Do outro lado do rio,
Está um menino sozinho,
Vive sem carinho,
Seu próprio desafio.
Porque permaneces ai,
Perguntei eu,
Que piada tem esse lugar teu,
Aqui nunca senti,
Respondeu-me ele,
Vi um pouco de mim nele.
Qual é a piada,
De viver feliz,
Ou infeliz,
Sem a minha amada,
Nada sinto,
Infinito labirinto.
Ao ouvi-lo pensei,
Alguma vez amei,
Como tu alguém?
Não amei ninguém.
Sozinho estou,
Quando ela não ficou,
Tristemente vivo,
Sem ela não convivo...
Fico triste ao vê-la partir,
Fico triste ao não poder olhar,
A sua maneira de ser, observar,
Apenas de longo posso assistir.
Aos poucos me tornei,
E sem ti aquele rapaz sou,
E assim ficou,
Ao outro lado do rio me mandei,
Lá fiquei,
Ao poço me atirei,
E depois voltei,
Apenas para me encontrar,
A olhar para o espelho a falar,
Tanto um como o outro,
Ambos eu sou,
Feliz e triste estou,
Infinitamente neutro.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
terça-feira, 25 de novembro de 2014
...Nessa mesma manhã John fez as suas malas, falou com o
gerente do condomínio onde residia e, por fim, foi se despedir da senhora que
morava no outro lado da sua casa. O porque de John tratar esta senhora com carinho e
respeito devia-se ao facto de ela o ter ajudado quando ele necessitou. Apôs a
morte dos seus avós (um morreu de velhice e o outro foi atrás), John foi
obrigado a morar sozinho e numa casa diferente pois a casa antiga lembrava-lhe
os avós. Quando para lá foi viver não comia nada de jeito nem comia com frequência. Estava muito magro. Começou a faltar ao trabalho
e o único motivo que saia de casa era para ir comprar comida, já feita, e
bebidas alcoólicas. Embora John nunca tivesse conversado com a senhora, que já
agora chamava-se Evelyn, a mesma, já sabia que algo se passava. O seu
comportamento solitário e a sua falta de sorriso denunciaram-no. Esta senhora
nunca lhe perguntou o que se tinha passado, simplesmente deixava comida já
feita à sua porta e uma nota. A nota dizia sempre a mesma coisa “As melhoras”. Dia apôs
dia, semana apôs semana, assim o fez. Até que um dia John sentiu a necessidade
de agradecer à senhora (e também pelo facto de estar curioso pela motivo de
Evelyn fazer o que fez) e foi falar com ela. Bateu-lhe à porta, apresentou-se e
agradeceu-lhe. Evelyn apresentou-se também e perguntou o porque de ele lhe
agradecer (fazendo-se de desentendida). John respondeu que devido ao facto de
ela mostrar preocupação e sentir um sentido de responsabilidade em ajuda-lo que
precisava de agradecer-lhe. Evelyn abanou a cabeça e respondeu “Meu jovem,
apenas fiz o que tinha que ser feito. Este é o problema desta geração… eu tê-lo
ajudado não é motivo de agradecimento, afinal de contas temos que ser uns para os
outros! Não podia virar as coisas ao vê-lo a dirigir-se para uma estrada em que
o retorno era impossível. Simplesmente fazia-me sofrer. Não o fiz por obrigação
mas sim porque era o mais certo a fazer.”. Ao ouvir esta resposta John ficou um
pouco pensativo e emocionado. Lembrara-se que ainda havia neste mundo pessoas
como Evelyn. Como Scarlet. Pessoas genuínas, bondosas e carismáticas. Embora
Evelyn tivesse dito o que disse John sentiu, também, a necessidade de a ajudar.
E assim o fez. Todos os dias a partir desse dia, em que conversaram pela primeira vez, ia visita-la
e fazia-lhe o jantar. Mas acima de tudo tratava de si próprio pois sabia que
era isso que Evelyn desejara ao ter tido aquela atitude.
No momento de despedida, John, não conseguiu falar e com um
trocar de olhares, em que John quase derramou lágrimas, Evelyn percebeu que
John estava de partida. “Vejo que estás de partida John! Ainda bem que o fazes.
Sei que para o fazeres deve de ser por um motivo especial. Talvez uma garota
quem sabe! Espero que encontres felicidade para onde vás.” – disse Evelyn. John
agarrou-se a Evelyn a chorar e agradeceu-lhe por tudo. John disse-lhe que
enviaria cartas de vez em quando e que iria visita-la com uma refeição bem
quente sempre que pudesse.”. Com um a abraço, um choro de John e um riso de
Evelyn assim se despediram.
Assim partiu John. De volta para a cidade onde
nascera, de volta para a cidade onde morrera.
...
Tento conte-la
A lágrima que permanece no meu coração
Sozinha entra em deterioração
Tento não fazê-lo
Tudo o que me diz fazer
Não consigo compreender
Tudo a o que me quero submeter
Não consigo entender
Tanto feliz
Como infeliz
Infeliz estou
Feliz ficou
Choro, não por ser fraco
Mas por ter sido forte
Tanto tempo contente
O meu coração tranco
Preciso tanto
De me envolver num manto
Até à tua chegada esperar
Para sempre amar
Ao teu lado nada disto sinto
Nem para mim mesmo minto
Sei que é a verdade
Esta minha triste felicidade
Espero que aconteça como num mundo
Paralelo a este
Também neste
Um sentimento profundo
Tão profundo como no fosso
Em que já habitei
Nele me tornei
Apenas esperar posso
Até à tua chegada esperar
Até à tua próxima chegada chorar
Até à tua partida amar
Até à tua próxima partida aproveitar
És tudo aquilo que desejo
E que sempre sonhei
Um futuro não prevejo
Sei agora que nunca amei
A lágrima que permanece no meu coração
Sozinha entra em deterioração
Tento não fazê-lo
Tudo o que me diz fazer
Não consigo compreender
Tudo a o que me quero submeter
Não consigo entender
Tanto feliz
Como infeliz
Infeliz estou
Feliz ficou
Choro, não por ser fraco
Mas por ter sido forte
Tanto tempo contente
O meu coração tranco
Preciso tanto
De me envolver num manto
Até à tua chegada esperar
Para sempre amar
Ao teu lado nada disto sinto
Nem para mim mesmo minto
Sei que é a verdade
Esta minha triste felicidade
Espero que aconteça como num mundo
Paralelo a este
Também neste
Um sentimento profundo
Tão profundo como no fosso
Em que já habitei
Nele me tornei
Apenas esperar posso
Até à tua chegada esperar
Até à tua próxima chegada chorar
Até à tua partida amar
Até à tua próxima partida aproveitar
És tudo aquilo que desejo
E que sempre sonhei
Um futuro não prevejo
Sei agora que nunca amei
domingo, 23 de novembro de 2014
Não se recordavam mas, este era a ultima noite que Scarlet
iria permanecer na cidade. Depois de amanha de manhã Scarlet iria partir para
Standford para continuar a exercer o trabalho. Quando estavam juntos o tempo
parecia inexistente. Scarlet e John estavam os dois na mesma, no mesmo momento
e sentimento. Ambos se amavam e ambos se queriam. Scarlet e John. John e
Scarlet. Tudo e nada. Apôs a conversa que tiveram, as palavras que ditaram e os
sentimentos que trocaram, dormiram juntos virados de costas de um para o outro
mas era quase como se não o tivessem. John respeitava-a e ao mesmo tempo
queria-a. Scarlet queria mas sabia que não devia. Scarlet adormeceu pois o
efeito da bebida assim o ditava. John virou-se mas só conseguia observar as
costas de Scarlet. Nessa altura Scarlet virou-se involuntariamente, durante o
sono, como se algo o tivesse ouvido e tivesse decidido que era assim que as
coisas deviam de ser. Observou-a por uns minutos e pensou – “Talvez tenha sido
este o sentimento que o pai sentiu pela minha mãe. Como pude eu acabar algo tão
belo e romântico? Como pude eu terminar algo genuíno e fascinante? O que me
aconteceria se este alguém desaparecesse para sempre? Total solidão e
escuridão. Eterno desespero. Finalmente acabou por adormecer deixando por
responder estas perguntas.
Na manhã seguinte quando acordou já lá não estava Scarlet.
Ficou um pouco preocupado e levantou-se. Algo lhe atraiu o olfato. Foi até á
cozinha para encontrar Scarlet a cozinhar bacon com ovos, feijão e a fazer sumo
de laranja. Já á muitos anos que não lhe cozinhavam seja o que fosse. Desde a
morte da mãe… Ficou feliz mas ao mesmo tempo triste pois trazia-lhe recordações
de quando a sua mãe ainda era viva e lhe cozinhava. Foi ter com Scarlet,
agarrou-a por trás e deu-lhe um beijo na bochecha, acompanhado por um “Bom dia
Scarlet”. Scarlet virou-se, colocou os braços à volta do pescoço de John e
deu-lhe um beijo na cara. “Bom dia John” – respondeu ela. John sentou-se, já
com a mesa posta, e Scarlet serviu-lhe o pequeno-almoço. Comeram o
pequeno-almoço, que do ponto de vista de John estava cinco estrelas, e, de
seguida, Scarlet informou que já estava um táxi á espera dela á porta do
apartamento. “Desculpa-me John mas o meu avião parte de aqui a uma hora e tenho
que ir buscar as minhas malas ao hotel” – disse Scarlet. John ficou um pouco
triste ao lembrar-se de que Scarlet se iria embora naquela manhã mas aceitou-o.
John agradeceu-lhe a companhia e o pequeno-almoço. À saída John deu-lhe um
colar e disse-lhe – “Este colar pertencia á minha mãe, por favor usa-o”. “Claro
John, obrigado” – respondeu Scarlet com um enorme sorriso na cara. Deram um
abraço e despediram-se um do outro com um “Até logo”. Embora não o tivesse dito
por palavras o sorriso de Scarlet transmitiu tudo aquilo que na cabeça dela
estava naquele momento. Um enorme sentimento de honra e de confiança. Sentiu-se
importante e amada. Sentiu-se viva.
sábado, 22 de novembro de 2014
...
