-a para o lixo. Lavou a louça e foi para a cama.
A caminho da escola no dia seguinte, na esquina de uma rua, chocou contra algo ou alguém. Sentiu algo no peito e ouviu uma série de objectos a cair. Abananado olhou para o chão e lá a viu. A rapariga que ele tentava ignorar. Agarrou-lhe nos livros e ajudou-a a subir. Os dois ambos envergonhados pediram desculpa. Scarlet disse que a culpa tinha sido dela e que ela era distraída. John respondeu -"Não digas disparates, a culpa também foi minha ". Scarlet corou e no calor do momento perguntou se o podia acompanhar até à escola. Foram o caminho toda sem dizer nada e ocasionalmente surgia uma troca de olhares entre os dois, acompanhado por um sorriso de Scarlet e um desviar de olhar da parte de John. Não era que não quisesse, simplesmente não conseguia. Nela via algo que apenas no passado vivia.
Chegaram à sala de aula sentaram-se e por ali ficaram. Até que, uns minutos antes da aula terminar a professora entregou os testes. Ao entregar a nota a John, um 9 em 20, perguntou-lhe -"Se isto continuar vou ter que falar com os teus pais, estou muito preocupado contigo. Como é que eles não fazem nada em relação a isto?". John pegou no teste e saiu da sala a correr, seguido pela professora até à entrada onde a professora gritou -"John, desculpa!". A turma não percebeu o acontecido. Scarlet pressentia algo de mau. Ficou triste por John. Ficou triste por não perceber o motivo de John não falar com ela. Para ela eram os dois iguais. Tímidos, fechados e ambos com segredos.
John fugira outra vez para a berma do rio, que era preenchida por relva. Deitou-se nela e ficou por lá até o escurecer e a luar aparecer. Ao fechar os olhos viu um flashback de algo que julgava já se ter esquecido. Sentiu algo no braço e assustado levantou-se e gritou. Era Scarlet. Scarlet ficou assustada pois John estava suado e com um olhar apavorador. Sem se aperceberem aquele rio tornou-se no ponto de encontro destas duas almas desencontradas mas, ligadas uma à outra. John perguntou o porque de ela estar ali e o porque de lhe ter tocado no braço. Scarlet respondeu que, estava preocupada com ele pois achava-o triste. Disse que se precisasse podia falar com ela. John queria falar com ela, pois não lhe restava mais ninguém com quem desabafar. John disse-lhe que precisava apenas de dormir mas agradeceu a preocupação. Virou costas e começou a caminhar para casa quando de repente Scarlet gritou do fundo da rua - "Não estas sozinho John!". John olhou para trás para ver tudo aquilo que desejava ver. Scarlet acenava-lhe, com um sorriso de orelha a orelha. Desta vez, John acenou de volta. Não se riu por fora. Mas sentiu algo parecido a cocegas no seu estômago.
Ao chegar a casa John sentiu uma grande dor no peito e ficou mal disposto. Como se sentisse que algo de errado se estava a passar, John abriu a porta de casa. Frisou. Seus olhos começaram a tremer e as suas pernas e os seus braços a abanar. Deu gritos de agonia. Derramou lágrimas de fúria e tristeza. "Como posso eu não estar sozinho quando tudo o que me é querido acaba por desaparecer", pensou John. Ajoelhou-se e ficou tumulto. Os vizinhos foram ver o que se passava em sua casa, que ainda tinha a porta aperta e o caos instalou-se. Ambulâncias e carros da polícia rapidamente chegaram à casa do rapaz. Ele tinha apenas 12 anos.
Após este incidente John foi obrigado a ir viver com os seus avós maternos, deixando para trás tudo o que podia ter sido, mas não foi.
...

sábado, 15 de novembro de 2014

Esperarei todo o tempo
Até me dares uma resposta
Uma verdade sobreposta
Respirar é um passatempo

Dar-te toda a paciência
Pois esperar é essência
Amar é uma virtude
Que o meu coração ilude

Ver as flores florirem
Numa estação escura
Trazendo frescura
Quando os teus olhos riem

Quando os meus choram
No solo caem
E ao solo trouxeram
O mesmo do que dos meus olhos sobressaem

Quando sorris
Vejo um arco-íris
Instala-se o amor
Desaparece a dor

Nunca amei tanto alguém
Nunca senti tanta felicidade
Quando se é dado um abraço de verdade
Penso que me amas também

Olho-te nos olhos
Olhamos-nos nos olhos
Os teus desviam
Será que não queriam
Ou será que diriam
Aquilo que por mim sentes
Aquilo que não desmentes nem mentes

Penso em tudo o que queria
Mas não poderia
Pois o que queria não se passa de um sonho
Dar aos nosso filhos o que te disponho

Amor e carinho
Sempre risonho
Num mundo nada medonho
Não sei o que significa enfadonho

Apenas tu me esperas
Mil e uma primaveras
Um futuro perfeito deveras
Assim me severas

Oh cruel realidade
Apenas falas a verdade
Resta-me a saudade
Expões a minha única vulnerabilidade

Crescer sem ti
Viver sem ti
Amar sem ti
Morrer sem ti

O verdadeiro amor já não me espera mais
Vou perde-lo tal como os meus pais
E muitos demais
Cenários abismais

Não estou a viver
Estou apenas a matar o tempo
Enquanto a tua beleza contemplo
Sofrer é querer e nunca receber

Não estou sozinho, mas sozinho estou
O que ele nunca gostou
E o amor verdadeiro vive
O amor que nunca obtive

Sonho-te
Vivo-te
Quero-te
Amo-te

Quero que me ames
Quero que queiras amar-me
Que por mim derrames
Lágrimas ao viver-me

De tristeza por me entenderes
De felicidade por me quereres
Choro por ti
Riu por ti

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Tento ser forte
Tento ser duro
Tento não pensar na morte
Que me espera no futuro

Tento não cair
Mas quando perco as forças
Espero e volto a subir
Não querendo que desvaneças

No grisado e escuro nevoeiro
Que me espera em Janeiro
Finjo não me importar
Balas não me podem penetrar

Pois levo comigo
O sonho de vários
Penso que contigo
Posso superar todos os desafios

Tento estar bem
Quero ser feliz
Neste assunto sou um aprendiz
E em saber amar também

