Do outro lado do rio,
Está um menino sozinho,
Vive sem carinho,
Seu próprio desafio.
Porque permaneces ai,
Perguntei eu,
Que piada tem esse lugar teu,
Aqui nunca senti,
Respondeu-me ele,
Vi um pouco de mim nele.
Qual é a piada,
De viver feliz,
Ou infeliz,
Sem a minha amada,
Nada sinto,
Infinito labirinto.
Ao ouvi-lo pensei,
Alguma vez amei,
Como tu alguém?
Não amei ninguém.
Sozinho estou,
Quando ela não ficou,
Tristemente vivo,
Sem ela não convivo...
Fico triste ao vê-la partir,
Fico triste ao não poder olhar,
A sua maneira de ser, observar,
Apenas de longo posso assistir.
Aos poucos me tornei,
E sem ti aquele rapaz sou,
E assim ficou,
Ao outro lado do rio me mandei,
Lá fiquei,
Ao poço me atirei,
E depois voltei,
Apenas para me encontrar,
A olhar para o espelho a falar,
Tanto um como o outro,
Ambos eu sou,
Feliz e triste estou,
Infinitamente neutro.
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