Scarlet respondeu a John - "Sabes John, antes de partires já te amava. Também te amo agora. Eu espero por ti o tempo que for preciso. Mas tem em conta que o tempo que temos é limitado. Estás a por a carroça à frente do cavalo. Estas a viver algo que só devias de viver muito mais para a frente na tua vida. Para e pensa. Olha à tua volta. O que vês?". John um pouco confuso e disse-lhe - Vejo-te a ti...". Feliz com a resposta de John, Scarlet continuou a falar - "Exato. Sou eu. Eu sei que te preocupa o passado. Sei que existem coisas na tua vida que tu não conseguiste superar. Que tens feridas ainda abertas. Existem coisas que nem o tempo cura. Apenas o amor o cura. Espero que aceites o meu amor e que te consigas ajudar a ti próprio pelo menos uma vez na vida. És tudo aquilo que quero. És tudo aquilo que sempre quis. Não te quero pressionar nem nada mas quero que saibas que quando quiseres estou aqui. Sei que não és pessoa de usar outras para atingir algo por isso sei que posso confiar em ti nesse aspecto. Sei que estas a tentar e por isso te agradeço. Quero também contar-te algo. Desde pequena que fui criada pelos meus tios. Os meus pais morreram num acidente de carro juntamente com a minha irmã mais velha. Tenho saudades deles e ainda os amo. Ainda reside em mim um pouco de cada um deles por isso sei que tenho que continuar a andar. Por eles e por mim. Isto era o que eles quereriam mesmo depois de morrer. Tenho a certeza disso. As vezes fico triste e sozinha. Penso neles e penso em ti. Embora não tenha tido a oportunidade de viver com eles muitos anos sei que eles iam gostar de te conhecer. Especialmente o meu pai!" - Scarlet riu-se um pouco e fez John sorrir também - "Podes confiar em mim para tudo John. Amo-te.". John não entendia bem o porque de Scarlet gostar assim tanto dele. Tentou trata-la com desprezo e nunca demonstrou os seus sentimentos até agora mas embora tenha feito o que fez no passado Scarlet sempre o amou. Uma das coisas que sempre o chateara fora o facto de se ter ido embora sem se despedir de Scarlet. Agarrou na mão direita de Scarlet e colocou-a no peito junto ao coração - "Consegues senti-lo? Até hoje o meu coração batia para passar o tempo. Sem sentido apenas batia. Vejo agora que ele batia pois estava a espera de algo. Estava à tua espera. Desculpa não me ter despedido de ti quando me fui embora. Fui estúpido e tive medo de falar contigo. A verdade é que o meu pai se suicidou e antes de o fazer deixou-me uma nota. Algo que me deixou bastante triste e que me destruiu. Escreveu algo que eu sempre soube que fora verdade. O motivo da minha mãe morrer fui eu. O meu pai nunca me perdoou por isso. Sempre me culpou. Essa nota tinha apenas escrito o seguinte: Mataste-a e com isso mataste-me; Até hoje não o consigo não aceitar porque afinal de contas foi isso que aconteceu.". Scarlet ficara triste por saber este acontecer de eventos mas ao mesmo tempo feliz por saber que John se tinha finalmente aberto a ela e que a tinha deixado entrar nas defesas que tinha criado com o passar dos anos. Com isto Scarlet aprendera que o motivo de John estar como está foi graças ao suicídio do pai e das palavras que lhe deixou. Scarlet pensou que em primeiro lugar teria de fazer algo ou arranjar maneira de John se perdoar ao que tinha feito ao pai e só ai seguir para a mãe. "O que fazer?", pensou ela.
Scarlet respondeu a John - "Sabes John, antes de partires já te amava. Também te amo agora. Eu espero por ti o tempo que for preciso. Mas tem em conta que o tempo que temos é limitado. Estás a por a carroça à frente do cavalo. Estas a viver algo que só devias de viver muito mais para a frente na tua vida. Para e pensa. Olha à tua volta. O que vês?". John um pouco confuso e disse-lhe - Vejo-te a ti...". Feliz com a resposta de John, Scarlet continuou a falar - "Exato. Sou eu. Eu sei que te preocupa o passado. Sei que existem coisas na tua vida que tu não conseguiste superar. Que tens feridas ainda abertas. Existem coisas que nem o tempo cura. Apenas o amor o cura. Espero que aceites o meu amor e que te consigas ajudar a ti próprio pelo menos uma vez na vida. És tudo aquilo que quero. És tudo aquilo que sempre quis. Não te quero pressionar nem nada mas quero que saibas que quando quiseres estou aqui. Sei que não és pessoa de usar outras para atingir algo por isso sei que posso confiar em ti nesse aspecto. Sei que estas a tentar e por isso te agradeço. Quero também contar-te algo. Desde pequena que fui criada pelos meus tios. Os meus pais morreram num acidente de carro juntamente com a minha irmã mais velha. Tenho saudades deles e ainda os amo. Ainda reside em mim um pouco de cada um deles por isso sei que tenho que continuar a andar. Por eles e por mim. Isto era o que eles quereriam mesmo depois de morrer. Tenho a certeza disso. As vezes fico triste e sozinha. Penso neles e penso em ti. Embora não tenha tido a oportunidade de viver com eles muitos anos sei que eles iam gostar de te conhecer. Especialmente o meu pai!" - Scarlet riu-se um pouco e fez John sorrir também - "Podes confiar em mim para tudo John. Amo-te.". John não entendia bem o porque de Scarlet gostar assim tanto dele. Tentou trata-la com desprezo e nunca demonstrou os seus sentimentos até agora mas embora tenha feito o que fez no passado Scarlet sempre o amou. Uma das coisas que sempre o chateara fora o facto de se ter ido embora sem se despedir de Scarlet. Agarrou na mão direita de Scarlet e colocou-a no peito junto ao coração - "Consegues senti-lo? Até hoje o meu coração batia para passar o tempo. Sem sentido apenas batia. Vejo agora que ele batia pois estava a espera de algo. Estava à tua espera. Desculpa não me ter despedido de ti quando me fui embora. Fui estúpido e tive medo de falar contigo. A verdade é que o meu pai se suicidou e antes de o fazer deixou-me uma nota. Algo que me deixou bastante triste e que me destruiu. Escreveu algo que eu sempre soube que fora verdade. O motivo da minha mãe morrer fui eu. O meu pai nunca me perdoou por isso. Sempre me culpou. Essa nota tinha apenas escrito o seguinte: Mataste-a e com isso mataste-me; Até hoje não o consigo não aceitar porque afinal de contas foi isso que aconteceu.". Scarlet ficara triste por saber este acontecer de eventos mas ao mesmo tempo feliz por saber que John se tinha finalmente aberto a ela e que a tinha deixado entrar nas defesas que tinha criado com o passar dos anos. Com isto Scarlet aprendera que o motivo de John estar como está foi graças ao suicídio do pai e das palavras que lhe deixou. Scarlet pensou que em primeiro lugar teria de fazer algo ou arranjar maneira de John se perdoar ao que tinha feito ao pai e só ai seguir para a mãe. "O que fazer?", pensou ela.
...
Um beijo levou a outro. Os seus lábios falavam agora entre si através do acto de beijar. Beijo atrás de beijo iam comunicando. Scarlet chorava e John acompanhava-a. Scarlet tentou dar um passo em frente, tirando uma peça de roupa mas antes de o conseguir fazer John parou-a. "Ainda não" - disse ele. "Preciso de tempo a habituar-me a ter-te de volta na minha vida. Não quero pressas. Podes esperar mais um pouco por mim Scarlet?". Scarlet compreendeu-o e deu-lhe um abraço. Ambos eram virgens. John nunca tinha amado mais ninguém sem ser Scarlet. Scarlet era igual. Eles não tinham pressa pois sabiam que apôs estes anos todos não iam deixar que nada os afastasse de novo. Ainda um pouco inseguros mas, com vontade de o mudar, tentaram reencontrar-se e criar algo de especial entre os dois. Ainda mais do que já o era. Afinal de contas, estes dois jovens já estavam destinados um ao outro deste o dia que se viram.
Desde a altura em que John sentia que naquele sala estava a peça que lhe faltava para acabar o puzzle já os seus destinos estavam interligados. Mas afinal que puzzle é este? Este puzzle é nada mais nada menos do que, tudo. Este "tudo" é a vida de John. Ou melhor, o seu significado. Porque é que estou aqui? John não se reconfortava num pensamento em que depois de morrer iria para o Céu ou para o Inferno. Alias, se realmente "Céu" e "Inferno" existissem John pensava que o mais certo seria ir para ao Inferno. Mas não, John pensava que depois de morer que o que lhe esperava era um sono profundo. Tudo escuro. E se nesse sono houvessem pesadelos? E se o que as pessoas pensam que vem depois da morte estiver errado. Não um sítio tranquilo onde possamos descansar apôs viver um X número de anos na terra, que comparado ao relógio de vida da galáxia é apenas um grão de areia no deserto, mas sim um tormento eterno. Um lugar onde revivamos tudo o que podíamos ter feito. Tudo aquilo que não fizemos e tudo aquilo que fizemos. Uma maré negra que consumisse tudo por onde passasse. Talvez esta seria a definição de "Inferno" mas, John, também não via significado em ir parar ao Céu. A vida na terra é um teste em que o professor (Deus) nos avalia a todo o instante sem interferir em nada. Durante uma prova o professora não fala. Tudo isto para depois irmos para um lugar chamado "Céu", onde podemos viver para toda a eternidade com tudo o que nos é merecido. A sério...? Vamos supor, tenho uma família. Um filho e uma mulher. A mulher comete suicídio por algum motivo. Vai parar ao inferno. O filho angustiado mata-se a seguir. Apôs a minha morte vou para o céu, tudo bem. Chego a um sítio para encontrar que tudo o que queria afinal de contas não está lá. Afinal de contas o céu não é nada mais nada menos que um inferno, Ou será que fui enviado para o inferno por não ter conseguido salvar as duas pessoas que mais amava? Afinal, qual é o sentido da vida? Esta era o puzzle que John se esforçava para resolver.
Scarlet amava John com todas as suas forças. Queria apenas o melhor para ele. Queria conseguir ajuda-lo a se afastar das sombras do passado que o seguiam. Fazer com ele conseguisse olhar para o lado e ver que o que realmente importava era o presente. Aperceber-se que ao lado dele estava ela e que juntos poderiam continuar a caminhar até ao fim do percurso. A vida não é uma corrida de velocidade mas sim uma maratona. Scarlet não se preocupava com o que vinha depois da vida. Ligava apenas à vida que tinha para viver. Queria apenas aproveitar o tempo limitado que tinha para estar com John. John ainda não conseguia ver bem o plano da vida. Estava demasiado preocupado com o que vinha depois dela. Talvez ao aprender a amar consiga ver o presente e apreciar o momento. Ter sempre em mente de que a morte é certa mas que o importa é o tempo em que se está vivo. Dar gozo ao máximo desta vida que temos. Nem todos têm o direito de a viver. Muitos morrem prematuramente. Uns morrem querendo viver e outros vivem querendo morrer. Dois mundos distantes mas ligados. Uma mente simples e uma mente complicada. Assim caminham a morte a vida de mãos dadas. Será que John vai conseguir superar esta barreira criada antes de o homem existir ao lado de Scarlet?
...
