sexta-feira, 26 de abril de 2019

Pesadelos:

"Encontro-me na frente de escadas.
Escadaria que não tem fim.
Corro, desesperado, em busca do seu término.
Finais sem entradas.
Quadros ensanguentados de marfim.
Joelhos no chão, assim termino.

Preso, neste labirinto,
a minha mente grita em agonia.
Gritos, disparos de armas,
sem pernas, sem braços, assim me sinto.
ataques de esquizofrenia.
Rei da insanidade te proclamas.

Perdido no oceano,
não consigo respirar,
ouço uma voz, deixa-te levar,
adormeço no engano.
Sucumbindo, cada vez mais fundo,
a realidade confundo.
ALTO,
acordo em sobressalto.

Lágrimas escorregam pela minha cara,
a minha insanidade exponho,
um anjo que o inferno encara,
sempre que adormece e vive um sonho."
Ondas, trovões,
chuva que faz doer os corações,
vento que me faz voar,
sismos que me fazem vacilar.

Vejo o mundo com lentes escuras.
Traição, apunhalado pelas costas.
Esperança morre, no meu ser residem fissuras.
Múltiplas respostas.

Ao ouvir uma nova nota,
o meu interior sente amargura.
O meu cérebro anota,
busco conforto na literatura.

Marés sobem e descem,
euforia e depressão,
eterna regressão,
memórias desvanecem,
como lágrimas na chuva.
Atravessa a curva.

Gritos que não se ouvem,
mágoas que se escondem.
Amar sai caro,
Com a realidade me deparo.

A tempestade nunca vai parar.
É este o preço a pagar.
Minhocas rastejam pelos corpos em decomposição,
Sofrer é uma adição.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

"Por muito que o queira dizer,
sei que não o posso fazer,
ser teu amigo é o meu destino,
uma mentira ensino,
as vezes penso em esquecer,
sou apenas um menino.

Na trágica história que é amar,
limito-me a falar,
permanecer a tua sombra.
Embora não o saibas,
és a luz que me faz ver.
Sei que o passado te assombra,
mas quero que percebas,
o passado não foi feito para viver.

O passado foi feito para relembrar, recordar
Diz-me, quando me vez com esses olhos,
o que vês? Quando te vejo, vivo o agora
Aprende a aceitar,
se confias em mim, ouve os meus conselhos, 
chegou a hora de te ires embora.

Nas memorias que tenho contigo,
sempre fui feliz,
desde petiz,
abrir a boca e dizer, sei que consigo.

Na imparável reta que é o tempo,
só nos resta seguir em frente,
viver o presente,
amar-te é o meu passatempo.

O que já la foi pode ser considerado veneno.
Corrompe o nosso núcleo,
o carro não anda sem óleo,
sonhos em que sou sereno.

No meio do escuro,
a tua imagem enxergo,
passar por cima do muro,
do chão me ergo.

Quero que saibas, não me podias amar melhor.
O menino que virou senhor.
Com todas as forças do meu corpo, quero-te
Com tudo o que sou, amo-te"

domingo, 21 de abril de 2019

No circulo vicioso que é a vida,
revivo a tua partida.
Corpos diferentes mas pessoas iguais,
deixam-me a desejar mais.

As ondas que me batem no ouvido,
relembram-me do teu orgulho partido.
Vidros estilhaçados e quebrados,
sorrisos forçados.

Tudo nasce de uma amizade,
isso sei que é verdade,
duas pessoas desencontradas,
duas sombras desnorteadas,
complexidade nunca antes vivida,
lealdade nunca antes entendida,
duas pessoas amadas,
zero pessoas concretizadas.

Vê aquilo que éramos,
olha para aquilo que somos.
Entre meias verdades,
ou uma mentira absoluta,
desisti da luta.
Mundos iguais, diferentes realidades.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Sinto nos meus lábios um sabor adocicado,
deixa-me obcecado, viciado.
Quando sinto a tua alma no meu interior,
relembro-me do teu odor.

No circulo vicioso que é a vida,
revivo a tua partida.
Corpos diferentes mas pessoas iguais,
deixam-me a desejar mais.

Encontro em ti algo único,
características em vias de extinção.
Medo crônico.
Gostava que aceitasses o meu coração,
experienciar contigo algo mágico,
cuja explicação não seja algo lógico.

As ondas que me batem no ouvido,
relembram-me do teu orgulho partido.
Vidros estilhaçados e quebrados,
sorrisos forçados.

Tudo nasce de uma amizade,
isso sei que é verdade,
duas pessoas desencontradas,
duas sombras desnorteadas,
complexidade nunca antes vivida,
lealdade nunca antes entendida,
duas pessoas amadas,
zero pessoas concretizadas.

Cala-te, ouve o meu coração bater,
encosta a tua cabeça no meu peito,
quem me dera que já o tivesses feito,
não só perceber, compreender,
através de um beijo, amar,
chorar de alegria,
fazer me querer isto tudo,
cheguei a um novo patamar.
Bate-me fundo a nostalgia.
Solto um grito mudo.

Vê aquilo que éramos,
olha para aquilo que somos.
Entre meias verdades,
ou uma mentira absoluta,
desisti da luta.
Mundos iguais, diferentes realidades.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

     "Prefiro não ter nada, não ser ninguém, uma sombra cujo destino é imprevisível. No calor do vazio encontro-me. Não me prendo a cidades, pois o meu lugar é aqui, no universo, no infinito, nem a pessoas pois não pertenço a ninguém mesmo que ao mesmo tempo seja de todos. A minha casa não é fixa, voa com o vento, tal como os meus pensamentos, sempre no ar, no céu. 
     Não me identifico com uma só personalidade, identidade, identifico-me com todos e com tudo. Embora não consiga alcançar o estado em que me seja possível perceber o que vai na mente do outro penso que o compreendo. Penso que o sinto. Chamem-me o que quiserem, não me quero prender a um só nome pois nenhum nome serve para me chamar pelo que sou. 
     Um circulo quadrado, uma cara sem face. E assim me vou, num ápice, numa só respiração. Encontra-me no meio das estrelas, lá te esperarei. Espero que te apresses, tenho um desejo enorme que sintas o que sinto neste exato momento, nesse instante, olha-me nos olhos. Torna-te um só acompanhado."


sexta-feira, 5 de abril de 2019

Embarco numa aventura fortuna.
Faço-o para encontrar o que desejo.
Tirar as lentes pelas quais olho para o mundo.
Evoco a pergunta oportuna.
Mudar a cor das cores que vejo.
Mergulhar num pensamento fundo.

Através da resposta ausente,
aprendi a viver o presente.
passado umas horas desta viagem iniciar,
senti o tempo parar,
veio o monstro do mar,
cara de medo e desespero.
Fui buscar esta inspiração ao mestre Homero,
Agora que respiro, sinto o ar.

Olhei para os lados,
em busca duma arma.
Historia que relembra os fados.
Após nada encontrar, parti para a estratégia do desarma.

Braços verdes e gelatinosos,
envolviam a minha alma,
de gosma nojenta e mal-cheirosa.
Visões de cenários horrorosos, 
engoli em seco em busca de calma,
cabelos castanhos, imagem harmoniosa.

Ao me lembrar da tua face,
das página ainda por escrever,
lembrei-me, não deixes que te ameace!
Não saltes degraus, sobe-os um a um.
De certeza que ao faze-lo, a tua mente irá enriquecer!
Envolvi-me o corpo em rum.