quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Vagueio nas ruas frias e pretas da cidade à qual chamamos de casa à procura de te encontrar ao virar da esquina. Tento evitar procurar-te durante o sono, mas sendo mais forte que eu, a vontade que tenho de te ver é tanta que acabas por me visitar à noite na minha cama. Durante a noite passas a ser uma criação da minha imaginação, uma amostra de um exemplar. Uma lembrança do teu perfume faz com te deseje ainda mais esta noite, quero estar contigo. Não só esta noite mas sim nas noites todas de inverno que se seguem e nos dias todos de verão que nos esperam. Tenho saudades do teu riso, o teu formoso riso, o riso angelical que salienta tão bem a tua beleza. Quero poder abraçar-te mais uma vez... quero cheirar o teu perfume através dos teus belos cabelos... quero olhar-te e contemplar a tua imperfeita perfeição de que tanto gosto. Tanto me faz se o sabes que quero ou não, nada me incomoda. Quero apenas chamar a tua atenção e nem que seja por momentos ter-te para mim nesta escuridão que me persegue à qual chamo de civilização que tanto me nega o direito de ser um livre cidadão. Não quero ser um livre cidadão, quero ser um livre Adão, livre de religião, apenas preso à tua paixão. Empurra-me e depois agarra-me. Diz que me aceitas e que me queres. Sou teu a qualquer altura que assim o desejares. Ajoelhado e de braços para cima espero que algo aconteça na minha vida que me junte a ti. Sei que devia de me levantar e seguir as minhas ambições, mas como posso eu seguir em frente quando as minhas pernas estão algemadas por um fio invisível ao qual chamamos de amizade? Poderia dizer que a podias cortar com uma faca, mas porque cortar algo que se pode abrir sem danificar? Usa a chave que guardas no teu coração e abre as portas que afastam os nossos corações um do outro. Sonho connosco.

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