domingo, 20 de abril de 2025
quinta-feira, 17 de abril de 2025
on going chapters that never ended,
unspoken words.
a scent that haunts the pages that i am,
and the liquor that pours down my throat.
the aching possibility you might love me,
if only i can persist.
the sky cries.
not for a love that died,
but for one that never was born.
if sadness is an emotion,
let it be my motion.
to be heartbroke is to be alive,
and, for that, i am thankful.
to be someone,
or nothing at all,
is the same.
reocoring themes,
i write only from the heart.
segunda-feira, 14 de abril de 2025
retornar de onde nunca estive fez com que acreditasse no impossível. o cheiro a nada ou até mesmo o toque de quem nunca foi o que pensei ou imaginei. o abrir da cortina do meu quarto deixou de fazer sentido pois quando acordo o sol já dorme. com o decorrer do tempo, habituei-me à solidão, ao que é frio e ao silêncio que vivo antecipadamente. na vida encontrei tudo. tudo aquilo que não queria. tudo menos o que desejava. as armadilhas posicionadas meticulosamente sobre os tapetes que saudavam os visitantes, da minha casa, sempre cumpriram o seu propósito. ao manter longe de mim aqueles que me tentavam agarrar, assegurei que não retardava mais a morte e, pelo contrário, a cumprimentava de braços abertos.
entre linhas ou no meio de uma sandes, podemos encontrar o conteúdo do espírito. vasculho em busca de algo palpável as gavetas que guardam as memórias do que fui e do que ousei esquecer. talvez ao reviver o que fui possa redescobrir-me. quem sabe, talvez venha a compreender o porquê de certos traços e comportamentos. traço nas páginas, vazias, linhas que circulam ciclicamente os mesmos hábitos. respiramos não tanto por querer mas porque não somos nós que mandamos nem mesmo em nós mesmos. vivemos sobre a ilusão de que somos condutores de carros que, por vezes, agem de forma autônoma e involuntária. se autônomo e involuntário pudesse um caro ser que evidências necessitamos mais para aceitar a realidade que nos é comum?
domingo, 13 de abril de 2025
contigo aprendi a ser o que fui, sem saber que era. amar é tanto uma arte como um estilo de vida e, contigo, amar foi não só um poema mas sim todos os poemas que alguma vez escrevi. a minha vida começou a partir do momento que te ouvi falar. ouvia sem prestar atenção ao que falavas, ouvia sem julgamento e ouvia, também, juntamente com as melodias que produzias, o bater de um coração que já mais tinha batido. foi, portanto, o começo da minha vida o momento em que apareceste.
estranho é estar e ser-se presente mesmo quando se está ausente, sentir o calor do toque da neve, gelada, na ponta dos dedos ou sorrir durante o choro, amargo, numa despedida temporária. sei, agora, que o que pensei ser um adeus sempre foi um até logo. sei, agora, que até mesmo no silêncio e na solidão podemos encontrar conforto. ouvi dizer, bastante, durante o tempo que vivi, que a vida é uma escola. se a vida é uma escola, que seja a única que frequente, eternamente. que seja a vida a escola? talvez assim o seja. mas, qualquer escola precisa de gente. na escola, que é a vida, tu és a professora e eu o aluno.
sabe que, mesmo quando me for, permaneço contigo. não só eu, henrique, mas tudo o que represento. sabe que todas as letras, palavras e frases advêm do sentimento que respiro. sentimento este que me alimenta, renova e me dá esperança. és, para mim, como os raios de sol que me fazem sentir o calor de um abraço ausente de corpo. abraças-me a alma, embalas o meu espírito, seguras e levantas-me do solo. sou como as folhas que caem das árvores e, mesmo sabendo que estou a morrer, fazes-me voar.
voar sem destino é talvez o destino de qualquer ser que voe. porquê restringir algo livre, belo e genuíno? mesmo sabendo que indesejado é o sentimento, que descrevo, agarro-o. talvez, para ti, isto seja algo que não entendas... talvez, para ti, isto seja só uma fase. e sim, talvez assim o seja. certamente também o será a própria vida. a vida é apenas uma fase. um caminho que nos leva a todo o lado e a lado nenhum. no meio de tanto sentido existe muita incerteza. e, até na certeza, podemos encontrar dúvida. o que é certo é que nada é certo. nada, ninguém nem mesmo o meu amor.
