Devo muito à minha caneta,
Agarro-a e escrevo com ela,
A sua tinta é preta,
Nos dias em que nem abro a janela.
Esta caneta reflete aquilo que sinto,
Através dela, nunca minto.
Agradeço-lhe por todo o tempo em mim investido,
Sempre que deixo que ela me controle,
Ela não deixa que me descontrole,
Mesmo nestas noites em que não tenho dormido.
Vejo através do som que se cria,
Quando a sua ponta acaricia a folha.
O seu toque é suave como a brisa de outono,
Para quê abrir os olhos quando a tenho como guia?
A sua presença reveste-me numa bolha.
Escuto-a enquanto preencho as linhas do caderno,
Ela é como roupa em dias de inverno,
Compreendo agora que nunca estarei só,
Somos faces diferentes do mesmo dominó.
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