sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Do outro lado do rio,
Está um menino sozinho,
Vive sem carinho,
Seu próprio desafio.

Porque permaneces ai,
Perguntei eu,
Que piada tem esse lugar teu,
Aqui nunca senti,
Respondeu-me ele,
Vi um pouco de mim nele.

Qual é a piada,
De viver feliz,
Ou infeliz,
Sem a minha amada,
Nada sinto,
Infinito labirinto.

Ao ouvi-lo pensei,
Alguma vez amei,
Como tu alguém?
Não amei ninguém.

Sozinho estou,
Quando ela não ficou,
Tristemente vivo,
Sem ela não convivo...

Fico triste ao vê-la partir,
Fico triste ao não poder olhar,
A sua maneira de ser, observar,
Apenas de longo posso assistir.

Aos poucos me tornei,
E sem ti aquele rapaz sou,
E assim ficou,
Ao outro lado do rio me mandei,
Lá fiquei,
Ao poço me atirei,
E depois voltei,
Apenas para me encontrar,
A olhar para o espelho a falar,
Tanto um como o outro,
Ambos eu sou,
Feliz e triste estou,
Infinitamente neutro.

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