sexta-feira, 19 de junho de 2020

pego na caneta mais uma vez,
saudades dos olhos com que me vês,
"três, a conta que Deus fez".

história repetida,
carta perdida,
mulher introvertida.

pensei ter esquecido,
pensamento desmentido,
pinheiro ressequido.

nas silabas das notas que não são ouvidas,
nos fonemas que sempre foram teus,
nos sorrisos que foram meus,
viajo no som das tuas batidas.

esta mulher introvertida,
que é sempre determinada,
faz-me dançar a sua balada.

abraço agora a miséria,
reconheço esta matéria,
invade o meu corpo como uma bactéria.

cabelos castanhos,
rir que me embala,
toque que fala,
olhares de diferentes tamanhos.

sinto a tua falta, mulher introvertida,
da tua conversa fluída,
de como ajudavas a sarar a minha ferida.

nunca me esquecerei de ti, mulher introvertida,
e da nossa página vivida,
no final a nossa capa foi multicolorida.

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