Um beijo levou a outro. Os seus lábios falavam agora entre si através do acto de beijar. Beijo atrás de beijo iam comunicando. Scarlet chorava e John acompanhava-a. Scarlet tentou dar um passo em frente, tirando uma peça de roupa mas antes de o conseguir fazer John parou-a. "Ainda não" - disse ele. "Preciso de tempo a habituar-me a ter-te de volta na minha vida. Não quero pressas. Podes esperar mais um pouco por mim Scarlet?". Scarlet compreendeu-o e deu-lhe um abraço. Ambos eram virgens. John nunca tinha amado mais ninguém sem ser Scarlet. Scarlet era igual. Eles não tinham pressa pois sabiam que apôs estes anos todos não iam deixar que nada os afastasse de novo. Ainda um pouco inseguros mas, com vontade de o mudar, tentaram reencontrar-se e criar algo de especial entre os dois. Ainda mais do que já o era. Afinal de contas, estes dois jovens já estavam destinados um ao outro deste o dia que se viram.
Desde a altura em que John sentia que naquele sala estava a peça que lhe faltava para acabar o puzzle já os seus destinos estavam interligados. Mas afinal que puzzle é este? Este puzzle é nada mais nada menos do que, tudo. Este "tudo" é a vida de John. Ou melhor, o seu significado. Porque é que estou aqui? John não se reconfortava num pensamento em que depois de morrer iria para o Céu ou para o Inferno. Alias, se realmente "Céu" e "Inferno" existissem John pensava que o mais certo seria ir para ao Inferno. Mas não, John pensava que depois de morer que o que lhe esperava era um sono profundo. Tudo escuro. E se nesse sono houvessem pesadelos? E se o que as pessoas pensam que vem depois da morte estiver errado. Não um sítio tranquilo onde possamos descansar apôs viver um X número de anos na terra, que comparado ao relógio de vida da galáxia é apenas um grão de areia no deserto, mas sim um tormento eterno. Um lugar onde revivamos tudo o que podíamos ter feito. Tudo aquilo que não fizemos e tudo aquilo que fizemos. Uma maré negra que consumisse tudo por onde passasse. Talvez esta seria a definição de "Inferno" mas, John, também não via significado em ir parar ao Céu. A vida na terra é um teste em que o professor (Deus) nos avalia a todo o instante sem interferir em nada. Durante uma prova o professora não fala. Tudo isto para depois irmos para um lugar chamado "Céu", onde podemos viver para toda a eternidade com tudo o que nos é merecido. A sério...? Vamos supor, tenho uma família. Um filho e uma mulher. A mulher comete suicídio por algum motivo. Vai parar ao inferno. O filho angustiado mata-se a seguir. Apôs a minha morte vou para o céu, tudo bem. Chego a um sítio para encontrar que tudo o que queria afinal de contas não está lá. Afinal de contas o céu não é nada mais nada menos que um inferno, Ou será que fui enviado para o inferno por não ter conseguido salvar as duas pessoas que mais amava? Afinal, qual é o sentido da vida? Esta era o puzzle que John se esforçava para resolver.
Scarlet amava John com todas as suas forças. Queria apenas o melhor para ele. Queria conseguir ajuda-lo a se afastar das sombras do passado que o seguiam. Fazer com ele conseguisse olhar para o lado e ver que o que realmente importava era o presente. Aperceber-se que ao lado dele estava ela e que juntos poderiam continuar a caminhar até ao fim do percurso. A vida não é uma corrida de velocidade mas sim uma maratona. Scarlet não se preocupava com o que vinha depois da vida. Ligava apenas à vida que tinha para viver. Queria apenas aproveitar o tempo limitado que tinha para estar com John. John ainda não conseguia ver bem o plano da vida. Estava demasiado preocupado com o que vinha depois dela. Talvez ao aprender a amar consiga ver o presente e apreciar o momento. Ter sempre em mente de que a morte é certa mas que o importa é o tempo em que se está vivo. Dar gozo ao máximo desta vida que temos. Nem todos têm o direito de a viver. Muitos morrem prematuramente. Uns morrem querendo viver e outros vivem querendo morrer. Dois mundos distantes mas ligados. Uma mente simples e uma mente complicada. Assim caminham a morte a vida de mãos dadas. Será que John vai conseguir superar esta barreira criada antes de o homem existir ao lado de Scarlet?
...
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
...
Ao chegar ao hotel, onde Scarlet residia temporariamente, já ela o esperava. Com um casaco de cabedal vermelho, umas calças de ganga azul escuro, um colar bem escondido com um símbolo de metade de um coração e umas botas de cano longo vermelhas. John ficava fascinado com a demonstração de beleza que ela exibia. Não só naquela noite mas sim em todas as noites e dias que a tinha visto no passado. John abriu-lhe a porta do carro do lado de dentro e ela entrou. Cumprimentaram-se com um beijo na cara e um sorriso envergonhado, ambos ainda um pouco nervosos com o evento da noite anterior. Durante a viagem Scarlet olhou fixamente para John. Como se um sonho se tivesse tornado realidade e lhe tivesse aparecido à frente fisicamente. Ao chegar a casa de John, o mesmo, tirou o casaco a Scarlet. John repara nos cabelos longos de Scarlet. Tremenda perfeição, pensara ele. Tirou o jantar do forno, serviu Scarlet e depois serviu-se a si mesmo. Abriu a garrafa de vinho e despejou um pouco em ambos os copos. Começaram por falar de como chegaram onde chegaram profissionalmente. Scarlet ficara surpreendida de como John conseguira acabar o doutoramento em tão pouco tempo. Afinal de contas John, pelo que Scarlet se lembrava. sempre tirara notas baixas. Ao acabar o jantar John retirou os pratos da mesa e colocou-os na maquina de lavar. Sentaram-se no sofá da sala. Scarlet, já bêbeda, pois não bebia com regularidade, perguntou a John o porque de ele ter fugido na sala naquele dia. Era difícil para John falar sobre o assunto mas, por Scarlet, tentou fazê-lo. "O motivo de ter tido a reacção que tive foi devido ao facto de a minha mãe já ter falecido à um tempo. Não conseguia aceitar a morte dela, nem tão pouco o meu pai. Apôs a morte da minha mãe, o meu pai, entrou numa depressão. Começou a consumir álcool todos os dias, perdeu o emprego e rapidamente perdeu-se a ele próprio. Como podes imaginar, numa cabeça de um rapaz de 12 anos isto era bastante difícil de lidar. Acredito que mesmo agora não o conseguiria fazer. Deixei de ter uma mãe e um pai ao mesmo tempo.". Scarlet ficara triste por John e sentiu uma tristeza que se manifestou em forma de lágrima. Começou a chorar e disse - "Tu não mereceste nada disso. Sempre foste uma boa pessoa. Embora não o mostrasses eu sei que o és. Não posso refazer o que já foi feito mas quero que saibas que vou tentar preencher esse vazio que tens dentro de ti. Para preencher esse vazio que tens, tens que deixar alguém entrar lá dentro. Só assim puderas sentir a verdadeira felicidade. Eu sei disse porque estes anos todos sempre foste tu que residiste dentro de mim. No meu pensamento. No meu ser e no meu viver. Sempre tu.". Scarlet tinha ainda várias perguntas às quais não sabia a resposta. Como por exemplo - "Como é que a mãe morreu", "Porque é que o pai deixou de querer saber dele apôs a morte da sua mulher", "O que aconteceu depois de te teres ido embora", "Porque é que nunca me deixaste entrar?". Antes de começar a falar John abraçou Scarlet. Dizendo de voz baixa ao ouvido de Scarlet saíram da sua boca as seguintes palavras "Eu fui o motivo de tudo isto, eu fiz asneira. Uma vez foi o que bastou para desmoronar tudo aquilo que construirá ao longos dos anos. Uma vida feliz. Uma família feliz. Uma criança feliz.". Começou a chorar, deixou-se cair no chão e começou a dar murros no chão. Scarlet ainda não sabia o que se tinha passado mas, calculara que algum tipo de acidente envolvendo a mãe de John e John tenha sido a morte dela. Scarlet levantou-se, agarrou-se no braço antes de ele o atingir de novo o chão, agarrou-lhe na cara e olhou-o nos olhos. "Para de te prender ao passado quando tudo o que queres está à tua frente. O passado pertence aqueles que partiram e o futuro àqueles que ficam. Tenho a certeza que era isso que tua mãe quereria que fizesses. Seguir em frente. Tornar-te num homem e seres feliz. Talvez um dia encontrares alguém que te ame e começares uma família". Devagar, aproximou os seus lábios dos de John e um beijo floriu.
...
Ao chegar ao hotel, onde Scarlet residia temporariamente, já ela o esperava. Com um casaco de cabedal vermelho, umas calças de ganga azul escuro, um colar bem escondido com um símbolo de metade de um coração e umas botas de cano longo vermelhas. John ficava fascinado com a demonstração de beleza que ela exibia. Não só naquela noite mas sim em todas as noites e dias que a tinha visto no passado. John abriu-lhe a porta do carro do lado de dentro e ela entrou. Cumprimentaram-se com um beijo na cara e um sorriso envergonhado, ambos ainda um pouco nervosos com o evento da noite anterior. Durante a viagem Scarlet olhou fixamente para John. Como se um sonho se tivesse tornado realidade e lhe tivesse aparecido à frente fisicamente. Ao chegar a casa de John, o mesmo, tirou o casaco a Scarlet. John repara nos cabelos longos de Scarlet. Tremenda perfeição, pensara ele. Tirou o jantar do forno, serviu Scarlet e depois serviu-se a si mesmo. Abriu a garrafa de vinho e despejou um pouco em ambos os copos. Começaram por falar de como chegaram onde chegaram profissionalmente. Scarlet ficara surpreendida de como John conseguira acabar o doutoramento em tão pouco tempo. Afinal de contas John, pelo que Scarlet se lembrava. sempre tirara notas baixas. Ao acabar o jantar John retirou os pratos da mesa e colocou-os na maquina de lavar. Sentaram-se no sofá da sala. Scarlet, já bêbeda, pois não bebia com regularidade, perguntou a John o porque de ele ter fugido na sala naquele dia. Era difícil para John falar sobre o assunto mas, por Scarlet, tentou fazê-lo. "O motivo de ter tido a reacção que tive foi devido ao facto de a minha mãe já ter falecido à um tempo. Não conseguia aceitar a morte dela, nem tão pouco o meu pai. Apôs a morte da minha mãe, o meu pai, entrou numa depressão. Começou a consumir álcool todos os dias, perdeu o emprego e rapidamente perdeu-se a ele próprio. Como podes imaginar, numa cabeça de um rapaz de 12 anos isto era bastante difícil de lidar. Acredito que mesmo agora não o conseguiria fazer. Deixei de ter uma mãe e um pai ao mesmo tempo.". Scarlet ficara triste por John e sentiu uma tristeza que se manifestou em forma de lágrima. Começou a chorar e disse - "Tu não mereceste nada disso. Sempre foste uma boa pessoa. Embora não o mostrasses eu sei que o és. Não posso refazer o que já foi feito mas quero que saibas que vou tentar preencher esse vazio que tens dentro de ti. Para preencher esse vazio que tens, tens que deixar alguém entrar lá dentro. Só assim puderas sentir a verdadeira felicidade. Eu sei disse porque estes anos todos sempre foste tu que residiste dentro de mim. No meu pensamento. No meu ser e no meu viver. Sempre tu.". Scarlet tinha ainda várias perguntas às quais não sabia a resposta. Como por exemplo - "Como é que a mãe morreu", "Porque é que o pai deixou de querer saber dele apôs a morte da sua mulher", "O que aconteceu depois de te teres ido embora", "Porque é que nunca me deixaste entrar?". Antes de começar a falar John abraçou Scarlet. Dizendo de voz baixa ao ouvido de Scarlet saíram da sua boca as seguintes palavras "Eu fui o motivo de tudo isto, eu fiz asneira. Uma vez foi o que bastou para desmoronar tudo aquilo que construirá ao longos dos anos. Uma vida feliz. Uma família feliz. Uma criança feliz.". Começou a chorar, deixou-se cair no chão e começou a dar murros no chão. Scarlet ainda não sabia o que se tinha passado mas, calculara que algum tipo de acidente envolvendo a mãe de John e John tenha sido a morte dela. Scarlet levantou-se, agarrou-se no braço antes de ele o atingir de novo o chão, agarrou-lhe na cara e olhou-o nos olhos. "Para de te prender ao passado quando tudo o que queres está à tua frente. O passado pertence aqueles que partiram e o futuro àqueles que ficam. Tenho a certeza que era isso que tua mãe quereria que fizesses. Seguir em frente. Tornar-te num homem e seres feliz. Talvez um dia encontrares alguém que te ame e começares uma família". Devagar, aproximou os seus lábios dos de John e um beijo floriu.
