terça-feira, 25 de novembro de 2014

...Nessa mesma manhã John fez as suas malas, falou com o gerente do condomínio onde residia e, por fim, foi se despedir da senhora que morava no outro lado da sua casa. O porque de John tratar esta senhora com carinho e respeito devia-se ao facto de ela o ter ajudado quando ele necessitou. Apôs a morte dos seus avós (um morreu de velhice e o outro foi atrás), John foi obrigado a morar sozinho e numa casa diferente pois a casa antiga lembrava-lhe os avós. Quando para lá foi viver não comia nada de jeito nem comia com frequência. Estava muito magro. Começou a faltar ao trabalho e o único motivo que saia de casa era para ir comprar comida, já feita, e bebidas alcoólicas. Embora John nunca tivesse conversado com a senhora, que já agora chamava-se Evelyn, a mesma, já sabia que algo se passava. O seu comportamento solitário e a sua falta de sorriso denunciaram-no. Esta senhora nunca lhe perguntou o que se tinha passado, simplesmente deixava comida já feita à sua porta e uma nota. A nota dizia sempre a mesma coisa “As melhoras”. Dia apôs dia, semana apôs semana, assim o fez. Até que um dia John sentiu a necessidade de agradecer à senhora (e também pelo facto de estar curioso pela motivo de Evelyn fazer o que fez) e foi falar com ela. Bateu-lhe à porta, apresentou-se e agradeceu-lhe. Evelyn apresentou-se também e perguntou o porque de ele lhe agradecer (fazendo-se de desentendida). John respondeu que devido ao facto de ela mostrar preocupação e sentir um sentido de responsabilidade em ajuda-lo que precisava de agradecer-lhe. Evelyn abanou a cabeça e respondeu “Meu jovem, apenas fiz o que tinha que ser feito. Este é o problema desta geração… eu tê-lo ajudado não é motivo de agradecimento, afinal de contas temos que ser uns para os outros! Não podia virar as coisas ao vê-lo a dirigir-se para uma estrada em que o retorno era impossível. Simplesmente fazia-me sofrer. Não o fiz por obrigação mas sim porque era o mais certo a fazer.”. Ao ouvir esta resposta John ficou um pouco pensativo e emocionado. Lembrara-se que ainda havia neste mundo pessoas como Evelyn. Como Scarlet. Pessoas genuínas, bondosas e carismáticas. Embora Evelyn tivesse dito o que disse John sentiu, também, a necessidade de a ajudar. E assim o fez. Todos os dias a partir desse dia, em que conversaram pela primeira vez, ia visita-la e fazia-lhe o jantar. Mas acima de tudo tratava de si próprio pois sabia que era isso que Evelyn desejara ao ter tido aquela atitude.

No momento de despedida, John, não conseguiu falar e com um trocar de olhares, em que John quase derramou lágrimas, Evelyn percebeu que John estava de partida. “Vejo que estás de partida John! Ainda bem que o fazes. Sei que para o fazeres deve de ser por um motivo especial. Talvez uma garota quem sabe! Espero que encontres felicidade para onde vás.” – disse Evelyn. John agarrou-se a Evelyn a chorar e agradeceu-lhe por tudo. John disse-lhe que enviaria cartas de vez em quando e que iria visita-la com uma refeição bem quente sempre que pudesse.”. Com um a abraço, um choro de John e um riso de Evelyn assim se despediram. 
Assim partiu John. De volta para a cidade onde nascera, de volta para a cidade onde morrera.
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