sábado, 27 de dezembro de 2014

Talvez me iluda
Com o passar dos anos nada muda
Talvez seja outra a realidade
Assim é viver no meio da complexidade

Vejo as portas abrirem-se
As portas que fecham o teu coração
Talvez alguém tenha ouvido a minha oração
Ou talvez sejam apenas dois jovens a iludirem-se

Com o passar do tempo vejo o que não via
Algo que sem saber não compreendia
Embora acredites nos teus defeitos
Eu vejo-os como belos encantos

Sei que não vez o que vejo
Mas nos meus sonhos os teus lábios beijo
O que dizes ser um defeito
O meu coração obténs com esse teu jeito

De ser algo contraditório
Ou talvez imaginário
Os defeitos tornam-se recantos
Os recantos onde visito quando sonho com os contos

Em que contigo posso estar
Sem no amanhã pensar
Apenas o momento passar
Pela tua maneira de ser me apaixonar

Vezes e vezes sem conta
Um coração partido monta
Quando te olho
A felicidade colho

Quando o teu sorriso oiço
Uma vontade de rir sobressai
Algo que desce mas nunca cai
Faz com que saia do poço

Nos mais escuros dias sei
Que uma luz de presença encontrei
Desviando a escuridão para os arredores
Acompanhar-te-ei onde quer que fores

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Gostava de poder ser tão sincero e honesto para ti como sou para a escrita. Gostava de te dizer tudo aquilo que quero dizer. De te dizer que te consigo ver. Consigo ver-te por aquilo que és e aceito-te. Já não te podes esconder depois de teres sido observada por estes sábios olhos meus. Tendo todas as tuas falhas e medos quero que saibas que eu pouco me importo com elas. Gostava que me desses o privilégio de os combater a teu lado. Acredito que em conjunto os superarias mais rápido e que talvez até os consigas eliminar dos arredores da tua mente. Eles são o pó, eu sou a vassoura e tu és quem me agarra. Se nunca me agarrares nunca os poderei afastar, afinal de contas sou só uma vassoura e quem me maneja és só tu. Sei que tens muitas coisas na tua mente que não me dizes. Essas não as questiono, questiono sim, o porquê de as esconderes. Gostava que fossemos claros um para o outro como a água, dos oceanos, é para o céu. Dizem que quem espera sempre alcança, mas o que eu penso é que quem espera, sempre espera. Talvez deva parar de esperar e confrontar, mais uma vez, os meus medos e demónios. Quem sabe, talvez me surpreenda com os resultados. Terei de o fazer para o ver.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Num mundo cruel, onde aqueles que não têm força para andar e que caem num poço sem fundo, navegam à deriva à espera de alguém, de uma mão, de um apoio, de uma âncora, bem podemos esperar. Pensava eu, enquanto olhava para o vasto oceano. As pessoas são más, egoístas, mentirosas. Tal mundo não deveria de permitir a existência de um lobo solitário como eu, vitima de uma amarga solidão e melancolia. Sobre esta mentalidade ia vivendo. Se é que me é permitido disser que tal modo de viver seja viver. Numa sala escura, sem qualquer tipo de iluminação ou presença humana. Não à muito tempo apercebi-me de algo que me motiva a ser feliz. Uma porta abrira-se na minha escura sala. Que estranha luz era aquela? Apercebi-me então que essa luz vinha dela. Do meu primeiro e único amor. Dias, semanas, meses e anos passaram e o meu amor por ela cresceu. Embora pense que não fosse consentido, ela tornara-se o motivo do sorriso deste escritor. O meu motivo para caminhar.
Sem dúvida que ela me intriga. Uma rapariga misteriosa. A mais misteriosa que alguma vez tinha conhecido até aos dias de hoje. Sinto uma estranha tristeza e insegurança no seu olhar. Quero ganhar a sua confiança. Quero ajuda-la. Posso dizer com certezas que isto é o que mais me passa pela mente e também é o mais que desejo. Que se danem os estudos. Preferia trabalhar a servir às mesas estando com a pessoa que amo do que prosseguir algo que me pode levar à solidão e deterioração. Magoa-me achar que não a mereço. Pelo menos por enquanto.  

sábado, 13 de dezembro de 2014

Onde o coração vai a casa acompanha

Quando estou fora
Sinto saudade
Quero ir embora
De volta para a tua beldade

Chego a casa mas em casa não estou
Pergunto me o que se passou
Para casa vim mas o sentimento ficou
Dias e dias perdurou

Apercebi me de algo
Quando contigo permaneço
Aquele sentimento esqueço
Pelos campos verdes cavalgo

Sei agora
Onde é a minha casa
Sei que não quero ir embora
Deste sitio que o tempo arrasa

Afinal de contas
A minha casa permanece
No lugar em que cantas
A distância prevalece
A minha alma entristece
E a minha mente enlouquece

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Procuro vontade de dormir
Cenário sádico este em que vivo
Querer algo que me mata
Pensamentos positivos tento incutir
Um pesadelo sempre activo
Oiço lá no fundo uma cascata

