uma vez mais, a raiva consome-me.
quando penso que pouco sinto,
volto a sentir em excesso,
pois cada pessoa é um poço de desilusões.
pouco me interesso por pessoas,
são poucas as que ainda me cativam.
os anos passam, as folhas caem e, juntamente com elas,
cai também a expectativa que tenho dos outros.
se a esperança é a ultima a morrer porque é que o meu coração ainda bate?
esperança é algo que não vejo, não sinto nem respiro,
esperança não passa de uma palavra bonita que retrata apenas uma coisa. insanidade.
quando caímos muitas vezes. perdão. quando caímos demasiadas vezes,
esperança deixa de fazer sentido.
para quê acreditar em algo se tudo corre mal?
para quê tentar se fracasso em tudo?
por muito que tente, as pessoas são só isso. pessoas.
amigos, família ou qualquer outra coisa. todos desiludem. todos falham.
cada dia que passa sinto a distância a aumentar entre mim e tudo o resto.
sinto-me cada vez mais isolado. cada vez mais alienado.
sou burro e estúpido por acreditar nos outros.
ainda mais burro e estúpido sou por perdoar e tentar de novo.
grande parte se não todas as pessoas não merecem nem metade do que lhes ofereço.
talvez quando parta se apercebam do que perderam,
ou talvez nem dêem conta que parti.
pouco me importa já.
quero dormir. quero dormir o tão desejado sono eterno.