domingo, 29 de dezembro de 2019

Quando o aroma da tua voz se entranha nas periferias da minha bolha sinto-me em casa. Casa esta que não é constituída por algo palpável. Sinto, nesse momento, como se planasse por hectares de campo,onde me atrevo a mergulhar no penetrável solo, cheio de vida e prosperidade. Mergulhando, cada vez mais fundo, num estado de nirvana, sinto-me um só com o universo. Não olho mas consigo ver, cada vez mais intensamente, o brilho que me faz presenciar as origens do começo. As memórias da tua cara serena e cativante relembram-me de como era existir livre. Livre do tempo e das partidas de mau gosto que ele nos prega, livre das preocupações e equações que tento resolver, que no fim do dia me fazem desvanecer.
Quando estamos sós o relógio para, a fome é esquecida e as mágoas são resolvidas. Como um medicamento prescrito pelos deuses do além e pelas fadas cintilantes que me visitam sempre que me cai uma lagrima. Quando fazíamos companhia um ao outro pelas ruas escuras de Portimão percebi que até breves momentos, como esses, me satisfazem. Fico feliz quando ouço a tua voz, considero-o uma benção. Gosto quando ignoramos os ruídos e sussurros do mundo exterior que, embora nos tentem distrair e separar falham, sucessiva e diariamente, em nos fazer lembrar que todas estas interações são limitadas e cronometradas.
Os nossos corações são alimentados por ondas calorosas que advêm de um sol artificial. És a lua que faz os níveis de água interior inundar os meus olhos. És o caminho pelo qual ando, que me leva e eleva, que me guia e salva. És a morte e a vida, o começo e o destino ao qual não consigo, nem quero, escapar pois sei, e aceito, que tudo o que é bom, ou mau, tem prazo de validade. O tempo é um monstro criado pelo reconhecimento que o homem lhe dá e sem este reconhecimento o tempo é apenas um relógio parado. Liberta-me destes pregos que prendem o meu corpo ao teto do chão. Abre a gaiola onde resido e agonizo. Deixa-me experienciar o bater das asas de cimento que chamam as estrelas em busca de um sentimento de pertença.
Atira-me da ravina por onde hei de cair até subir. Inala sonhos e expira a tua realidade. Moi e tritura toda essa miscelânea de conhecimento e segrega o produto das tuas inúmeras vivencias. És as linhas do texto que faz o meu apetite imaginário reaparecer. Tudo isto começou num banco velho e castanho, tudo isto foi fruto da minha atração por ti. Desde o que foi até o que há de vir, agradeço tudo o que aprendi contigo e espero pelo que hei de aprender. És o sol que nunca morre e que para sempre há de brilhar.

sábado, 28 de dezembro de 2019

Felicidade associada ao silencio,
sentimento que é enriquecedor,
desço do paraíso saltando das estrelas,
prefiro estar ao teu lado, é o maior beneficio.
Coloras as páginas do meu diário, crias melodias sem compor,
gosto do teu sorriso, acontece naturalmente, é algo belo.

Canta-me canções com alma, 
desenha-me um futuro onde te posso acompanhar,
olha-me nos olhos, transmite-me calma,
essência em homeostase, sensação que não posso negar.

Agarra-me as mãos, podemos dançar até cair,
Já não olho para o  paraíso de onde vim,
encontro um melhor ao caminhar contigo,
conta-me piadas, faz-me rir,
escreve uma historia sem fim,
vamos correr pelos campos de trigo?

Rasga o casulo opressor em que vivemos,
respira o ar que nos acariciou,
pergunto-me, será que podemos?
pensando em ti a maré acalmou, a tempestade passou.

Desejos que me fazem querer.
Sonhos que me fazem endoidecer.
Não te quero perder.
Contigo quero envelhecer.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Fome insaciável,
engolir sem mastigar,
como mundos e universos.
Impulso notável,
devoro sem pensar,
instintos perversos.

Sentimento de posse exagerado,
viciado em adquirir,
consumir até à morte.
Manchado e frustrado,
o monumento está a cair,
sou um marinheiro que navega sem norte.

Vivo com exuberância,
desejo sem limites,
fins que justificam os meios.
Uso o sexo como uma substancia,
pernas abertas são convites,
caio sobre seios.

A raiva percorre as minhas veias,
incapaz de perdoar ou aceitar,
sou a maquina que te castiga.
Atrai-o as vitimas para as minhas teias,
desmembro pensamentos e rasgo o mar,
mentalidade atual mas antiga.

Cobiço o que não me pertence,
não tolero ver alguém à minha frente,
sinto-me inferior.
Paranoia que me convence,
o sentimento mente,
Sou um eterno perdedor.

Encontro prazer em procrastinar,
o dever causa-me aborrecimento,
se o mundo acabar, encontrar-me-às a dormir.
Olho para o relógio e vejo o tempo passar,
sustento o meu tormento,
não me esforço nem para sorrir.

Promovo a ostentação,
vanglorio o que é fútil,
pedestal imaginário.
Felicidade sem duração,
dedico tempo no que é inútil,
estilo de vida binário.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Hey, knew this day would come,
I can't pretend, distance hurts.
With fences of plastic and cobble around me,
I'm failing to reach.

Told you before, it's sad to let you go,
a catapult of memories hits me,
holding my tears,
I want you to go.

Frustrated that I can't acompany you in your journey,
endless trials,
you remain a beloved friend,
even if you go, even if you go.

Wanted to see you grow,
congratulate you when tears show,
bestow you with a bouquet of tulips,
spoil you with long forgotten dreams.
Rays of light hit the water,
where a dolfin and corals dance,
melodies of the universe sing in your veins,
an eternal smile florishes.

You have always been someone who cares,
where kindness overflows.
It is hard to watch you go,
It is something unavoidable.
Thank you for making me feel like someone,
you saw me, when others wouldn't.
I will never forget your honest concern,
it was more than I ever deserved.

I wish all turns out well.
I wish you find what you are looking for.
And when all is finished,
come back to where you belong.