segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

O fim está próximo,

Próximo de mim,

Este fim, que é só meu,

Aguarda para me segurar nos seus braços.

Morte fria, mas desejada,

Leva-me para o outro lado,

Acaba com a minha inutilidade,

Dá paz aos que por mim se preocupam.


O peso das responsabilidades, das críticas e expectativas é demasiado,

Embora tente, tente e tente, nada muda,

Permaneço inerte e catatónico face ao que acontece. 


Gostava de chorar, talvez isso me aliviasse.

Não consigo chorar mais,

O meu poço secou,

A água desapareceu, levando com ela todas as minhas esperanças.


Os meus sonhos, melancólicos e monótonos,

Retratam uma vida onde já não existo.

Não minto quando digo que anseio para que isso aconteça.


Estou com frio e já não vejo nada à frente,

Olho para trás e vejo a mesma coisa... nada.

Sou só mais um que nada sem objectivo,

Para além de sobreviver.


Se não me permito viver,

Para quê respirar?

Para quê tentar?


Agonizo acompanhado pela solidão e o vazio à minha volta.

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