quarta-feira, 23 de março de 2022

o tempo segue em frente,

a amargura ainda é recorrente,

o sol, ausente permanentemente,

eu? continuo desapegado do presente,

o tempo é a minha gaiola,

sou o pássaro que a habita,

preso no que me desabilita.

o descontentamento é enorme,

a escuridão é avassaladora.


mente que nunca dorme,

alimenta a voz da minha cantora,

aquela que me canta desconsolada,

e que mantém a minha boca cerrada.

a vida está cheia de coisas boas,

mas não sou uma delas,

uma dessas iluminadas pessoas,

que abrem portas e janelas,

sem questionar o porquê de o fazerem.

se a vida foi feita para a viverem,

porque é que a morte me atrai?

tornei-me na primeira gota que cai,

sempre que o céu chora.

talvez um dia consiga ir embora.

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