Admiro a tua inocência
E a tua força de vontade
Vai contra a minha tendência
De não dizer a verdade

A verdade falo
Quando a mentira digo
Tudo consigo
E assim te embalo

Sempre mentindo honestamente
Sempre amando verdadeiramente
Sempre vivendo livremente
Sempre querendo eternamente

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Decidi tentar escrever a minha maneira de ser. Apeteceu-me. Aqui vai. A nível físico penso que estou dentro do normal. Estrutura um pouco a cima da média, olhos castanhos, cabelo preto e "grande". Não sou fraco nem forte. Tenho pés um pouco grandes e as mãos pequenas. As minhas unhas são pequenas e as minhas orelhas também. Tenho pestanas grandes. Embora tenha dito que ia escrever a minha maneira de ser achei que não ficasse mal demonstrar também como sou fisicamente. Passo agora a escrever como sou emocionalmente. A nível emocional vou começar primeiro como sou em geral. Sou tímido, empático, emotivo, preocupado, nervoso e muito pensativo. Para as pessoas que não conheço sou mais tímido, falo pouco, sou desconfiado, ouvinte e pouco cuidadoso. Para as pessoas que considero de confiança, existem duas situações. Para os meus amigos e família sou prestável, cuidadoso, carinhoso, brincalhão, pouco tímido, social, bom ouvinte e conselheiro. Para a pessoa que amo sou tudo o que sou para os meus amigos mas com alguns acrescentos. Preciso muito de ter uma espécie de relação emocional com ela. A confiança que tenho nessa pessoa é total e sinto muito a necessidade de estar com ela e de sentir que sou prestável. Fui, mas não sou ciumento. Sinto com frequência a necessidade de mostrar o quanto gosto dela, por palavras, gestos ou textos e sinto também a necessidade de saber que o mesmo me é retribuído. Para mim as relações funcionavam da mesma forma que o reflexo funciona. Tudo aquilo que dou é constante a tudo aquilo que recebo. Mas, apôs te ter conhecido sei agora que essa forma de agir não é correta. Tento sempre fazer-te feliz, independentemente de o mereceres ou quereres pois para mim mereces tudo. Dou-te tudo mas não acho que não é o suficiente por isso tento dar-te sempre mais. Para mim o teu bem estar e estado de espírito significam tudo. Contigo aprendi a dar sem esperar nada em troca. Realmente tudo o que escrevi aqui são quase tudo aspectos positivos. Vou escrever então tudo aquilo que acho que tenho de mau. Sou arrogante, descuidado, instável, magoado, crítico, mentiroso, raivoso, mentiroso, descontrolado e por vezes, bruto. Tudo o que sou depende de tudo o que és. Depende de cada circunstância e momento. Eu sou tudo e nada, Diferente e igual com o passar dos dia. Eu sou eu.
Pergunto ou não pergunto. Penso e repenso. Cheguei à conclusão que pensar não está a funcionar. Talvez precise de falar em vez de pensar. Talvez tenha que agir em vês de reflectir.Imagino tudo o que pode acontecer. E receio tudo o que pode não acontecer. Sei que no mínimo acabo com o mesmo do que quando comecei e que no máximo ganho tudo o que sonhei. Uma saída de amigos. Uma saída de conhecidos. Um começo de algo mais sentido. Um começo de algo mais vivido. Sempre amigos e sempre conhecidos. Embarco num mundo cheio de emoção e muito colorido sempre que ao teu lado resido. Dorme bem e aconchegadamente na minha cabeça. Sem medo de estar sozinha ou acabar sozinha. Sempre sabendo que me tens na tua querida vida. Penso em mim, penso em ti pois sem ti não há mim. Sem ti apenas mais um seria. Nada vivia. Sempre ressentia. Abrange os teus horizontes onde lá resido. Sem ti mas nunca sozinho. Pois mesmo sozinho estás em mim.
Como é que um coração como o teu
Poderia gostar de um coração como o meu
Cheio de carinho e amor
Cheio de solidão e rancor

Assim és tu
E assim sou eu
Para sempre teu
Guardas-me no teu baú

Como pude deixar-te
Como pude ser tão cego
Ao ponto de abandonar-te
O meu futuro contigo estratego

Deixo o passado no passado
E construo um futuro
Bem longe do não desejado
Para dentro murmuro

Abriste-me os olhos
E através deles agora vejo
Um futuro com filhos
Assim o prevejo

O teu amor é o que mais quero
A pensar nele pinto um quadro
Através de um pensamento
No chão assento

Não sei como vivi até hoje sem ti
Ao teu lado sempre curti
Tudo agora entendo
Um futuro estupendo

Como é que um coração como o teu
Poderia gostar de um coração como o meu
Tal como a morte ama a vida e a vida ama a morte
Talvez tenha tido essa sorte

