terça-feira, 5 de abril de 2022
sábado, 2 de abril de 2022
morte que me persegues,
passei a odiar-te,
deixa-me que te diga, tu consegues!
diz me alguém que reside em Marte.
morte é ausência de ser
e eu? quem sou?
sei que estou onde não quero estar,
e que já nem quero viver,
pois ainda cá estou,
pois tenho algo onde me agarrar.
em breve, muito breve,
esse algo irá sumir,
e só ai poderia então partir,
em esperança que o espírito eleve.
a física das coisas não me entra no miolo,
só, com frio, desconsolo,
na amargura que é existir sem propósito,
secou o depósito,
a fé que nos outros deposito,
é desadequada e mal direccionada.
a direcção do volante quebrou,
a tela ficou somente escura,
triste é o destino de quem se renegou e privou,
e que fez da emoção uma pedra não tão dura,
não tão seca e sem cor,
mesmo assim, não sinto amor,
não sinto de todo.
fui ao engodo,
tropecei em trapaçarias alheias,
a cabeça fui enfiando nas colmeias,
onde fui picado e devorado,
por zombies disfarçados.
após ter colocado inúmeras máscaras,
já não sei qual é a minha.
umas mais baratas, outras mais caras,
mas todas as pessoas têm um preço,
sorri enquanto me tinha,
mas agora, que deixei de ser meu,
meto-me de joelhos e peço,
rezo pelo mesmo deus que o teu.