se a vida me desse algo,
se a vida me desse algo para além de isto,
não escreveria de madruga,
não escreveria de todo,
porque só quem escreve sabe,
e somente os que sabem desejam não saber,
a amargura e o desgosto inerente a cada palavra.
dei por mim a falar com paredes,
literalmente. falei com paredes,
ou melhor, elas falaram comigo,
eu limitei-me a responder.
nem sei quanto tempo passou,
segundos? talvez até minutos,
mas, felizmente, não durou assim tanto.
senti uma mão a tocar-me no ombro,
e voltei à realidade.
porque me esticou a mão? questionei,
quando estou cá prefiro não estar,
e quando não estou não sou,
mais aquele que chora sobre leite derramado.
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