segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Acabo de acordar da mais profunda sesta.
perdido no meio da floresta,
olho em meu redor,
em desespero, grito. Ninguém me ouve.
Afogo-me no meu próprio suor,
déus quer que o louve.

Notas percorrem o meu interior.
Notas escuras e sombrias.
Notas que me fazem voar para o submundo.
Algo que acreditava ser um rumor,
sinto entrar no meu corpo ondas frias,
espíritos de outro mundo.

No passadiço das nuvens que já não vejo,
Reencontro a morte do beijo.
Nébula suja e vazia,
sinto falta do tempo em que vivia.
Viver puramente, sem matar o tempo,
pois ao matar o tempo, surge um contratempo.

Sinto o peso do mundo nos meus ombros,
família que vira inimiga,
vida reduzida a escombros.
Amigos viram vampiros,
até a mais doce rapariga.
Amor vira arma, ouço tiros
contra o meu ser, contra a minha vida.
Alma ressequida.

No declínio do meu parecer,
encontro-me a perder.
As vozes ainda me atormentam,
Bombas que rebentam.
Poemas esquecidos,
Poetas perdidos.

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