quarta-feira, 28 de agosto de 2024

na nébula, incerta, encontro o meu caminho,

caminho perigoso,

caminho descalço,

nado em vinho.


afogar-me com os meus pensamentos,

atiro lanha para a fogueira,

alimento a minha prisão,

preso em certos momentos,

respiro o fumo da lareira,

inunda-se-me o coração.


sofro a pensar,

penso no sofrimento,

o mesmo que acaba por me afogar,

sou para o solo como alimento.


já nem me alimento,

vivo pela satisfação de um dia morrer,

sobrevivo sem sustento,

sou mestre a correr.


então corro,

fujo de tudo e todos,

só, na penumbra, faleço

entre a vida e a morte permaneço.


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