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A escuridão. A escuridão instala-se quando existe falta de clarão. Quando se instala tudo se torna negro. Deixamos de ver e sem ver passamos a andar sem rota. Sem destino lá vamos nós, cada vez mais próximos mas sempre mais longe. Caminhamos e caminhamos. Passamos por pontos seguros. Sem nada ver por eles passamos, passando ao lado de abrigos tornamos-nos sem-abrigos. E assim ficamos. Sozinhos mas nunca esquecidos. Esquecidos por aqueles que foram e hão de vir. Mas como podemos nós ver quando os nossos olhos estão cerrados. Desidratados de tanto chorar. Vermelhos de tanto odiar. A escuridão sempre existirá. Sempre caminhará de braço dado com a luz. Entre elas reside uma fina linha à qual chamo de consciência. Consciente de que a qualquer altura me posso deparar de novo com a luz que se tornou escura. Ao longe vejo algo. Doí-me os olhos. Talvez por ter andado no escuro muito tempo. Quase que não consigo acreditar. Mas sem esperar em direcção a ela corro. Uma bolha. Uma bolha que me impede de entrar para lá. Apenas observar consigo. E lá fico. Do lado de fora à espera de ser atendido. Mas porque motivo seria eu atendido? Sou apenas mais um entre muitos que caminham no escuro. Os opostos atraem-se. Será que quando os dois se juntam um deles deixa de existir? Será que formam algo novo? Uma espécie de luz, enfraquecida mas forte. Realista mas inocente. Talvez um dia descubra o resultado para esta incógnita. Só o tempo o dirá. E assim o espero. Dia a dia. Sempre olhando para o relógio. O relógio onde o tempo reside. O mesmo tempo que me afasta de ti.
Acho que nunca te elogiei. Sempre te odiei. Fazendo com isto que me odiasse. Não te odeio agora. Sei agora és como és porque eu sou como sou. És tudo aquilo que a mim me falta. Ages apenas para me proteger e actuas apenas quando necessário. Quando estive doente e tu sabes bem quando o foi apenas tu me acordavas. Apenas tu me fazias ver do que estava a fazer. Pelos teus olhos via tudo aquilo que não conseguia ver. Delírio e depressão. Era tudo aquilo que vivia. Em mim pegaste e a mim me mostraste que, se quiser, sou tudo aquilo que preciso de ser. És frio, implacável, desconfiado, magoado e impulsivo. Mas, embora assim o sejas, apenas o melhor queres para mim. Fazes tudo por mim. Não te preocupas com o que os outros pensam e dos outros nada queres saber. Sempre me disseste que apenas deveria confiar em mim. Mas como posso eu fazê-lo se foi contigo que aprendi a confiar? Nunca me desiludiste. Nunca me traíste. Ficas triste quando eu fico triste e feliz quando assim o fico. Gostava de te conhecer noutro corpo para um abraço te poder dar. Beijar e amar. Dar-te tudo aquilo que não consigo dar e retribuir tudo aquilo que por mim fizeste. Por isso sei que quando tomar um decisão a tomo por dois. Por ti e por mim. Eu sei que não gostas que diga isto mas... das-me permissão para convidar mais alguém cá para dentro? Ficaremos apenas nós os três. Eu, tu e ela. Sempre juntos. Eu prometo que vai valer a pena. Se não valer... se não valer... bem, fazemos o costume. Tu agarras-me e juntos seguiremos o nosso caminho. Sempre de cabeça erguida e nunca encolhida. Independentemente de o mundo acabar sei que contigo posso sempre contar. Obrigado por tudo amigo.
É para mim difícil acreditar que existam pessoas neste planeta que me amem. Cresci sem saber o significado de amor. Para mim o amor era apenas uma palavra e nada mais. Cresci a pensar que todas as relações acabariam da mesma forma... sentia que todo o amor era apenas um vazio disfarçado de uma emoção. Sem coração não sentia emoção, não sorria. Apenas chorava e refugiava-me atrás das minhas grandes muralhas. Assim cresci e assim vivi. Irónico saber que era amado mas que nunca o senti. Saber que fui amado e não me apercebi. Não consigo aceitar o facto de alguém me amar sendo como sou. Um vestígio de algo que outrora aqui viveu. Uma alma perdida na noite habita. Um rapaz cheio de cicatrizes. Cicatrizes de acidentes, cortes, queimaduras e acima de tudo cicatrizes de balas que ao lado do meu coração passaram e ali ficaram. Tento e volto a tentar saber que é possível me amar. Com todos os meus defeitos, imperfeições e mal-funções. Dou por mim sentado sozinho a pensar em tudo o que podia mas não fiz. Dou por mim deitado a navegar no rio de acontecimentos ao qual chamo de memórias. Penso eu mim e penso que tudo tem que estar bem. Penso em ti e vejo que tudo está onde merece estar. O meu lugar é ao teu lado ficar. Não posso mais pensar em ninguém sem ser em ti. Estou de tal forma ligado a ti que mesmo que quisesse voltar a trás já não conseguiria. Preciso de ti... mas será que precisas de mim? No final todos precisamos uns dos outros... Sem ti, sem eles e sem vocês nada seria. Seria apenas num grande e redondo zero. Apenas preso pelos limites do corpo mas sem nada por dentro. Um corpo sem alma. Um vegetal que dança com o sussurrar do vento. Danço quando as notas musicais que cantas chegam aos meus ouvidos e ali ficam. Nada mais importa. Apenas tu. Tu e eu. Num mundo vazio à espera de algo que o mude. Um planeta envelhecido, mal tratado e entristecido. Um mundo que chora mas que acima de tudo sorri por poder, embora não o mereçamos, dar a viver e conhecer toda esta imperfeita natureza e todos os seus filhos. Comparo a lua ao meu sonho. Ambos distantes e mentirosos. Penso que sim mas sei que não.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Dizer-te de tudo
Tudo o que queria
De nada me serviria
Falo estando mudo

Cativas-me com o olhar
Fazes-me rir e chorar
Grito sem gritar
Falo sem falar

Falo com o meu olhar
E tu com o teu respondes
Apenas com o olhar amar
Nada disto mudes

Tocar-te com a pensamento
Com o pensamento beijar
Sem nada a questionar
Aprecio o momento

Abraçar-te é viver
Viver é amar-te
Daqui até Marte
Infinitamente poder ver

Ver tudo aquilo que és
E tudo aquilo que sou
Quando ao teu lado estou
Levitam os meus pés

E voou até às nuvens
Para onde ela me acompanha
Sem nenhuma artimanha
Juntos permaneceremos jovens