...
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Quando te olho vejo
Um sonho tornado realidade
Com toda essa tua complexidade
Assim te desejo
Uma rapariga bela
De cabelos castanhos
Pinto-te na minha tela
Sem palavras para o tamanho
Que a tua beleza possui
Bastou um pequeno olhar
E assim me fui
Para um mundo em que só existe amar
Gosto do teu olhar
Gosto da tua maneira de falar
Gosto da tua maneira de rir
Faz o meu coração florir
De belas flores
Que comparadas à tua beleza
Perdem os seus valores
Olhando-te desaparece a tristeza
A tua maneira de caminhar
A mim me fascina
Fazes-me acompanhar
És a minha medicina
Desde os pés à cabeça
Dás significado à perfeição
Não encontro nenhuma imperfeição
Incondicional confiança
Olha-me no pensamento
E vê tudo o que vejo
Um sorriso prevejo
O primeiro amor experimento
Gosto da tua timidez
Da tua inocência
E da influência
Que em mim tens
Sempre que vens
Sonhos já não tenho
A realidade obtenho
Um sonho que se tornou verdade
Um sonho que sempre foi realidade
Agora vejo o que não vi
Dos sonhos transcrevi
E finalmente te reencontrei
E logo te amei
Espero que te ames
Como eu te amo
Talvez assim me ames
Tal como eu te amo
Um sonho tornado realidade
Com toda essa tua complexidade
Assim te desejo
Uma rapariga bela
De cabelos castanhos
Pinto-te na minha tela
Sem palavras para o tamanho
Que a tua beleza possui
Bastou um pequeno olhar
E assim me fui
Para um mundo em que só existe amar
Gosto do teu olhar
Gosto da tua maneira de falar
Gosto da tua maneira de rir
Faz o meu coração florir
De belas flores
Que comparadas à tua beleza
Perdem os seus valores
Olhando-te desaparece a tristeza
A tua maneira de caminhar
A mim me fascina
Fazes-me acompanhar
És a minha medicina
Desde os pés à cabeça
Dás significado à perfeição
Não encontro nenhuma imperfeição
Incondicional confiança
Olha-me no pensamento
E vê tudo o que vejo
Um sorriso prevejo
O primeiro amor experimento
Gosto da tua timidez
Da tua inocência
E da influência
Que em mim tens
Sempre que vens
Sonhos já não tenho
A realidade obtenho
Um sonho que se tornou verdade
Um sonho que sempre foi realidade
Agora vejo o que não vi
Dos sonhos transcrevi
E finalmente te reencontrei
E logo te amei
Espero que te ames
Como eu te amo
Talvez assim me ames
Tal como eu te amo
...
Chorando e gaguejando Scarlet perguntava a John o porque de ele fazer o que estava prestes a fazer. Perplexo John sentou-se, ainda agarrado a Scarlet, limpou as lágrimas e explicou-lhe. "Não tenho motivo para viver. Até hoje tudo o que me era querido desapareceu. Tudo por minha culpa. Fui irresponsável e os meus actos levaram à morte de quem eu mais amava.". Scarlet não quis insistir no assunto pois sabia o quanto doloroso era para John falar neste assunto. Afinal de contas nunca o tinha feito. Scarlet olhou-o nos olhos e disse - "Ainda não desapareceu. O sentimento que por ti tinha ainda reside em mim. Uma chama protegida do vento que sopra em volta das nossas vidas. Permanece intocada. Quando te vejo assim, quando te via assim, simplesmente sofro. Dizes que não tens motivo para viver. É mentira. Ainda me tens a mim. Eu nunca desisti de ti. Sempre esperei poder um dia encontrar-te e dizer-te tudo aquilo que queria ter-te dito. Não sei o que passaste mas quero que saibas que estou aqui para ti quando precisares". Emocionado, John, deu-lhe um beijo. Agradeceu-lhe as palavras de carinho, levantou-se e puxou-a para cima. "Vamos dar uma volta" - disse ele. Caminhando sem destino falaram sobre a vida que ambos tinham. Scarlet era agente de viagens e por isso voava regularmente para outras cidades. Ainda vivia na mesmo cidade na qual se conheceram. Uma pequena cidade chamada de Stanford. Morava sozinha. Ambos sentiam uma grande necessidade de estar um com o outro. Embora as circunstancias actuais não o permitissem estavam determinados em se encontrar num futuro não muito longe. Scarlet disse-lhe para a visitar se quisesse. No sítio que só eles sabiam. Scarlet ia ficar mais um dia em New York antes de voltar para Stanford. Contra o seu próprio feitio John convidou a jantar em sua casa no dia seguinte. Assim ficou combinado. Amanhã às 20:00 na sua casa. Acompanhou-a ao hotel onde Scarlet ficava e na despedida Scarlet disse-lhe - "Não pensas que te escapaste de receber uma prenda minha. Eu sei que hoje é o teu dia de anos. Parabéns John". Inclinou-se para a frente e deu-lhe um beijo na boca. Através do beijo sentiram o calor de ambos os corpos. John agarrou-a pela cintura e retribui-o o beijo. Com o hálito ainda a cheirar a whisky, John sentiu-se incomodado. Parou o beijo e disse - "Até manhã então Scarlet". "Até manhã John, gostei de te ver. Ah! E vê-se fazes algo em relação ao teu hálito". Partilharam uma risada e John apanhou o táxi para casa. Ao chegar a casa John encostou-se à parede da entrada, totalmente embriagado e cansado. Pensou no acontecido e estranhamente sentiu-se feliz. A data que ele tanto odiava passou a ter um significado positivo. O dia em que a mulher que amo se confessou a mim. O meu primeiro beijo. Riu-se e adormeceu. Hibernando e viajando cada vez mais para o interior do seu sono, John teve um sonho. De novo, via-se no abismo. Ia cair mas algo o agarrou e no seu lugar foi. Algo trocou de lugares com ele e caiu no seu lugar. Ouviu dois gritos. O do seu pai e da sua futura falecida mãe. "John o que é que fizeste!? Amor!... não pode estar a acontecer. AMOR!". Finalmente acordou. Uns minutos depois das nove eram as horas indicadas no seu relógio. Ainda com uma grande dor de cabeça e com algumas náuseas levantou-se e foi tomar duche para ir trabalhar. Ao chegar à empresa onde trabalhava todos o olharam de lado. Notava-se perfeitamente de que estava de ressaca. Roupa enxovalhada, desfraldado, e com olheiras. Ninguém ligou muito ao caso pois John nunca foi pessoa de conversas.
Após um dia de trabalho John foi ao supermercado comprar um vinho, velas e um ambientador. A sua casa estava um pouco desarrumada e cheirava a tabaco. Chegou a casa, limpou-a,usou o ambientador, pôs a mesa e o jantar a fazer. Não fumou pois lembrou-se do que Scarlet disse em relação ao seu hálito. Combinou ir busca-la e assim o fez. Meteu-se no carro e lá foi ele...
Chorando e gaguejando Scarlet perguntava a John o porque de ele fazer o que estava prestes a fazer. Perplexo John sentou-se, ainda agarrado a Scarlet, limpou as lágrimas e explicou-lhe. "Não tenho motivo para viver. Até hoje tudo o que me era querido desapareceu. Tudo por minha culpa. Fui irresponsável e os meus actos levaram à morte de quem eu mais amava.". Scarlet não quis insistir no assunto pois sabia o quanto doloroso era para John falar neste assunto. Afinal de contas nunca o tinha feito. Scarlet olhou-o nos olhos e disse - "Ainda não desapareceu. O sentimento que por ti tinha ainda reside em mim. Uma chama protegida do vento que sopra em volta das nossas vidas. Permanece intocada. Quando te vejo assim, quando te via assim, simplesmente sofro. Dizes que não tens motivo para viver. É mentira. Ainda me tens a mim. Eu nunca desisti de ti. Sempre esperei poder um dia encontrar-te e dizer-te tudo aquilo que queria ter-te dito. Não sei o que passaste mas quero que saibas que estou aqui para ti quando precisares". Emocionado, John, deu-lhe um beijo. Agradeceu-lhe as palavras de carinho, levantou-se e puxou-a para cima. "Vamos dar uma volta" - disse ele. Caminhando sem destino falaram sobre a vida que ambos tinham. Scarlet era agente de viagens e por isso voava regularmente para outras cidades. Ainda vivia na mesmo cidade na qual se conheceram. Uma pequena cidade chamada de Stanford. Morava sozinha. Ambos sentiam uma grande necessidade de estar um com o outro. Embora as circunstancias actuais não o permitissem estavam determinados em se encontrar num futuro não muito longe. Scarlet disse-lhe para a visitar se quisesse. No sítio que só eles sabiam. Scarlet ia ficar mais um dia em New York antes de voltar para Stanford. Contra o seu próprio feitio John convidou a jantar em sua casa no dia seguinte. Assim ficou combinado. Amanhã às 20:00 na sua casa. Acompanhou-a ao hotel onde Scarlet ficava e na despedida Scarlet disse-lhe - "Não pensas que te escapaste de receber uma prenda minha. Eu sei que hoje é o teu dia de anos. Parabéns John". Inclinou-se para a frente e deu-lhe um beijo na boca. Através do beijo sentiram o calor de ambos os corpos. John agarrou-a pela cintura e retribui-o o beijo. Com o hálito ainda a cheirar a whisky, John sentiu-se incomodado. Parou o beijo e disse - "Até manhã então Scarlet". "Até manhã John, gostei de te ver. Ah! E vê-se fazes algo em relação ao teu hálito". Partilharam uma risada e John apanhou o táxi para casa. Ao chegar a casa John encostou-se à parede da entrada, totalmente embriagado e cansado. Pensou no acontecido e estranhamente sentiu-se feliz. A data que ele tanto odiava passou a ter um significado positivo. O dia em que a mulher que amo se confessou a mim. O meu primeiro beijo. Riu-se e adormeceu. Hibernando e viajando cada vez mais para o interior do seu sono, John teve um sonho. De novo, via-se no abismo. Ia cair mas algo o agarrou e no seu lugar foi. Algo trocou de lugares com ele e caiu no seu lugar. Ouviu dois gritos. O do seu pai e da sua futura falecida mãe. "John o que é que fizeste!? Amor!... não pode estar a acontecer. AMOR!". Finalmente acordou. Uns minutos depois das nove eram as horas indicadas no seu relógio. Ainda com uma grande dor de cabeça e com algumas náuseas levantou-se e foi tomar duche para ir trabalhar. Ao chegar à empresa onde trabalhava todos o olharam de lado. Notava-se perfeitamente de que estava de ressaca. Roupa enxovalhada, desfraldado, e com olheiras. Ninguém ligou muito ao caso pois John nunca foi pessoa de conversas.