Oiço todas as vozes falar
O meu nome ousam gritar
Vieram para proclamar
Algo que me pode vir a matar
Por dentro e por fora
Uma lágrima chora

Nos campos verdes
Já só vejo vermelho
Nas escuras tardes
Procuro um conselho

Não de pessoas
Mas sim do universo
Vou escrevendo mais um verso
Abstraindo-me das coisas boas
Que de boas já nada têm
O branco tornou-se preto
Preso no meu próprio dialecto
Os meus olhos só a ti vêm

A solitária luz
Faz-me acreditar na cruz
Algo divino
Assim te defino

Quero ficar
Tento os rostos lembrar
Por vezes fazem-me chorar
Por me fazerem estar
Ainda num mundo em que não posso amar
Sem o passado recordar

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Pergunto-me se talvez,
Talvez um dia
Já à beira da morte
Não te tenha como minha companhia

Talvez o sonho do solitário
Tenha deixado de ser imaginário
Cego pelo que vejo
Assim o prevejo

Um coração que sangra
Lágrimas vermelhas
Manchadas pela vontade ingra
De que de engraçado nada tem, apenas falhas
Falhas do rumo que tomei
Falhas na cidade onde cheguei
Falhas no significado de amar
Falhas ao nada chegar

Não sei como é ser amado
Deitado no chão sem ser apanhado
Um boneco desconsolado
Um boneco falhado

Pelo que é
E que não é
Pelo mundo mudado
Pelo mundo derrubado

Pelo amor maltratado
De não ser amado, desapegado
Perde a vontade de viver
Perde a vontade de comparecer
A mais um acordar do sol
A mais um adeus ao sol
E um despertar da lua
Seguido por um até logo na sua partida, a linda lua

Querer e ter

Entre querer
E ter
Vou nadando
Sinto que estou sonhando

Forças já não tenho
Fraqueza contenho
Quase não me levantando
Continuo amando

Gostava de te pertencer
Sabendo que não posso
Preferia não te conhecer
Sozinho ficaria no fundo do fosso

Os teus lindos olhos são
A tua cara perfeita é
O teu corpo espalha paixão
E assim levaste o meu coração

Sou uma flor perdida
Uma flor que foi colhida
Passando pelas mãos do destino
Para a morte me inclino

Mas depois relembro-me
Das flores que tens no teu jardim
Talvez possa ser uma dessas lindas flores
Colhe-me e cuida-me
Trata de mim como sei que podes
Para ti finalmente me abri
Exibindo toda a beleza que escondia
Mas mesmo assim nunca na verdade
Me aceitaste como teu
Relembras-me que somos amigos
Viras o meu mundo do avesso
Empurras-me e puxas-me de seguida
Controlas as cordas que me fazem de uma marioneta
Ao te conhecer o meu coração perdi
Gostava de encontrar um dia
O coração de que me despedi
Sem despedidas de verdade
Vivo na complexidade
Do que quero
E do que tenho

domingo, 7 de dezembro de 2014

"Cada palavra que dizes, cada sorriso
Elas têm tanto significado para mim
Até os teus mais pequenos olhares
Até as tuas solitárias costas são uma promessa para mim
Tudo de ti vem para mim
Como um problema irresolvível
Tristeza floresce como flores do cosmos na estação de comboio
És o cheiro aromático que passa por mim
Vou construir um castelo no topo nas fofas nuvens

Vou abrir a minha janela para ti, a minha ventosa janela."

Tradução da música https://www.youtube.com/watch?v=PgTGm351HTI para português

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Amo-te mais a tua pessoa
Do que a minha própria alma
Vivo com calma
Na tua cabeça o tempo toma a forma de uma coroa

Matar o tempo
É me impossível
Mais que um amigo
Algo plausível

Acordaste o relógio
Que dentro de mim tinha
Procura agora algum vestígio
Desta vida minha

Deste corda aos ponteiros
Sinto agora alegria
Parece que vivo numa fantasia
Dois corações íntegros

Quando contigo não estou
O tempo parece que parou
O relógio parado ficou
E assim ele entrou

Este sentimento que sinto
Algo que minto
Finjo feliz estar
Para assim ela ficar

Sei que não devia
Assim também não o queria
Mas sei como ela ficaria
A realidade veria

Proteger a tua felicidade
Manter a tua inocência
Sei que é algo temporário
Por mais um tempo mantar a peculiaridade
A inocência perde a paciência
Algo mais complexo que um pensamento binário
E assim entra a experiência

O que sinto por ti não posso calcular
Talvez seja essa a ciência de amar
Querer para sempre ficar
Ao teu lado estar

Abraçar-te quando chorares
Acompanhar-te quando rires
Beijar-te quando precisares
Acreditares sem questionares

Sonho acordado
Pois durante o dia tenho o controlo
À noite instalo-me no subsolo
E quando fico deitado
Em nada penso
Sem ser na tua cara
E no teu bonito sorriso
Fico no tempo suspenso
Algo que a minha vontade declara
Apenas uma coisa importa, o teu riso
Nenhum sentimento se compara
A este em que vivo
Algo que é progressivo
Uma chama que queima tudo por onde passa
A tristeza fica cassa