Quero contigo partilhar
O significado de cuidar
E sem nada a perguntar
Simplesmente amar.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Saudade do que tenho. Saudade do que não possuo. Saudade de nada. Saudade de ter saudade. Sonhei contigo e de novo me apercebi de que sem ti sou saudade. Respiro e expiro saudade. Riu saudade e choro saudade. Se a saudade existisse por algum motivo seria. Para nos lembrar do que queremos mas não podemos. Sinto saudade todos os dias porque para mim a tua presença não tem substituto. Tento abstrair-me de várias formas. Pensei que a maneira mais eficaz fosse dormir mas nem ai consigo para de sentir a tua falta. Nos meus sonhos apareces sempre feliz, talvez por me ver ou talvez por apenas nos sonhos me veres. De qualquer forma sei que pelo menos durante esse período de tempo que sonho a saudade desaparece momentaneamente, mas, a partir do momento em que desço das nuvens onde habitas, tal como o ser angelical que és, e toco com os pés no chão apercebo-me de que estava a sonhar. Não fico triste. Fico apenas ansioso por te ver mais uma vez. Gosto de controlar os meus sonhos pois nos meus sonhos acontece o que quero e apenas o que quero. O que quero é bastante simples, fazer te feliz que por sua vez faz de mim feliz. Transbordas felicidade e eu apanho-a de poros abertos. Quero ter o prazer da tua companhia de novo. Vivo saudade.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Tento fugir de ti mas não consigo. Como a minha sombra persegues-me a qualquer altura. Imagens e recordações voltam e fico pensativo. Penso em tudo o que foste e que não consegui ver. Penso em tudo o que és e tudo aquilo que agora vejo. Tal como uma criança abandonada procuras alguém ou algo que te tire dessa solidão. Eu compreendo isso mas ,embora o compreenda, existe uma diferença entre compreender e concordar. Vives agarrada ao passado e deixas que o passado te influencie o futuro. É triste ver-te a andar em círculos vezes sem conta. Tenta perceber que o problema não reside nos outros mas sim em ti. Tentas sempre culpar os outros e falhas a perceber os erros que cometeste e cometes. Chega a ser ridículo todo esse teu comportamento infantil e viril. Enquanto optares por seguir o caminho nocturno apenas sofrimento te esperará. Acredita, já vivi muitos anos nesse caminho e sei perfeitamente o que estas a passar. Embora tenham sido situações diferentes, ambas as situações eram inevitáveis. Quando não se ama o charme desaparece. As verdadeiras cores vêem ao de cima e tornaste-te num ser vulgar e banal. Ages de forma irracional e ofensiva. Disparas contra tudo o que se mexe. Tem calma, olha à tua volta, vê o que tens e não o que não tens. Aceita o presente e caminha para o futuro de cabeça erguida. Tu não me amas, nunca me amaste. Simplesmente viste algum em ti que te completava e precisavas. Amar torna-nos numa pessoa carinhosa, cuidadosa e compreensiva. Disparas balas de ferro pela tua boca e as tuas mãos transformam-se em espadas. Nada que possas atirar contra mim me pode afectar. Sou imune a críticas e ao ódio de pessoas com quem nada quero. É um desperdício de tempo e de esforço. Fui honesto e sincero. Disse-te a verdade quando te disse que gostava de ti, não te amo, e agora nada desse amor resta pois com as tuas atitudes apenas conseguiste criar distância entre nós. Tal como a sombra que és, exposta à luz, a tua existência passa a ser nula. Finalmente encontrei o sol pelo qual sempre procurei. Esteve diante de mim muito tempo mas só agora o percebi. Não te consigo odiar e nem quero, por isso, espero que consigas um dia por para trás o passado e que mudes para melhor. Sei que temos a capacidade de sermos bons dentro de nós. Um dia encontrarás esse alguém que te iluminará o dia apenas com o seu sorriso, fazendo da sua felicidade, a tua. Boa sorte no futuro, eu sei que és capaz pois eu também o fui.

domingo, 2 de novembro de 2014

Penso que sei
O que realmente é amar
Amar é amar sem nada em troca esperar
Peguei na palavra felicidade e nela troquei

Não troquei o seu significado
Pois estar feliz é ser feliz
Simplesmente pego no teu sorriso
E no meu o concretizo
Sei que sou apenas um petiz
E talvez nunca tenha sido amado

Mas não ser amado
Nada me incomoda
Penso que agora virou moda
Amar e querer receber algo em troca
Não me deixa chateado
Nem perturbado
O que me deixa preocupado
É navegares sem doca

Não te aflijas
Apenas por ti e não mais ninguém
Trabalharei até as mãos ficarem rijas
Até um dia arranjares alguém

Nada mais te posso dizer
Mas sem te querer entristecer
O meu coração consegues aquecer
Apenas te quero satisfazer
Pois o teu lazer
É o meu prazer
Amar não é desejar, querer nem ter. Para se amar não se pode querer completar algo que já está completo. Pondo estes sentimentos numa equação x = 0.5 + 0.5 logo x = 1, x = 1 + 1 logo x = 2. Quando se ama gera-se um terceiro mas nunca se muda o primeiro. Pegar e mudar não é amar, é desejo. Escusado será dizer que quando se ama pode-se sentir desejo. Mas para amar alguém não se necessita de haver desejo. Amar supera os limites físicos e vai para alem dos limites químicos. Amar é essência. Amar é sentir e viver. Não quero que sejas minha. Não quero ser teu. Quero que ambos sejamos de nós próprios. Não procuro completar nada. Não quero ser completado. Eu sou eu, tu és tu. Pondo sempre os teus sentimentos em primeiro lugar sei que te amo, pois para ser feliz basta-me que sejas feliz. Isso sim... é amar

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Incrível como pode ainda existir neste mundo uma mulher com as tuas qualidades
Tanto fisicamente como psicologicamente possuis tremenda beleza
Apenas observando e nunca sentindo invade-me a tristeza
Vives de forma única e integra, és um ser angelical que nunca pratica maldades

Toda essa tua perfeição faz de ti o único sonho que se tornou realidade
Digo com certezas que sem ti a realidade seria apenas um pesadelo
Por isso fica permanentemente pois com a tua inexistência só conseguirias entristece-lo
A este nada belo mundo quando comparado à tua beldade

Nos teus cabelos castanhos e ondulados percorre a estrada para a perfeição
Começando na ponta do teu cabelo e acabando em lado nenhum
Pois embora tenha começo a tua perfeição não tem fim

Para mim és muito mais que matéria, és o meu coração
Olho para ti e nunca vejo mal algum
Sonhava um dia te ter só para mim

Questiono-me se a teu lado a escuridão se tornaria um clarão
Um clarão de luz transmitindo apenas amor
Esta é apenas a minha opinião
Mas ao teu lado desconheço a tal dor

A dor que me persegue desde que me lembro
A solidão que me segue inquestionavelmente
Ela engana-me e sempre mente
Espero contigo passar o dia quatorze de Novembro






quinta-feira, 30 de outubro de 2014

It's a little bit funny, this feeling I have inside,
The more it lasts the stronger it gets,
So it lasted, year after year, until it became time to show what I still hide,
At the beginning I was afraid but all the fear vanquished when our eyes met.

I find it hard to believe that my love is what you desire,
I find it hard to believe that your love for me is real,
Your attention suddently became my daily meal,
Losing my appetite while my heart is engulfed in wire.

