ao aprimorar a capacidade de ver mesmo dentro do abismo, negro e claro, aprendi que ninguém, humano, merece a gentileza que tive e acabei por matar. as lágrimas alheias nada me dizem. os risos e gargalhadas que observo nos outros são maioritariamente fabricados e mentirosos. vivo no meio de monstros que não sabem, nem nunca saberão, a dimensão das suas próprias sombras. com o passar dos dias, a vontade de desaparecer cresce juntamente com os sintomas, físicos. não consigo ver-me em ninguém e por muito que tente entender e compreender o que os outros sentem já não consigo.
espero que morra antes que a minha insanidade chegue ao seu pináculo, pois sei que apenas na perda do meu controle farei alguém sofrer pelos meus problemas. a solução que encontrei para não sofrer não foi tanto uma solução mas sim um evitar. a incapacidade que tive de encarrar e lutar os meus demónios advém da autoestima que tinha ou a mesma que nunca tive. as minhas pernas pesão tanto que até um simples caminhar pela rua se tornou tortura. então, desisti e continuo a desistir até que a minha cobardia me mate.
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