não me faltam motivos para baixar os braços. os socos já não doem e o vento já não corta. a sujidade mundana e rudimentar faz, agora, parte da minha essência. durante a tempestade, já não tempo lutar contra a corrente e aceito a ausência de ar nos meus pulmões. Gostava de afundar no mar, mas já estou tão submerso no lodo que por muito mais que tente afundar é me impossível.
vejo uma porta. abro-a. atravesso fogo, queimo a sola dos meus pés cansados. sei onde estou. no meio de tantos pecados, destaca-se aquele que carrego de forma exuberante. todos pecam. essa é a verdade. uns pecam mais que outros. o meu maior fracasso foi ter deixado para trás a pessoa mais humana que conheci.
mãe. querida e amada mãe. não te pedirei perdão, mas sabe que me arrependo de te ter causado sofrimento imaginável. deste-me vida. mantiveste-me vivo e ainda me deste razões para cá ficar. por vezes, questiono-me se te mereço e questiono o motivo do teu amor incondicional. quando me olhas com esses olhos belos, o que vês? gostava de ser mais como tu. quando me vejo ao espelho vejo-o a ele. sinto que aos poucos o meu maior pesadelo se está a concretizar. não sei o que fazer e isso assusta-me
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