That's how I feel when our paths cross and a smile blossom,
Whenever I walk beside you I never find boredom,
All I wanted and want is to be the cause of your lovely smiles,
All I say is true so trust me when I say that with you I would walk infinite miles.





domingo, 26 de outubro de 2014

Corro e não olho para traz
Não é que não queira mas não posso
Sem saber se sou capaz
Tento não cair num fosso

Quero puder olhar para traz
Quero apreciar a doce amargura que trago
Quero poder encontrar a paz
Vendo apenas o reflexo do teu rosto num lago

Penso que cheguei a um impasse
Escolho entre perder a minha humanidade
Ou perder a minha oportunidade
Apenas queria algo que me completasse

Creio que esse algo nunca irá chegar
Pois sei que por ti nunca me irás amar
Compreendo e choro agoniado
Apenas queria não ficar descontrolado

No silêncio permaneço quieto à espera de uma resposta
Na fria e vasta hipótese de acontecimentos
Apenas num futuro faria a minha aposta
Apenas queria contigo passar mais alguns momentos

O silêncio é a pior resposta
Uma vida sem ti não é vida
Com a minha alma dividida
Aguardo pela tua proposta

Espero poder continuar a te acompanhar
Nem que seja do outro lado do vasto mar
Quero que haja de novo uma troca de olhar
E que por fim este capitulo consiga acabar ou continuar

Tens o mar e a terra ao teu controlo
Procura-me no subsolo
Onde eu hei de permanecer solo
Até me levantares e levares no teu colo

sábado, 25 de outubro de 2014

Costumava ser um rapaz que não confiava em ninguém e que me escondia atrás das muralhas que construí ao longo dos anos. Costumava ser um rapaz que tinha medo das pessoas, medo de relações e medo de mim próprio. Ainda hoje sou o rapaz que era noutros tempos. Na minha vida ouve várias pessoas que conseguiram fazer com que subisse a muralha e espreitasse para o lado de fora, ouve alturas em que me magoei e ouve outras alturas que me senti feliz. Sempre que me magoava aumentava o tamanho da muralha e sempre que ficava feliz o tamanho da mesma diminuía. Ouve uma pessoa que destruí essas muralhas que construí ao longo dos anos e que me fez compreender a beleza do mundo exterior. Caminhei com essa
pessoa durante algum tempo mas eventualmente voltei à muralha, à muralha ainda destruída. Antes de começar a construí-la apareceste e mais uma vez fizeste com que saísse cá para fora. Assim fiquei, do lado de fora da muralha, solitário sem protecção e à tua espera. Tenho medo de te ter afastado ao dizer-te o que sentia, mas gostava que soubesses que se necessário posso voltar para a muralha e que volto a ser o rapaz que sou e que era. Dou valor à tua presença e diária companhia. Dou mais valor a isso do que à minha liberdade e felicidade. Sei que não estou feliz em estar cá fora. Sei que vou estar infeliz do lado de dentro por isso, se não queres explorar os cantos deste belo mundo comigo diz-me. Peço-te. Imploro-te que me deixes voltar para a minha concha e voltar a construir o que me separava da solidão. Basta dizeres-me-o e assim o farei. Espero por uma resposta... espero por ti.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Levei algum tempo a perceber o que realmente sentia por ti. Sabia que sentia algo de especial por ti mas não sabia bem o que. Ultimamente sinto-me tristonho e sem forças. Talvez porque uma das coisas que me trazia mais felicidade era estar contigo e saber que estavas perto de mim. Onde a concentração vai a energia vai atrás e talvez seja esta a razão de eu me sentir sem energia como se me tivessem aspirado o anterior do coração. Gostava de te pedir, se possível, que voltasses a me dar o que me pertence, isto sendo a minha energia e a minha felicidade. É apenas um pedido estúpido mas será que poderia estar mais alguma vez só contigo? Tal como no dia em que te acompanhei até ao autocarro? Apenas um pouco é o que preciso para voltar a ter um sorriso na cara. Vejo te a afastares de mim mas nada posso fazer sem ser observar tal como no sonho em que te observava a chorares agarrada à minha mão depois da minha morte. Sei que enquanto não morreres nunca vou estar realmente morto pois a minha energia nunca iria sair de ti pois mesmo nos meus últimos momentos de vida a minha concentração estaria virada para ti. Nunca te disse mas gosto do teu olhar, gosto de quando me olhas, gosto de quando os nosso olhares se cruzam e um sorriso floresce. O meu olhar vazio ganha vida quando olho para ti e consigo ver de novo as cores que existem para alem do preto e branco. Talvez consigas lavar o preto que mancha a minha alma. Talvez consigas purificar-me. Talvez ai tenhas um motivo para gostar de mim. Talvez percebas o que eu já percebi à algum
tempo. Sei que os dias parecem anos sem ti aqui e sei também que os anos sem ti não passam de um dia. Não sei se algum vais perceber o porque de gostar de ti e gostava que pudéssemos trocar de pontos de vista para te puderes ver a ti própria como eu vejo e para eu me poder ver como tu me vês. Quero-te a toda a hora e não percebo porque é que as coisas têm que ser como são. Existem muitas coisa que ainda não percebo. Existem coisas que nunca vou perceber. Mas percebo que uma vida sem ti não é uma vida. O meu desejo não tem fim. O meu amor por ti é o meu pior castigo.

