quarta-feira, 28 de setembro de 2022

como um grão de areia é,

insignificante ao ponto de ser dispensável,

sou-o também.

as raízes da minha amargura são profundas,

a razão do meu disfuncionamento é um mistério,

e, eu, sou tão misterioso como interior de um ovo kinder,

tão pequeno como uma formiga,

invisível como uma bactéria.


as pedras que compõem a calçada têm um propósito,

e, se pensarmos bem, um significado,

significado este relativo a quem as observa,

a quem as julga.


custa manter os olhos abertos,

custa manter os braços erguidos,

a cada dia que passa, encolho,

sei que me tornarei mágico quando sumir de vez,

talvez ai me encontre,

nesse vazio que é a solidão.


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