sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

ao levantar o queixo:
ao deixar voar o balão que agarrava, chorei,
chorei extensamente e harmoniosamente,
no cair das lagrimas eleva-se-me o espirito,
largo, agora, o sentimento que sempre guardei,
olho para o copo, já partido. mente ausente,
coração extraditado, diário escrito,
verdadeiro e transparente, desordeiro e descrente,
saltos profundos e palavras trocadas,
sombra avassaladora e permanente,
tetos quebrados em noite de chuva,
barriga vazia. caricias roubadas,
cama solitária, alma viúva.
sonhos morrem, esperança nula,
ondas imprevisíveis e avassaladoras,
levem-me para o quente dos braços dela.
a fadiga instala-se, cansaço que se acumula,
o corpo corroí, forças inibidoras,
vento que apaga a chama da vela.
escuridão total, grito perdão,
ao falhar em agarrar as tuas costas,
as pernas desistem, caio ao chão,
rastejo até à meta, emoções expostas,
embora o corpo desista, a mente luta,
fé que é inabalável, o destino disputa.
treinos recorrentes e necessários,
baladas fortes e cativantes,
dedos entrelaçados, olhares revigorantes,
cria-se uma historia de autores notários.
continua a caminhar, hei de te apanhar,
este é o futuro que quero criar,
quero acompanhar-te, faça tempestade ou solstício,
aceito o sacrifício.
o despertar de uma flor tímida,
o partilhar de um apelido.
Realidade que quero fabricar,
braço que quero alcançar.

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