Parto em busca de uma solução.
Sinto saudades de me ouvir, só, sem interrupção.
Talvez seja a minha incontrolável obsessão que o alimenta.
Duas faces da mesma moeda.
Conflito interno indesejado.
A minha mente, através de mentiras e decepções, embebeda.
Olho para o espelho e sinto-me enojado.
Sou embalado na sinfonia da morte,
Não me incomoda, nela encontro uma saída.
Exposto e com medo senti necessidade de construir um forte,
As suas muralhas são feitas de seda.
Danço enquanto a orquestra me leva à insanidade.
Visões que gostava que fossem verdade.
Subo a escada cujo destino é o inferno,
Degrau frio e sem esperança,
Destino que aceito,
Eterno inverno,
Levo comigo uma lembrança,
O meu maior feito.
O termino de algo único,
Escrevo o ultimo capitulo,
Percorro as linhas enquanto a caneta chora,
Nos meus últimos momentos permaneço catatônico,
Uma maneira de fugir de dentro do circulo,
O relógio dita a hora.
Ao olhar uma ultima vez para a tua face,
Vivo a intermitência do espaço,
Aqui te dou o ultimo abraço,
Questiono-me, seria tudo diferente se te beijasse?
Dentro de mim a chama grita,
Sem voz, sem futuro.
O nevoeiro denso tapa-me a vista.
Do vazio surge uma mão que me fecha os olhos.
Não consigo ver, mas o teu nome murmuro.
Mundo cruel este, onde os pais enterram os filhos.
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