quarta-feira, 2 de março de 2022

afundo-me cada vez mais profundamente quando sonho,

sim, quando sonho caio. 

caio no vazio que é o pensamento,

no nada que é viver.


em tempos, foste fonte de prazer,

foste a moleta que segurei para não cair.

por isso, hoje que a moleta me falha,

permaneço numa queda constante.


sumir por uns tempos não basta, 

preciso de desaparecer,

talvez me esconda noutra saia,

uma que me ajude a esquecer.


esquecer-te, não durante uns tempos,

mas permanentemente.


a geada fere a minha alma,

corrói o meu ser,

tapa-me a vista,

atira-me para o escuro,

onde fico até que me encontres.  

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