domingo, 19 de outubro de 2014

Pergunto-me se pensas em mim. Se sim, questiono-me se pensas em mim como penso em ti. Se sim, inquiro o porque de nunca falares comigo, o porque de não responderes quando demonstro por palavras que para mim és especial. Não vejo motivo para tal cenário acontecer o que me leva a acreditar que não sentes nem de perto o que sinto por ti. Fico um pouco deprimido quando penso que nunca vais sentir por mim o que sinto por ti, mas aceito, aceito porque compreendo o porque de não me amares. Para alem de ser teu amigo poucas qualidades tenho. Sou um rapaz fora do comum, tímido, e bastante irregular. O que realmente seria de questionar seria o porque de gostares de alguém como eu. Quando te vejo, vejo tudo aquilo que quero mas não posso ter, vejo tudo aquilo que és. Odeio sonhar contigo pois sinto que o meu cérebro me esfrega na cara que és aquilo que realmente nunca vou poder conquistar. Não uso a palavra "conquistar" com o sentido de "dominar" ou "ter" para mim, mas sim conquistar no sentido romântico de conseguir fazer com que quando olhes para mim me queiras ou que pelo menos gostes de mim. Faz quase três anos que sempre que te vejo, sempre que estou contigo sinto algo por ti. Não consigo combater esta vontade que tenho dentro de mim que cresce sempre que te vejo sorrir. Afastei-me de ti exactamente por saber que não ias sentir nada por mim. Afastei-me de ti pois pensei que te conseguiria esquecer. Por momentos pensei que sim, mas caindo agora das nuvens nas quais hibernava enquanto vivia numa mentira apercebo-me que não. A verdade é que gosto de ti à três anos. A verdade é que quando te vejo não consigo parar de olhar para ti e quando não te vejo não consigo parar de pensar em ti. Acho parvo ter tido a capacidade de ter tido uma namorada enquanto os meus sentimentos por ti, embora adormecidos, continuavam a bater no meu coração. A prova viva disso é que mesmo namorando quando olhava para ti sentia um aperto no coração e rapidamente esquecia o outro alguém com quem dividia a minha vida e só te via a ti. Sei que se não te tivesse posto a vista em cima nunca teria questionado se gostava ou não da minha antiga parceira. Sei que estou como estou devido ao que sinto por ti. Não sei como te dizer isto. Não sei se quero dizer-te isto. Não quero que fiques triste nem que penses coisas que te possam magoar. Prefiro esconder a verdade e aguentar para mim tudo o que te quero dizer, tudo o que tenho que dizer para quando de manha acordar poder sorrir de consciência livre. De saber que fiz tudo o que podia ter feito. Mas não, não consigo fazê-lo. Sempre que tento falho... sei que vais partir para uma nova vida, vais conhecer novas pessoas, vais ser desejada por outros homens e talvez um dia te apaixones e comeces algo com outra pessoa. Se algum dia isso acontecer sei que ficarei feliz por ti, porque gosto de ti e te quero ver feliz, mas não nego que gostava de ser eu a pessoa com a qual serias feliz nos dias pelos quais caminharíamos de mãos dadas. Gostava que quando olhasses para mim soubesses tudo aquilo que vejo quando olho para ti. Gostava...

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Vagueio nas ruas frias e pretas da cidade à qual chamamos de casa à procura de te encontrar ao virar da esquina. Tento evitar procurar-te durante o sono, mas sendo mais forte que eu, a vontade que tenho de te ver é tanta que acabas por me visitar à noite na minha cama. Durante a noite passas a ser uma criação da minha imaginação, uma amostra de um exemplar. Uma lembrança do teu perfume faz com te deseje ainda mais esta noite, quero estar contigo. Não só esta noite mas sim nas noites todas de inverno que se seguem e nos dias todos de verão que nos esperam. Tenho saudades do teu riso, o teu formoso riso, o riso angelical que salienta tão bem a tua beleza. Quero poder abraçar-te mais uma vez... quero cheirar o teu perfume através dos teus belos cabelos... quero olhar-te e contemplar a tua imperfeita perfeição de que tanto gosto. Tanto me faz se o sabes que quero ou não, nada me incomoda. Quero apenas chamar a tua atenção e nem que seja por momentos ter-te para mim nesta escuridão que me persegue à qual chamo de civilização que tanto me nega o direito de ser um livre cidadão. Não quero ser um livre cidadão, quero ser um livre Adão, livre de religião, apenas preso à tua paixão. Empurra-me e depois agarra-me. Diz que me aceitas e que me queres. Sou teu a qualquer altura que assim o desejares. Ajoelhado e de braços para cima espero que algo aconteça na minha vida que me junte a ti. Sei que devia de me levantar e seguir as minhas ambições, mas como posso eu seguir em frente quando as minhas pernas estão algemadas por um fio invisível ao qual chamamos de amizade? Poderia dizer que a podias cortar com uma faca, mas porque cortar algo que se pode abrir sem danificar? Usa a chave que guardas no teu coração e abre as portas que afastam os nossos corações um do outro. Sonho connosco.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Apôs ter visualizado um filme chamado "Autómata" despertei em mim um pensamento que o meu cérebro decidiu enterrar nas profundezas do meu subconsciente pois como sempre, o cérebro esconde aquilo que considera uma ameaça. Obviamente, apôs me ter despertado o interesse de falar nisto independentemente do que ele tente fazer para o voltar a enterrar não o vai fazer pois assim o desejo e como o cérebro, se treinado, faz aquilo que nós o mandamos fazer, assim o fará. Começando agora a falar do filme, neste filme vi o quanto o ser humano se considera "superior" ou de maior direito de existência e supremacia em relação a outras entidades. Como é óbvio esta forma de pensar é para nós, como espécie um pensamento que nós impede de nos tornarmos num ser ainda mais inteligente do que aquilo que somos. Como "seres superiores" deveríamos de preservar a paz e a vida, não só a nossa mas também de qualquer outro ser vivo. Se os outros seres vivos se alimentam apenas de aquilo que necessitam para sobreviver, porque é que nós sentimos a necessidade e o prazer de comer mais do que aquilo que conseguimos mastigar? Neste filme, o ser humano apôs deparar com um ser intelectualmente superior e sem limites de evolução, ao contrário de aprender com ele, pois faltava-nos a capacidade para tal, faz com que o ser crie restrições para a sua própria raça, criando protocolos que os impedissem de crescer como ser, tornando-os "escravos" do ser humano. Acharam-se no direito de o fazer pois acreditaram que os outros seres vivos serviam para os "servir" ou para ganharem algo em troca deles. Prazer, alimentação, divertimento. Acontece-se que o ser superior apôs ver o estado degradante em que o ser humano se dirigia decidiu remediar o que tinha feito à sua raça. Reverteu o 2º protocolo que dizia que nenhum robô se podia reparar nem ser capaz de ter consciência. Incapazes de ter consciência os robôs não podiam evoluir. Anulando este protocolo os robôs começaram a evoluir a uma velocidade extremamente veloz, a níveis intelectuais, que acabaram por superar o ser humano. Depois dos seres humanos descobrirem disto tentaram acabar com essa forma de vida, pois representava uma "ameaça" para a sua espécie, ou assim pensavam eles". O 1º protocolo dizia que nenhum robô poderia fazer mal a um ser humano e que deveria fazer de tudo para prevenir que algo de mal lhe acontecesse. Embora o 1º protocolo se mantivesse era extremamente irrelevante porque um ser "superior" não tem necessidade de usar a violência. Os robôs, incapazes de matar os seres humanos devido à sua extrema inteligência e sem qualquer tipo de instintos primitivos apenas observaram enquanto os humanos os matavam. Ao contrário de matar criaram outra forma de vida através da sua inteligência que seria a evolução da espécie robô actual. Esta espécie, ao contrário do que foi dito,  matou um ser humano que o tentava matar para prevenir a sua própria morte. Juntos, o único robô e o auge da evolução actual partiram para se continuarem a evoluir. No filme existem algumas partes que merecem ser referidas, tal como, numa cena em que um robô deparando-se com um humano com uma arma na mão que lhe está a dizer para se ajoelhar fica parado. O humano pergunta-lhe o porque de ele não o obedecer visto que ele era só uma máquina e a máquina responde que, Tu dizeres que eu sou "só" uma máquina é o mesmo que eu dizer que tu és "só" um macaco". Escusado dizer que o homem matou a máquina. Noutra cena o ser humano fala com a máquina e ambos discutem a diferença entre "sobreviver" e "viver", em que o humano diz que fazem o que fazem para sobreviver  mas que o robô responde que sobreviver não tem importância quando comparado a viver. Deparado com esta situação o humano ri-se e dá ao robô a ferramenta que é necessária para a criação da evolução da espécie, não só humana mas também robótica. Somos parvos em acreditar que o ser humano é o auge da evolução. Somos apenas mais um degrau numa escada infinita, uma escada cujo o destino é desconhecido. Somos só mais um ponto num universo.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Tenho pavor de me tornar o solitário passarinho.
Receio ser o único pinto no ninho.
Tenho medo de estar sozinho.
Temo morar sem nenhum vizinho.
Tenho terror de acabar esquecido no meu cantinho.
Assusto-me em não ter alguém que queira o meu carinho.
Tenho fobia de me faltar o alguém com quem dividir o meu carrinho.
Preocupa-me dormir sem o teu miminho.
Tenho um sufoco quando penso em tornar-me no coitadinho.
O coitadinho do solitário passarinho, que mora no seu ninho, sozinho, sem nenhum vizinho, esquecido no seu cantinho, sem ninguém que queira o seu carinho, sem ninguém com quem dividir o seu carrinho.