todas as chamas acabam por desvanecer com o tempo. somos, comparativamente ao universo, pequenos. tão pequenos como um grau de areia num deserto. insignificantes na nossa certeza de que somos algo, que somos importantes e o centro de tudo. sei tudo isto e muito mais, mas, no entanto nada disto me importa. o que é verdadeiramente importante, para mim, é que continues a ser o que és. um sol, não só meu, mas de todos. acima de tudo, sê tua. mais do que de alguém ou até mesmo mais do que todos. pois, quando o sol morrer, eterna escuridão é que resta.
sábado, 5 de abril de 2025
infinita é a raiva que carrego,
dentro de mim, palavras sem som,
transparecem através da minha expressão.
expressão que uso, expressão que me usa,
vítima de mim mesmo,
agressor frágil,
incerto,
pequeno e invisível.
amarga é uma vida,
onde nunca se chega a viver.
o tempo corre.
o tempo voa.
eu? voou com ele,
até que caio do abismo que sempre admirei,
admiração obsessiva,
maníaco-depressiva.
tento transmitir, escrevendo,
o que não entendo nem demonstro.
não por não querer fazê-lo,
mas porque me é impossível.
tal como o respirar submergido em água,
é veneno para aqueles iguais a mim,
também é veneno para mim o ato de confiar.
olho, analiso e penso,
concluo apenas que sou demasiado diferente,
demasiado atípico e estranho.
ser o que sou é me natural,
fazer o que faço é normal, para mim.
estranho, atípico e diferente são os demais!
doentes são aqueles que são saudáveis em ambientes tóxicos,
malucos são os que mantêm a sanidade no meio de tanta loucura.
o caos governa tudo e todos.
no meio disto tudo,
ando eu,
no meio disto tudo,
permaneço oblívio à ignorância que possuo.
tamanha é a inquietude das minhas pernas,
que, mesmo disfuncionais, fazem o que lhes digo.
funciona então o disfuncional,
porque não eu também?
paga-se caro pela exclusividade.
sou isso sim...
exclusivo.
injusta troca esta que faz de mim moeda,
com cada troca, perco um pouco de mim.
e, com o passar do tempo, vou perdendo tanto...
perdi tanto,
perderei ainda mais,
até chegar ao dia que o que sou deixou de ser,
talvez ai a moeda deixe de ser o que sou,
talvez um dia chegue a ser algo banal.
nunca desejei ser isto,
e, se pudesse, não o seria.
o mundo é injusto?
de injustiças percebemos nós,
filhos do maligno.
se o mundo é injusto,
pudemos apenas culpar aqueles que fizerem deste mundo aquilo que ele é.
o culpado sou eu. o culpado és tu e todos.
a culpa é, também, dos que já partiram,
tanto como é culpa daqueles que ainda nem nasceram...
injusto. sim, certamente injusto.
dar-se como culpado alguém não concebido.
certezas? não as tenho.
poderia dizer, com certezas, que um dia morrerei.
bem, nem mesmo disso estou certo.
a morte é consequência da vida,
tal como a ausência advém da existência.
pois bem, se vivo alguma vez fui,
nunca o soube.
se existo, ou não, tão pouco o sei.
por vezes, questiono até isso.
se pensar implica existir,
sei que nunca existi.
nunca pensei.
talvez alguém tenha pensado por mim.
mas, eu?
nunca.
pensar acontece somente na presença de inteligência,
e isso é coisa que nunca possui.
não sou burro como uma porta,
nem mesmo ignorante.
durante este tempo, nunca fui,
não sou nem serei,
alguém.
o vazio,
a ausência,
e o nada.
palavras soltas e poemas,
talvez seja isso.
mentiras honestas,
gritos escritos em folhas,
e o espaço que vive entre a tinta.
se no encontrares conforto na solidão, sabe que não estás só.
por vezes, mesmo acompanhados,
ou cercados por pessoas,
sentimo-nos sozinhos.
a única certeza que devemos ter é:
não existirem certezas;
as coisas não são sempre pretas ou brancas,
nem amargas ou doces,
por vezes encontramos doçura do amargo,
como quando nos beijam sem permissão.