sábado, 24 de abril de 2021

 Dor no peito:

 

Sinto um aperto no peito,

Sempre que penso nela.

 

Costumava olhar pela janela,

Procurava pelo seu maior feito.

 

Este feito nunca foi pequeno,

E o meu clima interior era ameno.


Quando a vi, pela primeira vez,

A vida finalmente fez sentido.

 

Tudo o que ela por mim fez,

Reapareceu juntamente com o ruído.

 

Já não consigo olhar pela janela,

Todas as caras que vejo são a dela.

 

Mesmo que ela não me perdoe,

Eu já me perdoei.

 

Sei que a maltratei,

Quero que alguém me magoe.

 

Contradizer-me é algo que faço regularmente,

Acredito que quem o faz é quem mais mente.

 

Perdi o direito de tentar,

Não vou nunca voltar a amar.

sábado, 10 de abril de 2021

Quando a solidão me chega é em ti que penso primeiro.

Hoje sonhei contigo, María.

Embora seja agradável revisitar as curvas da tua face,

O sonho não foi bom.

Vivenciei o que se passou entre nós,

Após um ano e meio de solidão autossuficiente,

Continuo a querer-te.

A vida tornou-se um pouco mais fria e mais escura com a tua ausência,

Gostava que me perdoasses, mas, infelizmente, esse dia nunca irá chegar.

Aposto que já nem pensas em mim,

Aposto que encontraste alguém,

Mentiria se dissesse que isso me satisfaz,

Quero-te para mim.

Continuas a ser aquele pássaro que fugiu da minha mão,

Pensando bem, não foste tu que fugiste. Fui eu quem te mandou embora.

Cresci sem ti, mas talvez não no sentido que gostasses.

Nem todos os homens são uma merda, como disseste.

Eu não sou uma merda, mas sei que fui uma merda para ti.

As estrelas relembram-me de como era acordar ao teu lado,

De como era sofrer por ti.

Tenho saudades desses tempos em que me amavas e que me deixavas amar-te.

Continuo a pensar e a repensar em tudo o que te fiz.

Sou perseguido diariamente pela culpa que me atormenta.

Não foi fácil fazer o que fiz e agora sei o quanto nunca o quis fazer.

Não era uma pessoa saudável e, como tal, comportei-me como um lunático.

Perdoa-me, perdoa-me,

Deixa-me seguir a minha vida, por favor.