terça-feira, 31 de março de 2015

A nostalgia apertou-me o peito quando a vontade de chorar chegou mas o coração não lacrimou. A vida e as experiências fizeram de mim algo diferente, algo racional. Sei agora distinguir a irracionalidade derivada de sentimentos incontroláveis e sei como lidar com eles. Não consigo nem posso perseguir a sombra das costas de alguém cujo rumo me leva à autodestruição. Lágrimas choram, não na minha face mas na face dos que outrora segui. Sei no que me tornei e não detesto no que me tornei, de facto, agradeço e valorizo todo o sofrimento que me foi imposto, pois agora sei que o sofrimento é o caminho para a felicidade e para a tranquilidade. Sofro todos os dias. Consumo-me diariamente e com o passar dos dias o que sou passa a ser o que era. A inocência partiu e um novo eu pariu. Quero querer ter-te mas temo que esse querer passe agora a ser um esquecer. O tempo passa mas a minha mente distorce o tempo fazendo de mim um ano mais velho a cada dia. Perdi a vontade de viver e simplesmente quero conhecer o que o futuro me pode trazer. A tristeza atrai-me, não pela solidão e pelo sofrimento que me causa mas sim para me dar forças para continuar e talvez a almas sem coração poder dar o sentimento de amar. Já não sei se sei amar ou se não sei o que é amar. Sei que sinto algo mas sei que algo não sinto. Quero ser um hospede de algo que traga felicidade aos que me rodeiam, mesmo que isso me leve à própria morte. Quero deixar algo antes de partir, talvez um legado. Antes de partir um coração quebrado gostava de corrigir. Temo não o conseguir pois do meu corpo veneno sai e das minhas palavras ácido expilo. Sou apenas uma pessoa normal cujas circunstancias me levaram a ver aquilo que vejo, realidade ou não. Gostava de voltar a ser uma ovelha e ter um pastor a me guiar. Gostava de recuperar a inocência que perdi e gostava de aos outros dar aquilo que perdi. Gostava...

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