segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

 O fardo do passado é pesado,

Coisas que gostava de ter ultrapassado,

Imagens violentas percorrem a minha espinha.

Os sentimentos que ela obtinha,

Sempre que uma chapada lhe era dada,

Passavam para mim.

Cada chapada que lhe era dada era por mim sentida,

Sempre respondi que sim,

Quando questionado se tive uma infância normal.

Se o normal é viver no meio de um romance,

Entre uma besta e uma princesa, respondo que sim.

Agressão vocal. Inspiração banal.

Agora, vivo essas recordações em transe.

Odeio homens e a sua masculinidade.

Odeio mulheres e a sua conformidade.

O pouco que resta da minha inocência,

Cedo desaparecerá.

Presencio a morte da minha essência.

O rei da selva assassinará,

Em fúria. Barbaridades escritas em linhas brancas,

Destranco portas enquanto tu as trancas.

Transformo comprimidos em linhas brancas,

Enquanto tu me trancas.

Arrancas dentes pela raiz,

Compósito numa só matriz.

Verdades não existem, somente mentiras.

Acrescento, e tu? Retiras.

Se o sofrimento causado à minha mãe pudesse ser evitado,

Preferia nunca ter nascido.

Presenciei a morte de algo belo.

Coração maltratado,

Rancor obtido,

O voar de um chinelo,

Que cai sobre a cara de alguém que me é querido.

Odeio homens e a sua superioridade.

Odeio mulheres e a sua inferioridade.

Se pudesse mudar algo no mundo,

Mudava a violência inerente a cada humano.

Encontrar-me-ás bem no fundo,

De um teatro desumano.

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