Após um dia de trabalho John foi ao supermercado comprar um vinho, velas e um ambientador. A sua casa estava um pouco desarrumada e cheirava a tabaco. Chegou a casa, limpou-a,usou o ambientador, pôs a mesa e o jantar a fazer. Não fumou pois lembrou-se do que Scarlet disse em relação ao seu hálito. Combinou ir busca-la e assim o fez. Meteu-se no carro e lá foi ele...
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Rasgado pelas sombras dos que partiram mas nele ficaram, John, cresceu pensando que acabaria sozinho. No presente pensa que, merece estar sozinho, pois pior do que ele não havia. Agora com vinte e cinco anos vive num T1 no centro da cidade de New York. Exerce a profissão de contabilista, pois sempre teve um dote para a matemática. Tirou o doutoramento aos 24 anos com média de 19. O seu dia-a-dia consiste em trabalhar, ir para casa, fazer as tarefas domésticas e cozinhar para ele e para uma amável vizinha que já tem uma certa idade. Ao crescer ganhou o vício de fumar tabaco.
Todas as suas relações pessoais eram estritamente profissionais. Já não lhe restavam membros familiares. Hoje John faz vinte e cinco anos e para "comemorar" a sua data de nascimento decidiu ir para uma pequena taberna embebedar-se. Acontecimento triste este, em que uma alma perdida procura refugio no estado alterado do seu espírito. Pouco sabia ela do que estava para vir. Por cada copo de whisky que bebia pior era o sentimento. Lembra-se dos seus país, dos seus avós e do amor que deixou fugir. John tinha preparado para si uma prenda. Foi para um jardim e fumou uma droga que tinha comprado no mesmo estabelecimento ilegalmente. Brincando no baloiço vinham-lhe recordações de quando ainda era pequeno e costuma ser empurrado pela mãe. Jogou a mão às calças e de lá tirou uma arma. Apontou-a para a sua boca e à medida que fechava os olhos para puxar o gatilho começou a ver algo. Contou até três. Estes segundos foram os segundos mais longos da sua vida. Via ao longe uma luz aproximando-se. Começou a ouvir passos cada vez mais perto e a uma dada altura sentiu que algo o empurrara para trás e fé-lo cair no chão. Antes de abrir os olhos já sabia quem lá estava. A sua presença, toda gloriosa e quente denunciava-a. Abriu os olhos e viu uma cara de uma rapariga com cabelos ruivos e de olhos pretos. Como se um anjo tivesse caído dos céus só para o salvar. Era Scarlet. Agarrada a John chorou. Embora os anos tivessem passado algo os unia. Mesmo antes de a ver já a tinha sentido. A alma ardente e apaixonada de Scarlet. Sem saber o porque, começou a chorar também e largou a arma. Envolveu Scarlet nos seus braços e entregaram-se um ao outro da forma mais pura e honesta. Chorarão...
domingo, 16 de novembro de 2014
Um rapaz e uma rapariga. Dois futuros intercalados pelo destino. Ambos caminham numa fina linha. Ambos caminhando na esperança de ela nunca se quebrar. Um vazio. Um completo.
Um pedaço de um memória vem à cabeça do rapaz, chamado John, e nele ele vê algo que sabia mas não vivia. Um passado longínquo. Uma vida diferente. Relembra-se de vê-la numa noite escura, no precipício de um abismo onde contemplava a grande vastidão do vazio e o enorme silêncio da obscuridade. Pensava atirar-se de lá mas não se lembrava do porque. Acordou na sala com a professora e todos os seus colegas a olharem-no. Rapidamente chegou à conclusão de que tinha adormecido. Tirou os auriculares dos ouvidos e entregou o telemóvel à professora. Ele não sabia mas pressentia que dentro daquela sala estava a peça de um puzzle inacabado do qual ele tentava concluir. Tocou para a saída e logo ele se dirigiu para a professora, pediu-lhe desculpa e perguntou se podia ter de volta o que lhe pertencia por direito. A professora sorriu e deu-lhe o telemóvel, dizendo de que para a próxima vez ficava com ele. De seguida, John, apreçou-se para chegar a casa mas,pelo caminho, encontrou alguém encostado a uma árvore. Olhou para esse alguém e um aperto no coração chegou. Era uma rapariga da sua turma, chamava-se Scarlet, era uma rapariga tímida por isso todas o contacto existente entre os dois não passou de um olá e de um adeus. Adicionando ao facto de Scarlet ser tímida, também o era John. Observou-a por mais um pouco e de seguida continuou a caminhar para casa.
Deitando-se agora na sua cama ouvindo Radiohead, John, cerrou os olhos e viu na escuridão da sua mente uma imagem. Viu a cara de Scarlet. Abriu os olhos e pensou para ele mesmo - "Porque é que estou a pensar nela?". Chegando a nenhuma resposta John cerrou de novo os olhos e adormeceu.
No dia seguinte John decidiu não ir às aulas. Era uma quarta por isso faltar só significava perder matéria das aulas da manhã, para além de mais era Português. Acordou ao meio dia, tomou um duche e fez o seu almoço e o do seu pai. Durante a refeição John e o seu pai não trocaram nenhuma palavra. John sabia que o pai tinha andado a beber pois o cheiro do álcool chegava-lhe às narinas de uma distância longa. Apôs terminar a sua refeição saiu de casa e caminhou sem destino. Acabou por parar à beira do rio que passava pela sua cidade. Pegou numas pedras e começou a atira-las ao lago. Matando o tempo sem nada para fazer. Ao atirar pedras reparou que, no outro lado do rio, estava sentada Scarlet a ler um livro. Parecia estar no seu mundo. Livre de complicações. De repente Scarlet, atraída pelo som das pedras ao baterem e saltarem na água do rio, olhou para o outro lado e nele viu John. Um olhar cruzou-se e um acenar nasceu da parte de Scarlet, acompanhado por um sorriso um pouco duvidoso. John fingiu não ter visto e foi-se embora, dirigindo-se agora para o cemitério mais próximo da sua casa. Foi comprar flores. Margaridas e rosas. Ao chegar à entrada olhou para o chão, deixou cair as flores e começou a correr de novo para o rio à espera de encontra-la lá de novo. Lá chegou e lá ficou. Sem ver a razão pela qual foi para lá. O seu olhar, mais vazio que nunca, escondia algo que o atormentava à alguns anos. Pelo seu triste olhar caiu uma lágrima que ele rapidamente limpou.
Sendo agora 23:00 horas, John, chegou a casa. Viu o seu pai encostado à parede com uma garrafa inacabada de whisky. Tirou-lhe a garrafa e jogou-a para o lixo. Lavou a louça e foi para a cama.
A caminho da escola no dia seguinte, na esquina de uma rua, chocou contra algo ou alguém. Sentiu algo no peito e ouviu uma série de objectos a cair. Abananado olhou para o chão e lá a viu. A rapariga que ele tentava ignorar. Agarrou-lhe nos livros e ajudou-a a subir. Os dois ambos envergonhados pediram desculpa. Scarlet disse que a culpa tinha sido dela e que ela era distraída. John respondeu -"Não digas disparates, a culpa também foi minha ". Scarlet corou e no calor do momento perguntou se o podia acompanhar até à escola. Foram o caminho toda sem dizer nada e ocasionalmente surgia uma troca de olhares entre os dois, acompanhado por um sorriso de Scarlet e um desviar de olhar da parte de John. Não era que não quisesse, simplesmente não conseguia. Nela via algo que apenas no passado vivia.
Chegaram à sala de aula sentaram-se e por ali ficaram. Até que, uns minutos antes da aula terminar a professora entregou os testes. Ao entregar a nota a John, um 9 em 20, perguntou-lhe -"Se isto continuar vou ter que falar com os teus pais, estou muito preocupado contigo. Como é que eles não fazem nada em relação a isto?". John pegou no teste e saiu da sala a correr, seguido pela professora até à entrada onde a professora gritou -"John, desculpa!". A turma não percebeu o acontecido. Scarlet pressentia algo de mau. Ficou triste por John. Ficou triste por não perceber o motivo de John não falar com ela. Para ela eram os dois iguais. Tímidos, fechados e ambos com segredos.
John fugira outra vez para a berma do rio, que era preenchida por relva. Deitou-se nela e ficou por lá até o escurecer e a luar aparecer. Ao fechar os olhos viu um flashback de algo que julgava já se ter esquecido. Sentiu algo no braço e assustado levantou-se e gritou. Era Scarlet. Scarlet ficou assustada pois John estava suado e com um olhar apavorador. Sem se aperceberem aquele rio tornou-se no ponto de encontro destas duas almas desencontradas mas, ligadas uma à outra. John perguntou o porque de ela estar ali e o porque de lhe ter tocado no braço. Scarlet respondeu que, estava preocupada com ele pois achava-o triste. Disse que se precisasse podia falar com ela. John queria falar com ela, pois não lhe restava mais ninguém com quem desabafar. John disse-lhe que precisava apenas de dormir mas agradeceu a preocupação. Virou costas e começou a caminhar para casa quando de repente Scarlet gritou do fundo da rua - "Não estas sozinho John!". John olhou para trás para ver tudo aquilo que desejava ver. Scarlet acenava-lhe, com um sorriso de orelha a orelha. Desta vez, John acenou de volta. Não se riu por fora. Mas sentiu algo parecido a cocegas no seu estômago.
