as folhas caem.
serei folha?
ou serei o verme que as consome, até na morte?
se com o vento pudesse voar,
voaria para o vazio,
mergulharia no nada que é o meu pensamento.
a morte de algo que nunca existiu,
ou a vida de algo não concebido,
causa-me nostalgia azeda.
manhãs, tardes ou noites.
sol, chuva ou nada.
tudo parece igual.
o sol arde,
a chuva corrói,
abraço o nada.
já nem ouço as notas musicais,
ouço apenas ruído, estático.
preso numa prisão sofisticada,
mas não tão sofisticada assim,
pois esta prisão não me prende,
esta prisão não me priva,
contudo, esta prisão tira-me a vida,
e a vontade em vive-la.
não sou bom,
não sou mau.
não sou um bom mau.
nem mesmo um mau bom.
sou eu. apenas isso.
uma criança adulta,
que cresceu exclusivamente para dentro.
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