sombras reiunem-se onde partiste,
cordão nebuloso que une este sitio a ti,
sou imprudente por me ter deixado afundar tão fundo,
e agora bati no fundo, no fundo desta estação que só a ti te pertence.
tenho uma mão cheia de memórias e a outra cheia de arrependimentos,
coisas que queria dizer e não disse, momentos em que devia ter ficado calado, mas não fiquei.
quando olho para o céu, de noite, conto as estrelas. consolo-me no facto de que consigo ver as estrelas embora elas estejam distantes de mim. estás estão distante. é assim tão errado querer acompanhar-te? é doloroso. nunca senti nada como isto. sou cego para o que me é primitivo e de ouvidos abertos para o bater do teu coração.
sinto-me como um observador passivo que nada pode fazer para além de chorar. chorar de alegria, chorar como um pinto abandonado. sei que nada é eterno e, sei também, que somos só um momento, mas o momento em que estiveste na minha vida foi o melhor momento que vivi até hoje. ninguém, nunca, me fez sentir como tu me fizeste. és a água do rio cujo destino tento apanhar, mas tal como a água do rio, escapas pelos meus dedos.
o que me aguarda o futuro? quanto tempo mais irei eu sentir-me desta forma? para sempre? ou só por mais um breve instante?
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