Ao chegar a casa John sentiu uma grande dor no peito e ficou mal disposto. Como se sentisse que algo de errado se estava a passar, John abriu a porta de casa. Frisou. Seus olhos começaram a tremer e as suas pernas e os seus braços a abanar. Deu gritos de agonia. Derramou lágrimas de fúria e tristeza. "Como posso eu não estar sozinho quando tudo o que me é querido acaba por desaparecer", pensou John. Ajoelhou-se e ficou tumulto. Os vizinhos foram ver o que se passava em sua casa, que ainda tinha a porta aperta e o caos instalou-se. Ambulâncias e carros da polícia rapidamente chegaram à casa do rapaz. Ele tinha apenas 12 anos.
Após este incidente John foi obrigado a ir viver com os seus avós maternos, deixando para trás tudo o que podia ter sido, mas não foi.
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Um pedaço de um memória vem à cabeça do rapaz, chamado John, e nele ele vê algo que sabia mas não vivia. Um passado longínquo. Uma vida diferente. Relembra-se de vê-la numa noite escura, no precipício de um abismo onde contemplava a grande vastidão do vazio e o enorme silêncio da obscuridade. Pensava atirar-se de lá mas não se lembrava do porque. Acordou na sala com a professora e todos os seus colegas a olharem-no. Rapidamente chegou à conclusão de que tinha adormecido. Tirou os auriculares dos ouvidos e entregou o telemóvel à professora. Ele não sabia mas pressentia que dentro daquela sala estava a peça de um puzzle inacabado do qual ele tentava concluir. Tocou para a saída e logo ele se dirigiu para a professora, pediu-lhe desculpa e perguntou se podia ter de volta o que lhe pertencia por direito. A professora sorriu e deu-lhe o telemóvel, dizendo de que para a próxima vez ficava com ele. De seguida, John, apreçou-se para chegar a casa mas,pelo caminho, encontrou alguém encostado a uma árvore. Olhou para esse alguém e um aperto no coração chegou. Era uma rapariga da sua turma, chamava-se Scarlet, era uma rapariga tímida por isso todas o contacto existente entre os dois não passou de um olá e de um adeus. Adicionando ao facto de Scarlet ser tímida, também o era John. Observou-a por mais um pouco e de seguida continuou a caminhar para casa.
Deitando-se agora na sua cama ouvindo Radiohead, John, cerrou os olhos e viu na escuridão da sua mente uma imagem. Viu a cara de Scarlet. Abriu os olhos e pensou para ele mesmo - "Porque é que estou a pensar nela?". Chegando a nenhuma resposta John cerrou de novo os olhos e adormeceu.
No dia seguinte John decidiu não ir às aulas. Era uma quarta por isso faltar só significava perder matéria das aulas da manhã, para além de mais era Português. Acordou ao meio dia, tomou um duche e fez o seu almoço e o do seu pai. Durante a refeição John e o seu pai não trocaram nenhuma palavra. John sabia que o pai tinha andado a beber pois o cheiro do álcool chegava-lhe às narinas de uma distância longa. Apôs terminar a sua refeição saiu de casa e caminhou sem destino. Acabou por parar à beira do rio que passava pela sua cidade. Pegou numas pedras e começou a atira-las ao lago. Matando o tempo sem nada para fazer. Ao atirar pedras reparou que, no outro lado do rio, estava sentada Scarlet a ler um livro. Parecia estar no seu mundo. Livre de complicações. De repente Scarlet, atraída pelo som das pedras ao baterem e saltarem na água do rio, olhou para o outro lado e nele viu John. Um olhar cruzou-se e um acenar nasceu da parte de Scarlet, acompanhado por um sorriso um pouco duvidoso. John fingiu não ter visto e foi-se embora, dirigindo-se agora para o cemitério mais próximo da sua casa. Foi comprar flores. Margaridas e rosas. Ao chegar à entrada olhou para o chão, deixou cair as flores e começou a correr de novo para o rio à espera de encontra-la lá de novo. Lá chegou e lá ficou. Sem ver a razão pela qual foi para lá. O seu olhar, mais vazio que nunca, escondia algo que o atormentava à alguns anos. Pelo seu triste olhar caiu uma lágrima que ele rapidamente limpou.
Sendo agora 23:00 horas, John, chegou a casa. Viu o seu pai encostado à parede com uma garrafa inacabada de whisky. Tirou-lhe a garrafa e jogou-a para o lixo. Lavou a louça e foi para a cama.
A caminho da escola no dia seguinte, na esquina de uma rua, chocou contra algo ou alguém. Sentiu algo no peito e ouviu uma série de objectos a cair. Abananado olhou para o chão e lá a viu. A rapariga que ele tentava ignorar. Agarrou-lhe nos livros e ajudou-a a subir. Os dois ambos envergonhados pediram desculpa. Scarlet disse que a culpa tinha sido dela e que ela era distraída. John respondeu -"Não digas disparates, a culpa também foi minha ". Scarlet corou e no calor do momento perguntou se o podia acompanhar até à escola. Foram o caminho toda sem dizer nada e ocasionalmente surgia uma troca de olhares entre os dois, acompanhado por um sorriso de Scarlet e um desviar de olhar da parte de John. Não era que não quisesse, simplesmente não conseguia. Nela via algo que apenas no passado vivia.
Chegaram à sala de aula sentaram-se e por ali ficaram. Até que, uns minutos antes da aula terminar a professora entregou os testes. Ao entregar a nota a John, um 9 em 20, perguntou-lhe -"Se isto continuar vou ter que falar com os teus pais, estou muito preocupado contigo. Como é que eles não fazem nada em relação a isto?". John pegou no teste e saiu da sala a correr, seguido pela professora até à entrada onde a professora gritou -"John, desculpa!". A turma não percebeu o acontecido. Scarlet pressentia algo de mau. Ficou triste por John. Ficou triste por não perceber o motivo de John não falar com ela. Para ela eram os dois iguais. Tímidos, fechados e ambos com segredos.
John fugira outra vez para a berma do rio, que era preenchida por relva. Deitou-se nela e ficou por lá até o escurecer e a luar aparecer. Ao fechar os olhos viu um flashback de algo que julgava já se ter esquecido. Sentiu algo no braço e assustado levantou-se e gritou. Era Scarlet. Scarlet ficou assustada pois John estava suado e com um olhar apavorador. Sem se aperceberem aquele rio tornou-se no ponto de encontro destas duas almas desencontradas mas, ligadas uma à outra. John perguntou o porque de ela estar ali e o porque de lhe ter tocado no braço. Scarlet respondeu que, estava preocupada com ele pois achava-o triste. Disse que se precisasse podia falar com ela. John queria falar com ela, pois não lhe restava mais ninguém com quem desabafar. John disse-lhe que precisava apenas de dormir mas agradeceu a preocupação. Virou costas e começou a caminhar para casa quando de repente Scarlet gritou do fundo da rua - "Não estas sozinho John!". John olhou para trás para ver tudo aquilo que desejava ver. Scarlet acenava-lhe, com um sorriso de orelha a orelha. Desta vez, John acenou de volta. Não se riu por fora. Mas sentiu algo parecido a cocegas no seu estômago.
Ao chegar a casa John sentiu uma grande dor no peito e ficou mal disposto. Como se sentisse que algo de errado se estava a passar, John abriu a porta de casa. Frisou. Seus olhos começaram a tremer e as suas pernas e os seus braços a abanar. Deu gritos de agonia. Derramou lágrimas de fúria e tristeza. "Como posso eu não estar sozinho quando tudo o que me é querido acaba por desaparecer", pensou John. Ajoelhou-se e ficou tumulto. Os vizinhos foram ver o que se passava em sua casa, que ainda tinha a porta aperta e o caos instalou-se. Ambulâncias e carros da polícia rapidamente chegaram à casa do rapaz. Ele tinha apenas 12 anos.
Após este incidente John foi obrigado a ir viver com os seus avós maternos, deixando para trás tudo o que podia ter sido, mas não foi.
