quinta-feira, 25 de agosto de 2022

se as tempestades que passam pela minha cabeça,

pudessem sair de mim por palavras,

seria tudo mais fácil.

se as mentiras, desnecessárias, fossem pesadelo ultrapassado,

e as gotas deixassem de cair sobre a minha face,

a vida seria mais intragável,

mais bonita e amável.


as coisas longínquas permanecem-me perto,

o passado nunca deixou de o ser,

sou apenas mais um ser, mais um que volta a erguer.


felizes amarguras surgem com o amor,

com o batimento rápido e o tempo ultrasónico.


foste tudo aquilo que sempre quis, 

no entanto, escapaste-me pelas frechas da mão.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

a dúvida instala-se no meu núcleo,
questiono-me, sou eu ou são os outros?
a mesma história repete-se ciclicamente,
sou só mais um que age involuntariamente.

a palavra, traiçoeira e manipuladora,
faz de mim insano,
inconscientemente soberano,

os pregos perfuram-me as mãos,
o sangue vai escorrendo,
rapidamente, 
mas não tão rápido quanto desejo.

sábado, 6 de agosto de 2022

se no passado pudesse encontrar conforto,

se conseguisse encontrar conforto de todo,

não seria quem sou ou o que sou,

não seria nem mesmo o que penso que sou,

não seria doce amargo ou prado desflorestado,

hoje em dia, fujo do que me relembra o amor,

viro as costas e já nem olho para trás,

simplesmente sigo em frente,

sem questionar o que já passou.


se não tivesse partido,

talvez agora não estivesse quebrado,

quem sabe, fosse feliz por uma vez,

somente uma única vez,

mas nem disso sou merecedor,

não sou digno nem de ter dignidade,

nem sou fiel às minhas palavras.


já tive nas mãos o que desejei,

o que desejo e desejarei.

não fui corajoso o suficiente para segurar o meu sonho,

deixei-o escapar por entre os meus dedos,

sujos e gastos de tanto os maltratar.


se soubesse o que sei hoje,

faria tudo de forma diferente,

mas, infelizmente, a vida é uma linha que corre numa só direção,

independentemente do quanto tente mudar o passado,

nada muda. fica tudo exatamente igual.

igual ao que era, igual ao que foi.


sempre me disseram que insanidade é esperar resultados diferentes,

tentando fazer algo da mesma forma.

então atiro a mesma moeda ao ar todos os dias,

na esperança de um dia ver a face oculta da moeda,

mas a esperança morre, tal como eu morrerei um dia.

quando esse dia chegar, espero partir de barriga cheia,

rezo para que não morra cedo pois encontro-me faminto e magro.


foste tudo aquilo que quis, mas que nunca soube que tive.

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

mi coraçon explodio,

ensuciando todo en su camino,

sigo pensando en ti,

y como maté nuestro amor.


nuestro amor ya no existe,

yo no existo,

soy solamente una sombra,

una mancha en tu piel.


mis braços siguen rojos,

mi sorriso, muerto,

mis suenõs no existen más,

ahora que ya no somos.


quiero volver al pasado,

quiero besarte una vez más,

pero sé que eso és impossible,

nunca más te volveré a ver,

y eso mátame desde adentro.


no quiero seguir viviendo,

pero no tengo valentía para morir.