domingo, 31 de julho de 2022

sou o que sou, 

exatamente por ser como sou,

os outros dizem que sou aquilo que não sou.


eu não desmenti,

fui aquilo que não sou,

mais uma vez,

e, como da outra vez,

voltei a ser o que não desejo,

voltei a ser o que já fui.


tirei a máscara,

e por momentos, voltei a ser eu.


sempre que ouço aquilo que dizem,

ouço tudo menos aquilo que dizem,

ouço tudo menos aquilo que quero ouvir,

ouço tudo menos o que é.


durmo e encontro nos sonhos a verdade,

as máscaras não existem.


bonita realidade esta que somos aquilo que somos,

que somos aquilo que queremos ser,

que somos felizes.


ao contrários dos outros,

não gosto de ser como sou e o que sou.

sempre que sou o que sou,

sou o que não sou.


o mistério das palavras é inexistente quando lêmos sem preconceito,

quando vemos ,não com os olhos, mas com a intuição,

com a alma e com o coração.


a confusão é nula,

quando a mente está aberta.

a confusão é tanta,

quando nos fechamos ao exterior.


já não acordo em pânico,

já não sonho.




domingo, 10 de julho de 2022

sinto nojo do que fui e do que ainda sou,
sou só mais um parasita,
mais um gato que bebe da sanita.

fala-me de um ser humano que nunca errou,
e falar-te-hei do quão insano te tornaste.
o tanto que me odiaste,
acabou por ser alimento para o meu solo,

estas são as noites em que desconsolo...

alianei-me da responsabilidade,
de ser filho, mesmo que ingrato,
afastei-me da realidade,
de que vícios devem ser auto-sustentados. 

quando um filho é inútil,
como será que que os seus pais se sentem?
sou inútil, exclusivamente inútil,
questiono se algum dia conseguirei ser útil.

as pessoas mentem,
eu? não sou diferente.
falho diariamente,
repetidamente.

o tempo morre e passa,
eu morro e passo,
só não passa a vontade quase escassa,
de tocar violino no meu braço.