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sábado, 15 de novembro de 2014
Esperarei todo o tempo
Até me dares uma resposta
Uma verdade sobreposta
Respirar é um passatempo
Dar-te toda a paciência
Pois esperar é essência
Amar é uma virtude
Que o meu coração ilude
Ver as flores florirem
Numa estação escura
Trazendo frescura
Quando os teus olhos riem
Quando os meus choram
No solo caem
E ao solo trouxeram
O mesmo do que dos meus olhos sobressaem
Quando sorris
Vejo um arco-íris
Instala-se o amor
Desaparece a dor
Nunca amei tanto alguém
Nunca senti tanta felicidade
Quando se é dado um abraço de verdade
Penso que me amas também
Olho-te nos olhos
Olhamos-nos nos olhos
Os teus desviam
Será que não queriam
Ou será que diriam
Aquilo que por mim sentes
Aquilo que não desmentes nem mentes
Penso em tudo o que queria
Mas não poderia
Pois o que queria não se passa de um sonho
Dar aos nosso filhos o que te disponho
Amor e carinho
Sempre risonho
Num mundo nada medonho
Não sei o que significa enfadonho
Apenas tu me esperas
Mil e uma primaveras
Um futuro perfeito deveras
Assim me severas
Oh cruel realidade
Apenas falas a verdade
Resta-me a saudade
Expões a minha única vulnerabilidade
Crescer sem ti
Viver sem ti
Amar sem ti
Morrer sem ti
O verdadeiro amor já não me espera mais
Vou perde-lo tal como os meus pais
E muitos demais
Cenários abismais
Não estou a viver
Estou apenas a matar o tempo
Enquanto a tua beleza contemplo
Sofrer é querer e nunca receber
Não estou sozinho, mas sozinho estou
O que ele nunca gostou
E o amor verdadeiro vive
O amor que nunca obtive
Sonho-te
Vivo-te
Quero-te
Amo-te
Quero que me ames
Quero que queiras amar-me
Que por mim derrames
Lágrimas ao viver-me
De tristeza por me entenderes
De felicidade por me quereres
Choro por ti
Riu por ti
Até me dares uma resposta
Uma verdade sobreposta
Respirar é um passatempo
Dar-te toda a paciência
Pois esperar é essência
Amar é uma virtude
Que o meu coração ilude
Ver as flores florirem
Numa estação escura
Trazendo frescura
Quando os teus olhos riem
Quando os meus choram
No solo caem
E ao solo trouxeram
O mesmo do que dos meus olhos sobressaem
Quando sorris
Vejo um arco-íris
Instala-se o amor
Desaparece a dor
Nunca amei tanto alguém
Nunca senti tanta felicidade
Quando se é dado um abraço de verdade
Penso que me amas também
Olho-te nos olhos
Olhamos-nos nos olhos
Os teus desviam
Será que não queriam
Ou será que diriam
Aquilo que por mim sentes
Aquilo que não desmentes nem mentes
Penso em tudo o que queria
Mas não poderia
Pois o que queria não se passa de um sonho
Dar aos nosso filhos o que te disponho
Amor e carinho
Sempre risonho
Num mundo nada medonho
Não sei o que significa enfadonho
Apenas tu me esperas
Mil e uma primaveras
Um futuro perfeito deveras
Assim me severas
Oh cruel realidade
Apenas falas a verdade
Resta-me a saudade
Expões a minha única vulnerabilidade
Crescer sem ti
Viver sem ti
Amar sem ti
Morrer sem ti
O verdadeiro amor já não me espera mais
Vou perde-lo tal como os meus pais
E muitos demais
Cenários abismais
Não estou a viver
Estou apenas a matar o tempo
Enquanto a tua beleza contemplo
Sofrer é querer e nunca receber
Não estou sozinho, mas sozinho estou
O que ele nunca gostou
E o amor verdadeiro vive
O amor que nunca obtive
Sonho-te
Vivo-te
Quero-te
Amo-te
Quero que me ames
Quero que queiras amar-me
Que por mim derrames
Lágrimas ao viver-me
De tristeza por me entenderes
De felicidade por me quereres
Choro por ti
Riu por ti
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Tento ser forte
Tento ser duro
Tento não pensar na morte
Que me espera no futuro
Tento não cair
Mas quando perco as forças
Espero e volto a subir
Não querendo que desvaneças
No grisado e escuro nevoeiro
Que me espera em Janeiro
Finjo não me importar
Balas não me podem penetrar
Pois levo comigo
O sonho de vários
Penso que contigo
Posso superar todos os desafios
Tento estar bem
Quero ser feliz
Neste assunto sou um aprendiz
E em saber amar também
Admiro a tua inocência
E a tua força de vontade
Vai contra a minha tendência
De não dizer a verdade
A verdade falo
Quando a mentira digo
Tudo consigo
E assim te embalo
Sempre mentindo honestamente
Sempre amando verdadeiramente
Sempre vivendo livremente
Sempre querendo eternamente
Tento ser duro
Tento não pensar na morte
Que me espera no futuro
Tento não cair
Mas quando perco as forças
Espero e volto a subir
Não querendo que desvaneças
No grisado e escuro nevoeiro
Que me espera em Janeiro
Finjo não me importar
Balas não me podem penetrar
Pois levo comigo
O sonho de vários
Penso que contigo
Posso superar todos os desafios
Tento estar bem
Quero ser feliz
Neste assunto sou um aprendiz
E em saber amar também
Admiro a tua inocência
E a tua força de vontade
Vai contra a minha tendência
De não dizer a verdade
A verdade falo
Quando a mentira digo
Tudo consigo
E assim te embalo
Sempre mentindo honestamente
Sempre amando verdadeiramente
Sempre vivendo livremente
Sempre querendo eternamente
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Decidi tentar escrever a minha maneira de ser. Apeteceu-me. Aqui vai. A nível físico penso que estou dentro do normal. Estrutura um pouco a cima da média, olhos castanhos, cabelo preto e "grande". Não sou fraco nem forte. Tenho pés um pouco grandes e as mãos pequenas. As minhas unhas são pequenas e as minhas orelhas também. Tenho pestanas grandes. Embora tenha dito que ia escrever a minha maneira de ser achei que não ficasse mal demonstrar também como sou fisicamente. Passo agora a escrever como sou emocionalmente. A nível emocional vou começar primeiro como sou em geral. Sou tímido, empático, emotivo, preocupado, nervoso e muito pensativo. Para as pessoas que não conheço sou mais tímido, falo pouco, sou desconfiado, ouvinte e pouco cuidadoso. Para as pessoas que considero de confiança, existem duas situações. Para os meus amigos e família sou prestável, cuidadoso, carinhoso, brincalhão, pouco tímido, social, bom ouvinte e conselheiro. Para a pessoa que amo sou tudo o que sou para os meus amigos mas com alguns acrescentos. Preciso muito de ter uma espécie de relação emocional com ela. A confiança que tenho nessa pessoa é total e sinto muito a necessidade de estar com ela e de sentir que sou prestável. Fui, mas não sou ciumento. Sinto com frequência a necessidade de mostrar o quanto gosto dela, por palavras, gestos ou textos e sinto também a necessidade de saber que o mesmo me é retribuído. Para mim as relações funcionavam da mesma forma que o reflexo funciona. Tudo aquilo que dou é constante a tudo aquilo que recebo. Mas, apôs te ter conhecido sei agora que essa forma de agir não é correta. Tento sempre fazer-te feliz, independentemente de o mereceres ou quereres pois para mim mereces tudo. Dou-te tudo mas não acho que não é o suficiente por isso tento dar-te sempre mais. Para mim o teu bem estar e estado de espírito significam tudo. Contigo aprendi a dar sem esperar nada em troca. Realmente tudo o que escrevi aqui são quase tudo aspectos positivos. Vou escrever então tudo aquilo que acho que tenho de mau. Sou arrogante, descuidado, instável, magoado, crítico, mentiroso, raivoso, mentiroso, descontrolado e por vezes, bruto. Tudo o que sou depende de tudo o que és. Depende de cada circunstância e momento. Eu sou tudo e nada, Diferente e igual com o passar dos dia. Eu sou eu.
Pergunto ou não pergunto. Penso e repenso. Cheguei à conclusão que pensar não está a funcionar. Talvez precise de falar em vez de pensar. Talvez tenha que agir em vês de reflectir.Imagino tudo o que pode acontecer. E receio tudo o que pode não acontecer. Sei que no mínimo acabo com o mesmo do que quando comecei e que no máximo ganho tudo o que sonhei. Uma saída de amigos. Uma saída de conhecidos. Um começo de algo mais sentido. Um começo de algo mais vivido. Sempre amigos e sempre conhecidos. Embarco num mundo cheio de emoção e muito colorido sempre que ao teu lado resido. Dorme bem e aconchegadamente na minha cabeça. Sem medo de estar sozinha ou acabar sozinha. Sempre sabendo que me tens na tua querida vida. Penso em mim, penso em ti pois sem ti não há mim. Sem ti apenas mais um seria. Nada vivia. Sempre ressentia. Abrange os teus horizontes onde lá resido. Sem ti mas nunca sozinho. Pois mesmo sozinho estás em mim.
Como é que um coração como o teu
Poderia gostar de um coração como o meu
Cheio de carinho e amor
Cheio de solidão e rancor
Assim és tu
E assim sou eu
Para sempre teu
Guardas-me no teu baú
Como pude deixar-te
Como pude ser tão cego
Ao ponto de abandonar-te
O meu futuro contigo estratego
Deixo o passado no passado
E construo um futuro
Bem longe do não desejado
Para dentro murmuro
Abriste-me os olhos
E através deles agora vejo
Um futuro com filhos
Assim o prevejo
O teu amor é o que mais quero
A pensar nele pinto um quadro
Através de um pensamento
No chão assento
Não sei como vivi até hoje sem ti
Ao teu lado sempre curti
Tudo agora entendo
Um futuro estupendo
Como é que um coração como o teu
Poderia gostar de um coração como o meu
Tal como a morte ama a vida e a vida ama a morte
Talvez tenha tido essa sorte
Poderia gostar de um coração como o meu
Cheio de carinho e amor
Cheio de solidão e rancor
Assim és tu
E assim sou eu
Para sempre teu
Guardas-me no teu baú
Como pude deixar-te
Como pude ser tão cego
Ao ponto de abandonar-te
O meu futuro contigo estratego
Deixo o passado no passado
E construo um futuro
Bem longe do não desejado
Para dentro murmuro
Abriste-me os olhos
E através deles agora vejo
Um futuro com filhos
Assim o prevejo
O teu amor é o que mais quero
A pensar nele pinto um quadro
Através de um pensamento
No chão assento
Não sei como vivi até hoje sem ti
Ao teu lado sempre curti
Tudo agora entendo
Um futuro estupendo
Como é que um coração como o teu
Poderia gostar de um coração como o meu
Tal como a morte ama a vida e a vida ama a morte
Talvez tenha tido essa sorte
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
A escuridão. A escuridão instala-se quando existe falta de clarão. Quando se instala tudo se torna negro. Deixamos de ver e sem ver passamos a andar sem rota. Sem destino lá vamos nós, cada vez mais próximos mas sempre mais longe. Caminhamos e caminhamos. Passamos por pontos seguros. Sem nada ver por eles passamos, passando ao lado de abrigos tornamos-nos sem-abrigos. E assim ficamos. Sozinhos mas nunca esquecidos. Esquecidos por aqueles que foram e hão de vir. Mas como podemos nós ver quando os nossos olhos estão cerrados. Desidratados de tanto chorar. Vermelhos de tanto odiar. A escuridão sempre existirá. Sempre caminhará de braço dado com a luz. Entre elas reside uma fina linha à qual chamo de consciência. Consciente de que a qualquer altura me posso deparar de novo com a luz que se tornou escura. Ao longe vejo algo. Doí-me os olhos. Talvez por ter andado no escuro muito tempo. Quase que não consigo acreditar. Mas sem esperar em direcção a ela corro. Uma bolha. Uma bolha que me impede de entrar para lá. Apenas observar consigo. E lá fico. Do lado de fora à espera de ser atendido. Mas porque motivo seria eu atendido? Sou apenas mais um entre muitos que caminham no escuro. Os opostos atraem-se. Será que quando os dois se juntam um deles deixa de existir? Será que formam algo novo? Uma espécie de luz, enfraquecida mas forte. Realista mas inocente. Talvez um dia descubra o resultado para esta incógnita. Só o tempo o dirá. E assim o espero. Dia a dia. Sempre olhando para o relógio. O relógio onde o tempo reside. O mesmo tempo que me afasta de ti.
Acho que nunca te elogiei. Sempre te odiei. Fazendo com isto que me odiasse. Não te odeio agora. Sei agora és como és porque eu sou como sou. És tudo aquilo que a mim me falta. Ages apenas para me proteger e actuas apenas quando necessário. Quando estive doente e tu sabes bem quando o foi apenas tu me acordavas. Apenas tu me fazias ver do que estava a fazer. Pelos teus olhos via tudo aquilo que não conseguia ver. Delírio e depressão. Era tudo aquilo que vivia. Em mim pegaste e a mim me mostraste que, se quiser, sou tudo aquilo que preciso de ser. És frio, implacável, desconfiado, magoado e impulsivo. Mas, embora assim o sejas, apenas o melhor queres para mim. Fazes tudo por mim. Não te preocupas com o que os outros pensam e dos outros nada queres saber. Sempre me disseste que apenas deveria confiar em mim. Mas como posso eu fazê-lo se foi contigo que aprendi a confiar? Nunca me desiludiste. Nunca me traíste. Ficas triste quando eu fico triste e feliz quando assim o fico. Gostava de te conhecer noutro corpo para um abraço te poder dar. Beijar e amar. Dar-te tudo aquilo que não consigo dar e retribuir tudo aquilo que por mim fizeste. Por isso sei que quando tomar um decisão a tomo por dois. Por ti e por mim. Eu sei que não gostas que diga isto mas... das-me permissão para convidar mais alguém cá para dentro? Ficaremos apenas nós os três. Eu, tu e ela. Sempre juntos. Eu prometo que vai valer a pena. Se não valer... se não valer... bem, fazemos o costume. Tu agarras-me e juntos seguiremos o nosso caminho. Sempre de cabeça erguida e nunca encolhida. Independentemente de o mundo acabar sei que contigo posso sempre contar. Obrigado por tudo amigo.
