sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Procuro vontade de dormir
Cenário sádico este em que vivo
Querer algo que me mata
Pensamentos positivos tento incutir
Um pesadelo sempre activo
Oiço lá no fundo uma cascata

Oiço todas as vozes falar
O meu nome ousam gritar
Vieram para proclamar
Algo que me pode vir a matar
Por dentro e por fora
Uma lágrima chora

Nos campos verdes
Já só vejo vermelho
Nas escuras tardes
Procuro um conselho

Não de pessoas
Mas sim do universo
Vou escrevendo mais um verso
Abstraindo-me das coisas boas
Que de boas já nada têm
O branco tornou-se preto
Preso no meu próprio dialecto
Os meus olhos só a ti vêm

A solitária luz
Faz-me acreditar na cruz
Algo divino
Assim te defino

Quero ficar
Tento os rostos lembrar
Por vezes fazem-me chorar
Por me fazerem estar
Ainda num mundo em que não posso amar
Sem o passado recordar

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