domingo, 12 de outubro de 2014

Parecendo ridículo e altamente improvável de acontecer, com certos gestos e atitudes que tens tenho o pressentimento que tens medo de algo, medo que te ame, medo que não te ame. Qualquer um dos dois traz altos e baixos. Se for a primeira opção significa que, ou tens medo que te ame porque não me amas e não queres estragar algo que para ti é precioso ou tens medo que te ame porque também sentes o que sinto por ti e não sabes o que fazer. Se for por teres medo que não te ame vejo que pode ser por me amares e tens medo que não te ame, o que é altamente improvável, ou tens medo que não te ame porque gostas da forma de que trato mas não me amas . Analisando estas quatro opções que percorrem o meu pensamento como a agua percorre o regato qualquer uma delas me assusta. Passo então a analisar cada uma destas opções individualmente. Se tu não me amas mas se eu te amo sei que não te vou poder conquistar pois na tua mente não passo de um amigo para ti, quando digo que, "não passo de um amigo", não estou a menosprezar o significado da palavra "amigo" mas sim que gostava de ter algo mais para alem da amizade que já temos. Por outro lado, se me amas e se tens medo que eu te ame pois não sabes o que fazer lamento desiludir-te pois nunca na minha vida tive algum tipo de relacionamento fundado por pura amizade passasse por uma metamorfose e se transformasse em algo baseado em puro amor. Embora não saiba o que fazer gostava de ter a chance de poder descobrir o que fazer contigo a meu lado, como duas faces de uma moeda, gosta de quebrar o ciclo do yin e yang e fundirmos-nos em um só. Das três opções a terceira é a que mais desejo mas ao mesmo tempo fico triste se esta for a opção correcta, pois, se me amares e se não souberes que te amo significa que ainda não foste capaz de perceber as minhas mensagens subliminares. Tento mostrar-te que és única, tratando-te de forma diferente de qualquer outra mulher. Se foste incapaz de perceber isto até hoje significa que estou a fazer tudo errado e que tenho que arranjar outra forma de mostrar os meus sentimentos por ti. Talvez dar-te a chave que fecha o meu diário, deixar-te ler o fruto do meu pensamento e deliciares-te com tudo o que de belo vejo em ti. A ultima opção penso que não corresponde muito à tua maneira de ser, mas também é uma opção, não podendo assim descarta-la. Se gostas da forma como te trato sem me amares significa que ia ter que carregar aos meus ombros o peso de não deixar de ser o que sou para ti mas ao mesmo tempo não dar demais nem esperar nada em troca da minha maneira de ser por ti. Pensado em tal cenário fico um pouco entristecido, pois és tudo aquilo que quero, independentemente de estar acordado ou em hibernação o meu pensamento não me deixa de parar de pensar em ti. Sei que estou apaixonado por ti. Aguardo no nevoeiro de questões e possibilidades pela chegada de um sinal que ilumine o meu caminho em direcção a ti. Espero-te.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Incapaz de perceber as minhas atitudes e incapacitado de me conhecer verdadeiramente, paro, penso e falo comigo próprio em busca de respostas. Tal como um médico procura a doença no paciente, também eu procuro o "algo" que me deixa doente, não a nível físico mas sim a nível psicológico. Tal como projectando um som num vale a única resposta que recebo é exactamente o mesmo que perguntei. Percorro as extremidades do circulo vezes e vezes sem conta, encontrando no fim exactamente o mesmo com o que comecei. Nada. Admito que por vezes gostava de ser algo que não sou, mas se não o sou será que é realmente porque gostava de o ser? Acredito que temos dentro de nós a capacidade de mudar e de adaptar consoante certas situações. Se fosse da minha necessidade mudar será que não o faria? Se sim, a única explicação lógica seria que esta situação não requer que eu mude. Permaneço então aquilo que sou e que era. Ao contrário do que tinha feito anteriormente, não rondei mais o circulo, olhei-o de uma perspectiva maior, e vi-o por completo. Descobri então a resposta que procurava, descobri que o que procurava era nada mais nada menos do que obtinha quando gritava num vale, exactamente o mesmo de quando gritava. Sim, é exactamente isso. Quando se trata de psicologia, muita das vezes arranjamos problemas onde não existe nada. Acreditamos a tal ponto que temos algo, que esse algo se torna realidade. Por isso, a resposta é: "o que quer que seja que nós queiramos".
É difícil para mim expressar por palavras algo que não encontro significado escrever. A arte de perdoar e de saber pedir perdão, para mim, para além de ser difícil é extremamente importante, exigindo uma mudança de atitude ou uma demonstração física da palavra "perdão". Digo com isto que encontro na palavra "desculpar"ou "perdoar" um grande vazio, talvez pela minha falta de fé nas palavras do ser humano ou talvez ainda pela minha falta de credencial em geral. Quando te digo que não gosto que me peçam desculpa, digo-o com convicção e com sentimento. Como já disse anteriormente, acredito no que os meus olhos vêem e não no que sai pela boca dos outros. Embora estúpido esta regra não se aplica a tudo, pois, para mim, confiança é vital no meu dia a dia. Tendo amigos e família aprendi a confiar. Não só acreditar no que vejo mas sim também no que oiço quando o som é expelido pela boca nos quais ponho a minha confiança. Se com isto concluis que não confio em ti estás enganada. Porquê? Simples. Tanto de ti de como qualquer outra pessoa a palavra "desculpar" ou "perdoar" (e todos os derivados destas palavras), transmitem-me tudo menos o que é suposto. Por isso não te culpes por não conseguires adquirir o meu "perdão", porque eu também, não.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Sem te dares conta, os teus sentimentos reflectem-se no meu dia a dia. Rapidamente me apercebo do teu humor pois como em qualquer pessoa, mudas. Eu compreendo que é apenas comum termos dias maus, compreendo também que sem raiva não poderia haver paz e que sem tristeza não poderia haver felicidade, mas, embora compreenda isso, continuo a achar que com um riso na tua face e com a tua serenidade ficas mais bela. Não é que não te ache bela de qualquer modo, pelo contrário, ao olhar para ti nunca me fastio. Ao ver as curvas dos teus lábios se embicarem para cima o meu rosto ganha também um riso. Atrevo-me a dizer que o teu sorriso é contagiante para mim. Não sei se para outros também o é, mas com certezas te digo que os teus sentimentos batem em mim como um reflexo num
espelho e rapidamente reflicto o que me foi reflectido. Perco-me num mar de palavras e pensamentos quando acredito que o mais simples seria dizer que me conquistaste com a tua maneira de ser. Pensando melhor, não existe nada mais complexo do que o amor. Fico-me então pelas palavras e os pensamentos. Não te percas a meio da encruzilhada, mas, se algum dia te perderes, não te aflijas, eu serei o porto no qual poderás parar. Serei o farol que te iluminará o caminho para o teu destino. Faço-o não só por amor mas sim também como agradecimento por me dares a conhecer o teu verdadeiro "eu".

