sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A escuridão. A escuridão instala-se quando existe falta de clarão. Quando se instala tudo se torna negro. Deixamos de ver e sem ver passamos a andar sem rota. Sem destino lá vamos nós, cada vez mais próximos mas sempre mais longe. Caminhamos e caminhamos. Passamos por pontos seguros. Sem nada ver por eles passamos, passando ao lado de abrigos tornamos-nos sem-abrigos. E assim ficamos. Sozinhos mas nunca esquecidos. Esquecidos por aqueles que foram e hão de vir. Mas como podemos nós ver quando os nossos olhos estão cerrados. Desidratados de tanto chorar. Vermelhos de tanto odiar. A escuridão sempre existirá. Sempre caminhará de braço dado com a luz. Entre elas reside uma fina linha à qual chamo de consciência. Consciente de que a qualquer altura me posso deparar de novo com a luz que se tornou escura. Ao longe vejo algo. Doí-me os olhos. Talvez por ter andado no escuro muito tempo. Quase que não consigo acreditar. Mas sem esperar em direcção a ela corro. Uma bolha. Uma bolha que me impede de entrar para lá. Apenas observar consigo. E lá fico. Do lado de fora à espera de ser atendido. Mas porque motivo seria eu atendido? Sou apenas mais um entre muitos que caminham no escuro. Os opostos atraem-se. Será que quando os dois se juntam um deles deixa de existir? Será que formam algo novo? Uma espécie de luz, enfraquecida mas forte. Realista mas inocente. Talvez um dia descubra o resultado para esta incógnita. Só o tempo o dirá. E assim o espero. Dia a dia. Sempre olhando para o relógio. O relógio onde o tempo reside. O mesmo tempo que me afasta de ti.

Sem comentários:

Enviar um comentário