quarta-feira, 28 de agosto de 2024

na nébula, incerta, encontro o meu caminho,

caminho perigoso,

caminho descalço,

nado em vinho.


afogar-me com os meus pensamentos,

atiro lanha para a fogueira,

alimento a minha prisão,

preso em certos momentos,

respiro o fumo da lareira,

inunda-se-me o coração.


sofro a pensar,

penso no sofrimento,

o mesmo que acaba por me afogar,

sou para o solo como alimento.


já nem me alimento,

vivo pela satisfação de um dia morrer,

sobrevivo sem sustento,

sou mestre a correr.


então corro,

fujo de tudo e todos,

só, na penumbra, faleço

entre a vida e a morte permaneço.


terça-feira, 27 de agosto de 2024

En las noches calientes de verano, estoy solo.

No me disgusta estar solo,
simplemente, no me gusta estar solo
cuando pienso en ti.

Pensar en ti
es como pensar en la esencia de la vida,
y yo creo que en todas las vidas que viví
sigo buscándote.

Te busco porque, sin ti,
las noches son más oscuras,
el tiempo es más lento,
y la comida no tiene sabor.

Sé ahora que sigo viviendo otras vidas
porque en ellas nunca te encontré.

No quiero tener más ninguna vida,
quiero que esta sea la última, y para eso,
tengo que encontrarte.

Eres la pieza del rompecabezas que sigo perdiendo,
y sin ti, mi propósito sigue inacabado.

Si no en esta vida,
sé que te voy a encontrar,
y, aunque tengas otro nombre,
nunca olvidaré tu esencia.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

lately I have been thinking. i often think out loud and i often think about you.

maybe because we have been through some things or maybe because we have met in another life, i sometimes get this sensation that i've known you forever.

sometimes i feel small. i feel so small i compare myself to tears in the rain.

knowing you was the best part of my life and when your eyes are faced towards me my tiny and frozen heart melts.

you touch my heart but, if you were to really touch it would you feel it? would you be able to realize the impact you have had in my world?

to me, life is but an epiphamy, a burning cigar or, perhaps, a short breath. 

i want you to know that you made life a wholesome experience. you gave color to the mono colored painting i drew all my life. 

you are not the reason. you are the reasons. you are the sun and the moon. you are everything yet nothing at all. 

in my mind there are no questions. my heart feels no doubt and my body often misses something that it never felt. you.

all this might sound silly to you. maybe you won't believe my simple yet heartfelt words. even thou you might never understand the dept of my emotions i know you will understand that i care for you dearly.

if you ever need anything from me don't ask me it. think about me and, in your mind, talk. i am sure that even thou your mouth would remain shut i would still listen to what you had to say.

beauty is not in our eyes see but in what our hearts feel and, my heart, feels for both of us. in the sands of time, ask and you shall receive.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

today i saw you.


in those pictures,

i saw you.


i saw you,

when i glanced at the flowers,

and, when i turned around,

i looked at my shadow and saw you there as well.


every bit and every place i go to, i see you.

it is wonderful yet sad how much i see,

yet, how much i don't see.


in the pictures you sent,

i saw you again,

and again.

in those pictures i saw everyone,

but me.


one day,

just one day,

is all i need.


when that day comes,

i will make sure to take a picture,

a picture of you and me,

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quarta-feira, 7 de agosto de 2024

as lágrimas que derramo por ti,

caem sobre o vasto oceano,

azul, mas já não tão azul.


se a pintar pudesse exprimir,

as angustias que o coração sente,

começaria por te pintar a ti,

sombra que me persegues.


numa tela branca,

já só vejo preto,

a raiz do problema não é a vista,

nem mesmo os óculos desactualizados que já nem uso.


a origem dos meus medos,

e as fobias que se foram originando,

advêm do fruto do pecado.


mesmo sem conseguir andar já corria...

corria dos meus problemas,

fugia de ti,

tu que és parte de mim.


sei que sou tanto teu,

como tu és meu,

sei, também,

que sou fruto de amor maligno.

a pior forma de se amar,

acontece quando não amamos de todo.

o pior mentiroso não é aquele que faz os outros acreditar,

mas sim aquele que acredita nele mesmo.


não sei se sou original,

nem mesmo real,

não sei saber,

nem querer.


para crer nem sempre basta ver,

e, as vezes, cremos sem ver nada.


se ver nada é credível,

talvez não seja cego de todo,

quem sabe, talvez um dia me encontre,

e me reconheça quando olho o espelho.


se o que é maquiavélico me é natural,

respiro toxinas para sobreviver.


o sangue que corre nas minhas veias congelou,

juntamente com o que ousei sentir.


não acredito mais no amor,

não por não o ver,

ou por não o sentir,

mas porque acreditar, no amor,

requer que se acredite,

e disso já estou eu farto.


recuso-me a acreditar mais,

nem nos outros nem em mim,

não acredito sequer em não acreditar.


um dia, encontrar-me-às numa ponte, velha,

a olhar para o rio que passa por baixo dela.


até lá, permanece descrente e catatónico.

até lá, permaneço vazio.