Numa vasta planície várias flores residem, numa vasta planície só uma flor reside em mim. Por ingenuidade colhi-a, por ingenuidade a matei aos poucos.
Uma pequena mas grande flor, com cores nunca antes vistas, estragada pela minha ganância e estupidez...
Colhi-a, fiquei feliz por ter encontrado uma flor como aquela, sem me aperceber aos poucos as suas únicas cores foram desfalecendo.
Sem cor, ou antes manchada pelas minhas escuras cores.
Sem cor e sem brilho a flor perdeu a sua beleza.
Devido à ausência de beleza voltei a coloca-la onde a tinha encontrado. Passado algum tempo a pequena grande flor voltou a ganhar as suas cores.
Na minha cabeça escrevi e com os meus olhos entendi que nunca uma flor deveria de ser colhida pois o lugar onde ela pertence não é nas minhas mãos ,não nas mãos de ninguém, mas sim no solo da planície.
Ao relento, ao livre. Atrevo-me eu a voltar a colher a flor, sabendo que o mesmo acontecerá?
Malucos são aqueles que fazendo os mesmos actos esperam um resultado diferente.
Ao invés de te colher vou apenas olhar, tocar, mas nunca retirar. Re-escrevo na minha cabeça, nunca mais colherei aquilo que a mim não me pertence. Nenhuma flor me pertence. Nada me pertence sem ser eu mesmo. Conhecendo o futuro impeço que o passado se volte a repetir e com isto mudo o futuro.
 Quando olho para ti sei que nunca poderás ser minha, nem de ninguém. Sei que és livre como o tempo. Sei que és única como a lua à qual olho todas as noites no céu, tento alcançar-te mas não consigo.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Reflectindo no pensamento ou pensando no reflexo
Ao espelho vejo um produto inacabado
Ao contrário de quando te tinha, estou agora acabado
Olho para ti e fico preplexo
Preplexo com a luz que transmites com um simples sorriso
E me fazes ter um sorriso que obtenho com o teu riso
Fico triste ao pensar que te fiz sofrer
Sei que nunca vais realmente entender
Não o peço que o faças, peço que acredites em mim sem sentir ameaças
Errar é humano e sei que não o esperas de mim pois para ti nunca fui um humano qualquer
Espero pelo teu perdão, e sei o quanto isso requer
Quero voltar a olhar-me ao espelho e ver-te a meu lado
Pois sem ti sei que não hei de chegar a nenhum lado
Não é que não consiga
Mas simplesmente fico com fadiga
Fico cansado e sem forças
Fico à espera que me ouças
Por isso te escrevo, esperando algo em troca
Ainda com esperanças de voltar a sentir os teus lábios na minha boca
Não na de outros, só na minha
Quero voltar a traz, quando ainda te tinha
Sonho ainda acordado à luz do luar
Impedido de dormir pela sombra que ocupas no meu pensamento
Não sei quem estou a tentar enganar
Agora sei o que significa estar sentado sem assento.