É para mim difícil acreditar que existam pessoas neste planeta que me amem. Cresci sem saber o significado de amor. Para mim o amor era apenas uma palavra e nada mais. Cresci a pensar que todas as relações acabariam da mesma forma... sentia que todo o amor era apenas um vazio disfarçado de uma emoção. Sem coração não sentia emoção, não sorria. Apenas chorava e refugiava-me atrás das minhas grandes muralhas. Assim cresci e assim vivi. Irónico saber que era amado mas que nunca o senti. Saber que fui amado e não me apercebi. Não consigo aceitar o facto de alguém me amar sendo como sou. Um vestígio de algo que outrora aqui viveu. Uma alma perdida na noite habita. Um rapaz cheio de cicatrizes. Cicatrizes de acidentes, cortes, queimaduras e acima de tudo cicatrizes de balas que ao lado do meu coração passaram e ali ficaram. Tento e volto a tentar saber que é possível me amar. Com todos os meus defeitos, imperfeições e mal-funções. Dou por mim sentado sozinho a pensar em tudo o que podia mas não fiz. Dou por mim deitado a navegar no rio de acontecimentos ao qual chamo de memórias. Penso eu mim e penso que tudo tem que estar bem. Penso em ti e vejo que tudo está onde merece estar. O meu lugar é ao teu lado ficar. Não posso mais pensar em ninguém sem ser em ti. Estou de tal forma ligado a ti que mesmo que quisesse voltar a trás já não conseguiria. Preciso de ti... mas será que precisas de mim? No final todos precisamos uns dos outros... Sem ti, sem eles e sem vocês nada seria. Seria apenas num grande e redondo zero. Apenas preso pelos limites do corpo mas sem nada por dentro. Um corpo sem alma. Um vegetal que dança com o sussurrar do vento. Danço quando as notas musicais que cantas chegam aos meus ouvidos e ali ficam. Nada mais importa. Apenas tu. Tu e eu. Num mundo vazio à espera de algo que o mude. Um planeta envelhecido, mal tratado e entristecido. Um mundo que chora mas que acima de tudo sorri por poder, embora não o mereçamos, dar a viver e conhecer toda esta imperfeita natureza e todos os seus filhos. Comparo a lua ao meu sonho. Ambos distantes e mentirosos. Penso que sim mas sei que não.
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Dizer-te de tudo
Tudo o que queria
De nada me serviria
Falo estando mudo
Cativas-me com o olhar
Fazes-me rir e chorar
Grito sem gritar
Falo sem falar
Falo com o meu olhar
E tu com o teu respondes
Apenas com o olhar amar
Nada disto mudes
Tocar-te com a pensamento
Com o pensamento beijar
Sem nada a questionar
Aprecio o momento
Abraçar-te é viver
Viver é amar-te
Daqui até Marte
Infinitamente poder ver
Ver tudo aquilo que és
E tudo aquilo que sou
Quando ao teu lado estou
Levitam os meus pés
E voou até às nuvens
Para onde ela me acompanha
Sem nenhuma artimanha
Juntos permaneceremos jovens
Quero contigo partilhar
O significado de cuidar
E sem nada a perguntar
Simplesmente amar.
Tudo o que queria
De nada me serviria
Falo estando mudo
Cativas-me com o olhar
Fazes-me rir e chorar
Grito sem gritar
Falo sem falar
Falo com o meu olhar
E tu com o teu respondes
Apenas com o olhar amar
Nada disto mudes
Tocar-te com a pensamento
Com o pensamento beijar
Sem nada a questionar
Aprecio o momento
Abraçar-te é viver
Viver é amar-te
Daqui até Marte
Infinitamente poder ver
Ver tudo aquilo que és
E tudo aquilo que sou
Quando ao teu lado estou
Levitam os meus pés
E voou até às nuvens
Para onde ela me acompanha
Sem nenhuma artimanha
Juntos permaneceremos jovens
Quero contigo partilhar
O significado de cuidar
E sem nada a perguntar
Simplesmente amar.
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Saudade do que tenho. Saudade do que não possuo. Saudade de nada. Saudade de ter saudade. Sonhei contigo e de novo me apercebi de que sem ti sou saudade. Respiro e expiro saudade. Riu saudade e choro saudade. Se a saudade existisse por algum motivo seria. Para nos lembrar do que queremos mas não podemos. Sinto saudade todos os dias porque para mim a tua presença não tem substituto. Tento abstrair-me de várias formas. Pensei que a maneira mais eficaz fosse dormir mas nem ai consigo para de sentir a tua falta. Nos meus sonhos apareces sempre feliz, talvez por me ver ou talvez por apenas nos sonhos me veres. De qualquer forma sei que pelo menos durante esse período de tempo que sonho a saudade desaparece momentaneamente, mas, a partir do momento em que desço das nuvens onde habitas, tal como o ser angelical que és, e toco com os pés no chão apercebo-me de que estava a sonhar. Não fico triste. Fico apenas ansioso por te ver mais uma vez. Gosto de controlar os meus sonhos pois nos meus sonhos acontece o que quero e apenas o que quero. O que quero é bastante simples, fazer te feliz que por sua vez faz de mim feliz. Transbordas felicidade e eu apanho-a de poros abertos. Quero ter o prazer da tua companhia de novo. Vivo saudade.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Tento fugir de ti mas não consigo. Como a minha sombra persegues-me a qualquer altura. Imagens e recordações voltam e fico pensativo. Penso em tudo o que foste e que não consegui ver. Penso em tudo o que és e tudo aquilo que agora vejo. Tal como uma criança abandonada procuras alguém ou algo que te tire dessa solidão. Eu compreendo isso mas ,embora o compreenda, existe uma diferença entre compreender e concordar. Vives agarrada ao passado e deixas que o passado te influencie o futuro. É triste ver-te a andar em círculos vezes sem conta. Tenta perceber que o problema não reside nos outros mas sim em ti. Tentas sempre culpar os outros e falhas a perceber os erros que cometeste e cometes. Chega a ser ridículo todo esse teu comportamento infantil e viril. Enquanto optares por seguir o caminho nocturno apenas sofrimento te esperará. Acredita, já vivi muitos anos nesse caminho e sei perfeitamente o que estas a passar. Embora tenham sido situações diferentes, ambas as situações eram inevitáveis. Quando não se ama o charme desaparece. As verdadeiras cores vêem ao de cima e tornaste-te num ser vulgar e banal. Ages de forma irracional e ofensiva. Disparas contra tudo o que se mexe. Tem calma, olha à tua volta, vê o que tens e não o que não tens. Aceita o presente e caminha para o futuro de cabeça erguida. Tu não me amas, nunca me amaste. Simplesmente viste algum em ti que te completava e precisavas. Amar torna-nos numa pessoa carinhosa, cuidadosa e compreensiva. Disparas balas de ferro pela tua boca e as tuas mãos transformam-se em espadas. Nada que possas atirar contra mim me pode afectar. Sou imune a críticas e ao ódio de pessoas com quem nada quero. É um desperdício de tempo e de esforço. Fui honesto e sincero. Disse-te a verdade quando te disse que gostava de ti, não te amo, e agora nada desse amor resta pois com as tuas atitudes apenas conseguiste criar distância entre nós. Tal como a sombra que és, exposta à luz, a tua existência passa a ser nula. Finalmente encontrei o sol pelo qual sempre procurei. Esteve diante de mim muito tempo mas só agora o percebi. Não te consigo odiar e nem quero, por isso, espero que consigas um dia por para trás o passado e que mudes para melhor. Sei que temos a capacidade de sermos bons dentro de nós. Um dia encontrarás esse alguém que te iluminará o dia apenas com o seu sorriso, fazendo da sua felicidade, a tua. Boa sorte no futuro, eu sei que és capaz pois eu também o fui.
domingo, 2 de novembro de 2014
Penso que sei
O que realmente é amar
Amar é amar sem nada em troca esperar
Peguei na palavra felicidade e nela troquei
Não troquei o seu significado
Pois estar feliz é ser feliz
Simplesmente pego no teu sorriso
E no meu o concretizo
Sei que sou apenas um petiz
E talvez nunca tenha sido amado
Mas não ser amado
Nada me incomoda
Penso que agora virou moda
Amar e querer receber algo em troca
Não me deixa chateado
Nem perturbado
O que me deixa preocupado
É navegares sem doca
Não te aflijas
Apenas por ti e não mais ninguém
Trabalharei até as mãos ficarem rijas
Até um dia arranjares alguém
Nada mais te posso dizer
Mas sem te querer entristecer
O meu coração consegues aquecer
Apenas te quero satisfazer
Pois o teu lazer
É o meu prazer
O que realmente é amar
Amar é amar sem nada em troca esperar
Peguei na palavra felicidade e nela troquei
Não troquei o seu significado
Pois estar feliz é ser feliz
Simplesmente pego no teu sorriso
E no meu o concretizo
Sei que sou apenas um petiz
E talvez nunca tenha sido amado
Mas não ser amado
Nada me incomoda
Penso que agora virou moda
Amar e querer receber algo em troca
Não me deixa chateado
Nem perturbado
O que me deixa preocupado
É navegares sem doca
Não te aflijas
Apenas por ti e não mais ninguém
Trabalharei até as mãos ficarem rijas
Até um dia arranjares alguém
Nada mais te posso dizer
Mas sem te querer entristecer
O meu coração consegues aquecer
Apenas te quero satisfazer
Pois o teu lazer
É o meu prazer
Amar não é desejar, querer nem ter. Para se amar não se pode querer completar algo que já está completo. Pondo estes sentimentos numa equação x = 0.5 + 0.5 logo x = 1, x = 1 + 1 logo x = 2. Quando se ama gera-se um terceiro mas nunca se muda o primeiro. Pegar e mudar não é amar, é desejo. Escusado será dizer que quando se ama pode-se sentir desejo. Mas para amar alguém não se necessita de haver desejo. Amar supera os limites físicos e vai para alem dos limites químicos. Amar é essência. Amar é sentir e viver. Não quero que sejas minha. Não quero ser teu. Quero que ambos sejamos de nós próprios. Não procuro completar nada. Não quero ser completado. Eu sou eu, tu és tu. Pondo sempre os teus sentimentos em primeiro lugar sei que te amo, pois para ser feliz basta-me que sejas feliz. Isso sim... é amar
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